quinta-feira, 15 de abril de 2010

Artigo do Emir Sader

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Então sou esquerda
Emir Sader

Diante de alguns argumentos que ainda subsistem sobre o suposto fim da divisão entre direita e esquerda, aqui vão algumas diferenças. Acrescentem outras, se acharem que a diferença ainda faz sentido.

Direita: A desigualdade sempre existiu e sempre existirá. Ela é produto da maior capacidade e disposição de uns e da menor capacidade e menor disposição de outros. Como se diz nos EUA, “não há pobres, há fracassados”.

Esquerda: A desigualdade é um produto social de economias – como a de mercado – em que as condições de competição são absolutamente desiguais.

Direita: É preferível a injustiça, do que a desordem.

Esquerda: A luta contra as injustiças é a luta mais importante, nem que sejas preciso construir uma ordem diferente da atual.

Direita: É melhor ser aliado secundário dos ricos do mundo, do que ser aliado dos pobres.

Esquerda: Temos um destino comum com os países do Sul do mundo, vitimas do colonialismo e do imperialismo, temos que lutar com eles por uma ordem mundial distinta.

Direita: O Brasil não deve ser mais do que sempre foi.

Esquerda: O Brasil pode ser um país com presença no Sul do mundo e um agente de paz em conflitos mundiais em outras regiões do mundo.

Direita: O Estado deve ser mínimo. Os bancos públicos devem ser privatizados, assim como as outras empresas estatais.

Esquerda: O Estado tem responsabilidades essenciais, na indução do crescimento econômico, nas políticas de direitos sociais, em investimentos estratégicos como infra-estrutura, estradas, habitação, saneamento básico, entre outros. Os bancos públicos têm um papel essencial nesses projetos.

Direita: O crescimento econômico é incompatível com controle da inflação. A economia não pode crescer mais do que 3% a ano, para não se correr o risco de inflação.
Direita: Os gastos com pobres não têm retorno, são inúteis socialmente, ineficientes economicamente.

Esquerda: Os gastos com políticos sociais dirigidas aos mais pobres afirmam direitos essenciais de cidadania para todos.

Direita: O Bolsa Família e outras políticas desse tipo são “assistencialismo”, que acostumam as pessoas a depender do Estado, a não ser auto suficientes.

Esquerda: O Bolsa Família e outras políticas desse tipo são essenciais, para construir uma sociedade de integração de todos aos direitos essenciais.
Direita: A reforma tributária deve ser feita para desonerar aos setores empresariais e facilitar a produção e a exportação.

Esquerda: A reforma tributária deve obedecer o principio segundo o qual “quem tem mais, paga mais”, para redistribuir renda, com o Estado atuando mediante políticas sociais para diminuir as desigualdades produzidas pelo mercado.

Direita: Quanto menos impostos as pessoas pagarem, melhor. O Estado expropria recursos dos indivíduos e das empresas, que estariam melhor nas mãos destes. O Estado sustenta a burocratas ineficientes com esses recursos.

Esquerda: A tributação serva para afirmar direitos fundamentais das pessoas – como educação e saúde publica, habitação popular, saneamento básico, infra-estrutura, direitos culturais, transporte publico, estradas, etc. A grande maioria dos servidores públicos são professores, pessoal médico e outros, que atendem diretamente às pessoas que necessitam dos serviços públicos.

Direita: A liberdade de imprensa é essencial, ela consiste no direito dos órgãos de imprensa de publicar informações e opiniões, conforme seu livre arbítrio. Qualquer controle viola uma liberdade essencial da democracia.

Esquerda: A imprensa deve servir para formar democraticamente a opinao pública, em que todos tenham direitos iguais de expressar seus pontos de vista. Uma imprensa fundada em empresas privadas, financiadas pela publicidade das grandes empresas privadas, atende aos interesses delas, ainda mais se são empresas baseadas na propriedade de algumas famílias.

Direita: A Lei Pelé trouxe profissionalismo ao futebol e libertou os jogadores do poder dos clubes.

Esquerda: A Lei Pelé mercantilizou definitivamente o futebol, que agora está nas mãos dos grandes empresários privados, enquanto os clubes, que podem formar jogadores, que tem suas diretorias eleitas pelos sócios, estão quebrados financeiramente. A Lei Pelé representa o neoliberalismo no esporte.

Direita: O capitalismo é o sistema mais avançado que a humanidade construiu, todos os outros são retrocessos, estamos destinados a viver no capitalismo.

Esquerda: O capitalismo, como todo tipo de sociedade, é um sistema histórico, que teve começo e pode ter fim, como todos os outros. Está baseado na apropriação do trabalho alheio, promove o enriquecimento de uns às custas dos outros, tende à concentração de riqueza por um lado, à exclusão social por outro, e deve ser substituído por um tipo de sociedade que atenda às necessidades de todos.

Direita: Os blogs são irresponsáveis, a internet deve ser controlada, para garantir o monopólio da empresas de mídia já existentes. As chamadas rádios comunitárias são rádios piratas, que ferem as leis vigentes.

Esquerda: A democracia requer que se incentivo aos mais diferentes tipos de espaço de expressão da diversidade cultural e de opinião de todos, rompendo com os monopólios privados, que impedem a democratização da sociedade.
Então sou esquerda
Emir Sader
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Diante de alguns argumentos que ainda subsistem sobre o suposto fim da divisão entre direita e esquerda, aqui vão algumas diferenças. Acrescentem outras, se acharem que a diferença ainda faz sentido.

Direita: A desigualdade sempre existiu e sempre existirá. Ela é produto da maior capacidade e disposição de uns e da menor capacidade e menor disposição de outros. Como se diz nos EUA, “não há pobres, há fracassados”.

Esquerda: A desigualdade é um produto social de economias – como a de mercado – em que as condições de competição são absolutamente desiguais.

Direita: É preferível a injustiça, do que a desordem.

Esquerda: A luta contra as injustiças é a luta mais importante, nem que sejas preciso construir uma ordem diferente da atual.

Direita: É melhor ser aliado secundário dos ricos do mundo, do que ser aliado dos pobres.

Esquerda: Temos um destino comum com os países do Sul do mundo, vitimas do colonialismo e do imperialismo, temos que lutar com eles por uma ordem mundial distinta.

Direita: O Brasil não deve ser mais do que sempre foi.

Esquerda: O Brasil pode ser um país com presença no Sul do mundo e um agente de paz em conflitos mundiais em outras regiões do mundo.

Direita: O Estado deve ser mínimo. Os bancos públicos devem ser privatizados, assim como as outras empresas estatais.

Esquerda: O Estado tem responsabilidades essenciais, na indução do crescimento econômico, nas políticas de direitos sociais, em investimentos estratégicos como infra-estrutura, estradas, habitação, saneamento básico, entre outros. Os bancos públicos têm um papel essencial nesses projetos.

Direita: O crescimento econômico é incompatível com controle da inflação. A economia não pode crescer mais do que 3% a ano, para não se correr o risco de inflação.
Direita: Os gastos com pobres não têm retorno, são inúteis socialmente, ineficientes economicamente.

Esquerda: Os gastos com políticos sociais dirigidas aos mais pobres afirmam direitos essenciais de cidadania para todos.

Direita: O Bolsa Família e outras políticas desse tipo são “assistencialismo”, que acostumam as pessoas a depender do Estado, a não ser auto suficientes.

Esquerda: O Bolsa Família e outras políticas desse tipo são essenciais, para construir uma sociedade de integração de todos aos direitos essenciais.
Direita: A reforma tributária deve ser feita para desonerar aos setores empresariais e facilitar a produção e a exportação.

Esquerda: A reforma tributária deve obedecer o principio segundo o qual “quem tem mais, paga mais”, para redistribuir renda, com o Estado atuando mediante políticas sociais para diminuir as desigualdades produzidas pelo mercado.

Direita: Quanto menos impostos as pessoas pagarem, melhor. O Estado expropria recursos dos indivíduos e das empresas, que estariam melhor nas mãos destes. O Estado sustenta a burocratas ineficientes com esses recursos.

Esquerda: A tributação serva para afirmar direitos fundamentais das pessoas – como educação e saúde publica, habitação popular, saneamento básico, infra-estrutura, direitos culturais, transporte publico, estradas, etc. A grande maioria dos servidores públicos são professores, pessoal médico e outros, que atendem diretamente às pessoas que necessitam dos serviços públicos.

Direita: A liberdade de imprensa é essencial, ela consiste no direito dos órgãos de imprensa de publicar informações e opiniões, conforme seu livre arbítrio. Qualquer controle viola uma liberdade essencial da democracia.

Esquerda: A imprensa deve servir para formar democraticamente a opinao pública, em que todos tenham direitos iguais de expressar seus pontos de vista. Uma imprensa fundada em empresas privadas, financiadas pela publicidade das grandes empresas privadas, atende aos interesses delas, ainda mais se são empresas baseadas na propriedade de algumas famílias.

Direita: A Lei Pelé trouxe profissionalismo ao futebol e libertou os jogadores do poder dos clubes.

Esquerda: A Lei Pelé mercantilizou definitivamente o futebol, que agora está nas mãos dos grandes empresários privados, enquanto os clubes, que podem formar jogadores, que tem suas diretorias eleitas pelos sócios, estão quebrados financeiramente. A Lei Pelé representa o neoliberalismo no esporte.

Direita: O capitalismo é o sistema mais avançado que a humanidade construiu, todos os outros são retrocessos, estamos destinados a viver no capitalismo.

Esquerda: O capitalismo, como todo tipo de sociedade, é um sistema histórico, que teve começo e pode ter fim, como todos os outros. Está baseado na apropriação do trabalho alheio, promove o enriquecimento de uns às custas dos outros, tende à concentração de riqueza por um lado, à exclusão social por outro, e deve ser substituído por um tipo de sociedade que atenda às necessidades de todos.

Direita: Os blogs são irresponsáveis, a internet deve ser controlada, para garantir o monopólio da empresas de mídia já existentes. As chamadas rádios comunitárias são rádios piratas, que ferem as leis vigentes.

Esquerda: A democracia requer que se incentivo aos mais diferentes tipos de espaço de expressão da diversidade cultural e de opinião de todos, rompendo com os monopólios privados, que impedem a democratização da sociedade.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

curiosidade: Rip van Winkle?

Segundo o site www.tiosam.net, van Winkle é o nome de uma narrativa curta, escrita por Washington Irving, sendo também o nome do protagonista desse conto escrito durante um estágio de Irving na Inglaterra. Conta sobre os tempos antes e após a Revolução Norte Americana, em que Rip Van Winkle foge para a floresta por pavor de sua esposa muito má. Depois de muitas aventuras, encontra uma árvore frondosa para descansar, mas adormece e só acorda vinte anos depois, regressando para sua vila. Ao chegar arruma uma baita encrenca por saudar e aplaudir George III, sem saber da revolucão que tinha derrubado a monarquia, muito menos da revolta ainda presente no povo.

Por causa desse conto, quando uma pessoa dorme muito ou de outro modo não percebe que as coisas mudaram, pode ser chamado de Rip van Winkle.

terça-feira, 13 de abril de 2010

particularidade x democracia

Um grande amigo me disse que esse nome ZAPATILLA não combinava muito comigo ainda mais pelo som tão diferente na leitura do espanhol, sendo uma brasileira que gosta tanto do português. A mim, o som dessa palavra em espanhol embeleza muito sua escrita e provoca pensar a sonoridade de ambas as línguas. Do seu início Zeta, lembra a não existência do 'ç' tão disinto no português; do LL o som do 'cha' mesclado talvez a um j ou a um t inexistente, dependendo da dobradura da língua!

E ainda, apesar de discordar de violência, tem um manifesto revolucionário na palavra por fazer lembrar o mexicano Emiliano Zapata - sua política "Tierra y libertad"! Foi o jeito encontrado por ele para lutar por direitos e se posicionar contra a ditadura de Porfírio Diaz, o porfiriato exterminado na revolução mexicana de 1911. Tenho a impressão que os seus parceiros revolucionários usavam alpercatas, digo, zapatillas!!

Os blogs têm essa distinção - unem as escolhas entre a comunicação, o fazer-se entender, e as escolhas simbólicas de seus autores - A palavra zapatilla reforça minha latinidade e a minha condição de ir e vir, da caminhada entre as línguas e seus territórios. Reforça minha representação nata de retirante nordestino.

Não teve jeito, gostei mais ainda da palavra, gostei daqui, continuo de chinelo de dedos, alpercatas ou zapatilla mexicana! Viva os regionalismos e seus nomes locais e, em tempos de Internet, escolho o mais abrangente: Zapatilla para seguir por los camiños de america.
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segunda-feira, 12 de abril de 2010

Notícias do MPF - Caso Verón

Em relação ao material publicado pela assessoria do Ministério Público Federal (MS), a notícia ruim é o adiamento do julgamento dos reús, a parte muito boa é a mudança de foro. Vale a pena ler isso - considero uma vitoria grande ver que é possivel serem feitos julgamentos mais isentos, buscando diminuir os interesses particulares que imperam em uma região. Tendo o 'nosso juiz' odilon, o mais brasileiro dos juízes em meio a isso, acredito na intenção, torcendo para que aconteça isso mais vezes, principalmente em relação aos crimes que acontecem na região da grande Amazonas.


Júri sobre a morte do cacique Veron é adiado para maio
Advogado não compareceu ao júri, alegando problemas de saúde

A Justiça Federal de São Paulo decidiu, nesta segunda-feira (12/04), adiar para o próximo dia

3 de maio, às 11h, o júri de três funcionários da Fazenda Brasília do Sul, no município de Juti,

na região de Dourados, em Mato Grosso do Sul, acusados de matar a pauladas o cacique

Marcos Veron, então com 72 anos, conhecido líder dos índios Guarani-Kaiowá e de tentar

matar outros seis indígenas, entre os dias 12 e 13 de janeiro de 2003.

O júri foi adiado após o advogado Josephino Ujacow, que comanda a defesa dos réus, ter

apresentado atestado subscrito pelo Médico Psiquiatra Antonio Carlos G. Queiroz, declarando

que o advogado estava sob seus “cuidados profissionais, sob psicoterapia armada”, devendo

afastar-se de atividades profissionais por 20 dias.

O adiamento frustrou as expectativas não só da comunidade indígena Takuara, mas de toda a

comunidade indígena do Estado de Mato Grosso do Sul, que aguarda há mais de sete anos a solução do caso.

A juíza Paula Mantovani Avelino, da 1ª Vara Federal de São Paulo, que presidirá o júri, apesar da presença de outros advogados de defesa, aceitou o atestado e remarcou o julgamento para 3 de maio, mas informou a todos os presentes que, caso algum dos defensores habilitados não compareça à próxima audiência, a defesa será assumida por membros da Defensoria Pública da União, a quem foi determinado que tome ciência dos autos.

Caso transferido
O caso foi desaforado do Mato Grosso do Sul para São Paulo, a pedido do Ministério Público Federal, por dúvida quanto à isenção dos jurados locais, argumento aceito pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região, devido ao notável preconceito da população e autoridades locais com os índios. Este foi o terceiro caso de desaforamento interestadual do Brasil. Os dois primeiros ocorreram no julgamento do ex-deputado federal Hildebrando Pascoal. Dois de seus júris federais foram transferidos de Rio Branco (AC) para Brasília

No caso Veron, os réus Estevão Romero, Carlos Roberto dos Santos e Jorge Cristaldo Insabralde serão submetidos a júri popular. O quarto acusado, Nivaldo Alves Oliveira, está foragido, e o processo em relação a ele foi desmembrado e suspenso. Os denunciados ficaram presos preventivamente por quase 4 anos e 6 meses, tendo sido soltos por meio de um habeas corpus concedido pela 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal. Foi relator o ministro Gilmar Mendes, que reconheceu excesso de prazo na prisão preventiva. O MPF ofereceu ainda uma segunda denúncia no caso, em outubro de 2008, contra outras 24 pessoas envolvidas no crime.

Foram designados pela Procuradoria Geral da República para atuar no caso os procuradores da República Marco Antônio Delfino de Almeida (PR-MS) e Vladimir Aras (PR-BA). A Funai foi admitida como assistente de acusação e será representada no júri pelo procurador federal Derly Fiuza.

“Há um grande preconceito contra os índios, com se houvesse um conflito entre o modo de vida indígena e o agronegócio, que é muito forte naquela região”, afirma Aras. Esse conflito se acentua, na avaliação do procurador, à medida que o agronegócio se expande e os índios intensificam a luta pelas terras que consideram como tradicionais.

Segundo argumentou o MPF, existe um forte preconceito contra o povo indígena por parte de membros importantes da sociedade sul-mato-grossense. Entre as críticas aos indígenas, proferidas pela Assembleia Legislativa apenas dois meses após a morte de Veron, estava o fato de os índios terem enterrado o líder na própria área ocupada, o que ocorreu sob o amparo
de uma decisão da Justiça Federal proferida em resposta a uma Ação Civil Pública do MPF e,por esse motivo, a instituição também foi criticada por "apoiar indistintamente as invasões de terras privadas".

Acusações

Além do homicídio duplamente qualificado pelo motivo torpe e meio cruel (o cacique foi morto a golpes na cabeça), o MPF e a Funai sustentarão a ocorrência de um crime de tortura, seis tentativas qualificadas de homicídio, seis crimes de sequestro, fraude processual e formação de quadrilha.

O processo começou na Justiça Federal de Dourados (MS) e foi conduzido desde o início pelos procuradores da República Charles Stevan da Mota Pessoa e Ramiro Rockenbach da Silva.

A Justiça Federal foi firmada competente com base nos artigos 109 e 231, da Constituição,pois o crime ocorreu em virtude de disputa sobre direitos indígenas, uma vez que o grupo de Veron reivindicava a anexação da área da fazenda à terra indígena, processo que estava sob a competência da Funai, órgão ao qual compete demarcar a terra indígena, proteger e fazer respeitar todos os seus bens.

A acusação do MPF foi recebida pelo juiz federal Odilon de Oliveira, que determinou que os réus fossem submetidos à júri popular. Com a transferência do júri para São Paulo, passa a presidí-lo a juíza Paula Mantovani Avelino. A investigação policial foi realizada pelo DPF João
Carlos Girotto, que foi arrolado como testemunha do MPF para o plenário. Outras onze pessoas serão ouvidas como testemunhas da acusação, entre as quais sete vítimas do ataque. Oito cidadãos prestarão depoimento como testemunhas da defesa.

Caso raro

Apesar de os acusados pelo assassinato de Marcos Veron irem a julgamento, em Mato Grosso do Sul existem diversos outros casos de violência contra indígenas que não tiveram o mesmo destino.

Em novembro de 2010, dois professores indígenas da etnia guarani-kaiowá desapareceram após ocupação de uma fazenda em Paranhos, fronteira com o Paraguai. Apenas o corpo de um deles foi encontrado.

Em 18 de setembro de 2009, um grupo armado atacou um acampamento Guarani, às margens da BR-483, na região conhecida como Curral do Arame, a dez quilômetros de Dourados (MS). Um índio de 62 anos foi ferido por tiros, outros indígenas foram agredidos e barracos e objetos foram queimados. Não se conhecem ainda os autores do ataque.

Indígenas da etnia Terena, que ocupavam área tradicional onde incide a fazenda Querência São José, em Dois Irmãos do Buriti, gravaram em vídeo e áudio ação de despejo realizadapela Polícia Militar, sem ordem judicial de reintegração de posse. A ação ocorreu em 19 novembro de 2009.

Em dezembro de 2009, indígenas da etnia Terena, que retomaram parte da fazenda Petrópolis, que faz parte da área declarada pelo Ministério da Justiça como Terra Indígena Cachoeirinha, em Miranda, denunciaram ter sofrido ameaças depois que o TRF-3 suspendeu ordem de reintegração de posse. O STF determinou a desocupação da área, mas os indígenas pedem prazo para colher as lavouras já cultivadas.

Para o procurador da República Marco Antonio Delfino de Almeida, “todos os casos apontados mostram que infelizmente a violência contra povos indígenas não é um fato isolado nem uma questão ultrapassada. O que se espera do poder público e do Judiciário é uma ação imparcial para que ocorra a efetiva proteção dos povos indígenas”

Com informações da PR-SP e Justiça Federal de São Paulo


Assessoria de Comunicação Social
Procuradoria da República em Mato Grosso do Sul
(67) 3312 7265/ 3312 7283 / 9297 1903
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domingo, 11 de abril de 2010

Meditação

um dia uma criança me parou, olhou-me nos meus olhos a sorrir, caneta e papel na sua mão: tarefa escolar para cumprir. E perguntou no meio de um sorriso o que é preciso para ser feliz. Amar como Jesus amou, sonhar como Jesus sonhou, pensar como Jesus pensou, Viver como Jesus viveu, sentir o que Jesus sentia,Sorrir como Jesus sorria, E ao chegar ao fim do dia eu sei que dormiria muito mais feliz.

Essa letra do padre zezinho dá o recado completo. É oração e política. Jesus nos apresentou o nível mais alto da política que queremos ter e essa letra aponta a responsabilidade do que se faz. Mas, ao mesmo tempo, lembra-nos que não se faz sofrendo nem fazendo tudo a ferro e fogo. É uma canção tão bonita e tão certeira que só de lembrar já é uma oração.

Dia de domingo faço uma reflexão, mínima que seja, mas quase sempre encontro sintonia e encanto. É um dia de passeios dominicais em que se vê muitos sorrindo, cheios de energia, não estão nem aí para o que se faz nos outros dias da semana. É ótimo dar uma volta e sentir o cheiro de domingo no ar, apesar de tantas tristezas que vemos pelas tragédias em que os jornalistas culpam o clima!

Que culpa tem o clima quando há tanta responsabilidade e nomes para listar?

Essa música do padre zezinho inquieta qualquer um - cobra duro e já diz que só se dorme feliz se estivermos cansados por provocar alguma mudança. Nessas horas fico com dificuldade de pensar como se consegue rezar o dia inteiro, ou ficar horas em uma meditação! Pelo visto estou longe desse nível.
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sábado, 10 de abril de 2010

Um momento, por favor!

"Tempo, tempo mano velho, falta um tanto ainda eu sei. Pra você correr macio"* - Música boa, sábado de sol, manhã de risadas e tarde morna como colo de mãe. Em um dia como esse, nada como um almoço com amigos para as cobranças temporais ficarem bem longe! Lá do outro lado do próximo momento!

A tranquilidade que merecemos e precisamos é igualzinho à felicidade: feita de momentos breves no tempo, contudo, eternos na vida.

Se esses momentos forem esquecidos por alguma razão, faz parte de sua leveza não carregarem nossa memória. Não são nada egoístas, pois se juntam a outros e mais outros, em uma soma que nos fazem mais leves, propensos a novos momentos.

Nossas grandes amizades, seja a que acompanha a vida toda ou por uma ocasião e lugar, conquistamos por momentos espontâneos, em que esquecemos nossas correrias e cobranças diárias. Se inumeráveis ou unzinho somente, demorados ou curtinhos, lá vem aquela conversa boa, por vezes mesclada de silêncios tão singelos que nem pensamos em mais nada. Feitos ali, sem marcar hora ou lugar. Os momentos São, Estão, Passam ou Ficam no dinamismo dos nossos dias.

A tabelinha do tempo é boa para nos organizarmos, e melhor quando a esquecemos por momentos que são bons e ponto/

E ainda nem são cinco horas! O tempo só passa rápido quanto pensamos muito nele.//

*Sobre o tempo (John Ulhoa) Pato Fu

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Mídia

Apesar de começar com um dos mais famosos gerúndios, o site Fazendo Media está bem interessante esta semana. Para quem não foi no Simpósio de Comunicação e Cultura da América Latina, por exemplo, tem um artigo bastante interessante do Paulo Pastor sobre o evento. http://www.fazendomedia.com/?p=3237

Outro artigo que está na capa de hoje é 'Sobre Mídia e Política' do Marcello Salles analisando a tragédia desta semana no Rio de Janeiro. Uma situação de tristeza bem numa época em que se discutem as fatias do bolo financeiro relacionado ao pré-sal.

É uma dica boa acompanhar o http://www.fazendomedia.com/


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quinta-feira, 8 de abril de 2010

Celacom 2010 II

Aos interessados no evento e nas participações nos grupos de estudo, a organização avisou que as inscrições e envio de trabalhos foram adiados para o dia 30 de abril. Vai ser possível reunir mais pesquisadores, rever amigos, comparar e analisar estudos! Olha só:



Celacom 2010 - Inscrições adiadas


Prazo foi adiado para o dia 30 de abril.

O evento ocorre entre os dias 17 e 19 de maio, na Fundação Memorial da América Latina (São Paulo - SP). O tema central é "Televisão na América Latina: 60 anos de Aculturação, Mestiçagem, Mundialização"..

O Celacom - Colóquio Internacional sobre a Escola Latino-Americana de Comunicação - comemora em 2010 os 60 anos de televisão no Brasil, a primeira da América do Sul e a segunda da América Latina. .

O PRAZO PARA ENVIO DOS TRABALHO FOI ADIADO PARA O DIA 30 DE ABRIL. .

O link http://www2.metodista.br//unesco/index.htm
inclui informações para saber sobre a formatação dos trabalhos, conferir a programação, inscrever os trabalhos, preencher a ficha de inscrição e tudo o mais que o candidato necessitar. Caso ainda queira mais informações o telefone é(11) 4366-5819.

boa sorte a tod@s!!
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terça-feira, 6 de abril de 2010

Celacom 2010

CELACOM 2010 - XIV Colóquio Internacional sobre a Escola Latino-Americana de Comunicação -

Ultimos dias para enviar trabalhos para participação nos GT’s, a data limite é até 10 de maio de 2009 - SÁBADO - com preferência para o Tema Central: Televisão na América Latina: 60 anos de Aculturação, Mestiçagem, Mundialização.

O evento será no Memorial da América Latina, São Paulo, entre os dia 17-19 de maio de 2010.


Se correr, dá tempo:
http://www2.metodista.br//unesco/index.htm


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Gutierrez Fortes

O Prof. Dr. Waldyr Gutierrez Fortes faleceu hoje, em Londrina, segundo anúncio do site de notícias da UEL. A perda é sentida pelos estudiosos de Relações públicas. Mestre e doutor em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo, era professor do curso de graduação em Relações Públicas da Universidade Estadual de Londrina-PR. Ministrava aulas para cursos de pós-graduação em Comunicação e deixou diversas publicações e o portal RP e Transmarketing - http://www.portal-rp.com.br//

Coceira

Não isso não, me dá coceira... eu to que to.. faz três dias que volta e meia essa música teima em ser lembrada. Nem sei o que diz toda a letra - de música não entendo bulhufas - minha cultura é de ouvido. Creio que não é bem a letra, é mais o ritmo. Na verdade eu sou fã de muitas interpretações da Simone, são ótimas.

Sonho Meu por exemplo é um ritmo muito bom. Esse sambinha é da Dona Ivone Lara e isso eu sei porque pesquisei para citar em um dos capítulos do Atlântico nos Separa. Embala a parte em que chego em Portugal para pesquisar. Sonho meu, sonho meu, vai buscar a quem mora longe, sonho meu...

Quantas outras músicas vão marcando a nossa vida... Se eu fosse fazer uma retrospectiva, cada momento tem uma trilha sonora. Mas seria muito lembrar de cada trilha porque o senhor do tempo traz o esquecimento, ainda mais que todo dia aparece uma música nova, daquelas que melhoram o dia-a-dia ou aquelas chatésimas que também envolvem porque não param de tocar. Ao lado da minha casa, por exemplo, tem uma república que, se um dia parar de fazer algum som, vou pensar que me mudei. Mas o pior é quando começam a cantar. Aí mora o perigo, como dói.

Só não me incomoda tanto porque já entrou no meio dos outros barulhos e me concentro no isolamento do raciocínio. Até porque entendo a necessidade de expandir o instrumento mais rápido de comunicação: começamos todos pelo uga buga antes de aprendermos a falar mamãe! Eu to que to!!!

Fiquei até curiosa para relembrar a letra. Com a ajuda do terra, não tem dificuldades:


Tô Que Tô

Vem cá de qualquer maneira
Balança minha roseira
Me bate de brincadeira
Me chama de traiçoeira...

Me tranca na geladeira
Apaga minha fogueira
Promete qualquer besteira
Que eu fico toda faceira...

Tortura essa brasileira
Me arranha com a pulseira
Me enforca na trepadeira
Pendura minha chuteira
Menino, mas que zoeira!
Cadê meu advogado?...

Eu Tô Que tô! Eu Tô Que Tô!
Eu Tô Que tô! Eu Tô Que Tô!

La luz a la media boca
Besame mucho loca
Não, isso não
Me dá coceira
La luz a la media boca
Besame mucho loca
Não, não, não isso não
Me dá coceira...

Vem cá minha compoteira
Balança essa pasmaceira
Me bate com a cabideira
Me chama de lavadeira...

Não grita, não dá bandeira
Periga marcar bobeira
Quebrei o pé da cadeira
Cuidado com a cristaleira...

Segura, me deu gagueira
Eu juro que é verdadeira
Disfarça e chama a enfermeira
Tá dando uma tremedeira
Mamãe, viva o Zé Pereira!
Cadê meu advogado?...

Eu Tô Que tô! Eu Tô Que Tô!
Eu Tô Que tô! Eu Tô Que Tô!

La luz a la media boca
Besame mucho loca
Não, isso não
Me dá coceira...(2x)

Vem cá minha compoteira
Balança essa pasmaceira
Me bate com a cabideira
Me chama de lavadeira...

Não grita, não dá bandeira
Periga marcar bobeira
Quebrei o pé da cadeira
Cuidado com a cristaleira...

Segura, me deu gagueira
Eu juro que é verdadeira
Disfarça e chama a enfermeira
Tá dando uma tremedeira
Mamãe, viva o Zé Pereira!
Cadê meu advogado?...

Eu Tô Que Tô! Eu Tô Que Tô!
Eu Tô Que Tô! Eu Tô Que Tô!
Eu Tô Que Tô! Eu Tô Que Tô!
Eu Tô Que Tô! Eu Tô Que Tô!
Eu Tô Que Tô! Eu Tô Que Tô!
Eu Tô Que Tô! Eu Tô Que Tô!
Eu Tô Que Tô! Eu Tô Que Tô!
Eu Tô! Eu Tô! Eu Tô!

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Cartas na mesa

Fluxo da informação; acesso à informação; interesse público; comunicação pública, políticas de comunicação - PONTO - Fechei por hoje os conceitos da minha dissertação. Não há nenhum pioneirismo dissertar coletivamente, costurar pensamentos e criticar, dissecar cada parâmetro, cada possibilidade, encher de probabilidades e depois torcer até chegar a algo que se consiga defender até a última cruzada. Depois, da última se recomeça, mas pelo menos temos um ponto de chegada, finito.

Escrevi, reescrevi, cortei, apaguei, refiz, falei do mesmo jeito com outras palavras... reticências, ponto, exclamação. Vou seguir para além da teoria crítica, sem ser pós-moderna, nem isso nem aquilo, mas na minha construção, diversidades de pensamentos. Sem ficar só em Habermas, mas usando uns pontinhos do modelo comunicativo desse menino alemão de 80 aninhos. O danadinho considera o ser mais estúpido o discípulo que segue uma teoria que não deve ser seguida, mas ser refutada, criticada, repensada, nunca repetida. Para ele, uma teoria pensada produz outra teoria e se não pensada, é porque é uma cópia da cópia... Triste fim de ser discípulo nesse caso das teorias.

Portanto, se é releitura ou epistemologia, análise crítica ou outra coisa que apresente o olhar inovador, vamos às possibilidades conceituais, à circulação cultural possibilitada pelas mediações; ao fluxo da informação que provoca uma mudança estrutural em todas as esferas, que sejam públicas, privadas, coletivas, individuais, popular ou de massa, que provoquem a inteligência coletiva ou a sociedade composta por redes e nós.

Que venha a interatividade, a participação pública e a opinião individual. Que seja feito o reino da esperança e das políticas plenas de comunicação e do direito à informação de interesse público. Que as informações fiquem ao alcance do meu tio lá na Pedreira e da minha madrinha lá na Serrota , eles que sabem usar as informações sem nunca reproduzi-las, que criam outros significados bem mais bonitos do que antes foram um dia.//

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Touch screen

Tela sensível ao toque.. mas já fui ao banco e tentei alguns comandos nessas telas, tipo touch screen, mas desobederam ao meu toque. Vejo que algumas telas deixam ou não querem ser tão sensíveis assim e desobedecem. Endurecidas e teimosas, como tantos outros desses aparelhos que estão cada vez mais descartáveis. A indústria tecnológica está fabricando produtos cada vez mais atrativos, mas que rapidamente se transformam em lixo. Queimam ou perdem algumas funções como se tivessem um comando autodestrutível nas mãos dos desavisados. 
Na verdade acompanham somente os desejos imediatos: não podem mesmo ser muito duráveis. Toda hora chega mais novidades. Agora é o IPAD. E eu nem toquei ainda no iphone.rs. A preço médio de 500 dólares, o IPAD é  um video-leitor, principalmente para ebooks, com tela touch. Tem funções de um computador, videogame, toca música, e tals, mas dizem que não acessa a net e outras coisitas mais que fazem chegar a conclusão que é proposital. Falta isso ou aquilo para que outros produtos e outras indústrias continuem no ranking comercial. Rotatividade e fluxo de mercado consumista.
Falar nisso minha tela está com acúmulo de dados: pó, poeira e sinais de dedos, e não é pelo touch, mas pelo uso contínuo e intenso.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

La disertación

O que é uma dissertação no atual momento entre estudos e dúvidas? Fazendo uma retrospectiva, lembro que, há algum tempo, o mestrado me parecia um ente. Algo que me esperaria em uma outra esfera, não classificável em Habermas ou Prokop. Um universo desconhecido mas que seria descortinado por caminhos e mapas decifráveis. Um mito talvez? Creio que sim.
Depois vieram os exercícios de desvendar  cortinas, desfazer a sensação de mito. Nada de irreal, mas concreto, conceitual. Penso que estou ainda nessa fase porque, por enquanto a sensação de mito se mescla à conceituação da hipótese em construção, estudos que confirmam ou refutam suposições. Está comigo, respirando por caminhos que teimam em surgir sob disfarces. O processo dissertativo é como lidar com um objetivo móvel, mutante, sem lugar - como diria Zigmunt Bauman, algo diluído no ar. No entanto, faz pensar, é provocativo.Um convivío dolorido e prazeroso. Descobertas e renúncias. Construção e destruição tal como a borboleta da Teoria do Caos: algum resultado tem que sair.