sábado, 27 de fevereiro de 2010

Análise de gatekeeper

Encontrei esta matéria postada no ALÉM-FRONTEIRAS, é bom reler algo que a gente escreveu há algum tempo... gostei muito de relembrar do dia, de como fiz as entrevistas, o evento todo, depois pra sentar e escrever, num trabalho de GATEKEEPER, selecionando, descartando alguns dados, recortando e contextualizando... é muito bom fazer isso.




CF em Campo GrandePDFImprimirE-mail
Publicado em : 11/ 02/ 2008 15:59

Campanha da Fraternidade 2008 emociona participantes em Campo Grande

de Cecília Soares de Paiva*

Com alimentos e objetos simbólicos de enxoval, grávidas de variados meses de gestação sentaram-se na primeira fileira de uma assembléia de mais de três mil católicos, entre religiosos e religiosas, crianças, jovens e adultos, representantes de paróquias e comunidades. Todos reunidos com o mesmo objetivo de valorizar a vida, lotando o Ginásio Poliesportivo Dom Bosco no primeiro domingo da Quaresma, dia 10 de fevereiro.
Isso se deu por ocasião da abertura da 45ª Campanha da Fraternidade na Arquidiocese de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, presidida por Dom Vitório Pavanello, que expressou com muita firmeza a importância do lema sugerido pela CNBB “Escolhe, pois, a vida.” No início do discurso, o bispo lembrou-se dos mais enfraquecidos, dos empobrecidos, dos mais frágeis e dependentes do carinho da Igreja: “da Igreja que somos todos e cada um de nós”. No decorrer de sua fala, ofereceu a Campanha da CNBB em Campo Grande a Nossa Senhora, citando a experiência da Mãe: “Queremos entregar esta Campanha aos cuidados de Nossa Senhora, primeira mulher, mãe solteira, mãe grávida, mãe incompreendida, mas que soube ser fiel à vontade de Deus e nos trouxe a vida do Salvador.” Entre as gestantes estava Lília, da Paróquia São Pedro e Márcia Freitas, da Paróquia Nossa Senhora da Glória, esta última grávida de oito meses de Eduarda, e muito atenta às palavras de Dom Vitório Pavanello.
No momento das oferendas, Dom Vitório recebeu nos braços uma cesta com um recém-nascido e todos se voltaram para a pequenina vida embrulhada com profundo cuidado. Uma intensa emoção tomou conta de todos e alguns foram às lágrimas, aplausos gerais e em pé, enquanto o bispo caminhava pela assembléia. Era João Carlos, filho de Rosemira Cordeiro, do bairro Estrela Dalva, de apenas 23 dias, ainda avermelhado e muito tranqüilo diante de tantos olhares.
Durante a celebração foi intensificado o objetivo de atrair a atenção para os cuidados em todas as fases da vida, da concepção à velhice. No momento da oração pelos falecidos, foram lembrados os tantos dizimados no estado de Mato Grosso do Sul, os sofridos pela crueldade da violência atual e os não-nascidos por causa de abortos provocados.
A participação foi muito intensa e emotiva, com manifestações de comprometimento, a exemplo de Cláudio, da Paróquia São João Bosco que, sem parar um minuto, traduziu seu louvor a uma platéia especial e atenta à sua narrativa na língua dos sinais. Outra participação especial se deu com a presença de um grupo formado por diversas paróquias, destacado pelos dizeres “Eu fui” na camiseta amarela. Eram as pessoas que foram para um acampamento de formação nos moldes dos cursos para executivos, mas adequados à evangelização, segundo explicou Naor Antonio Arruda, um dos organizadores. Para Maria Aparecida, o fato dos membros do acampamento participarem da abertura da Campanha, era a confirmação de um compromisso de vida e para a vida toda.
Promover a vida é a orientação do texto-base divulgado pela CNBB, seguindo o sistema “Ver”, “Julgar”, “Agir”, expressando a preocupação das ameaças feitas por ocasiões de atos abortivos e situações de eutanásia. O texto-base inclui explanações sobre a cultura da morte, com alertas sobre a utilização das novas tecnologias; sobre a afetividade e a sexualidade, dando enfoque para a responsabilidade em relação à AIDS e a gravidez indesejada; faz denúncias sobre a violência nos ambientes prisionais; traz conceitos da Igreja sobre a vida não-nascida, o sofrimento e a morte, além da ameaça da vida pela situação de pobreza e das questões sobre o meio ambiente.
Há explanações sobre contracepção e aborto, reprodução assistida, eugenia, células-tronco, violência, fome, suicídio e eutanásia, sendo que, em vários momentos, é citado o Documento de Aparecida, aprovado pela 5ª Conferência do Episcopado da América Latina e do Caribe, ratificando o compromisso para que todos os fiéis tenham critérios de responsabilidade com a vida, pois é “urgente a tarefa de entregar a nossos povos a vida plena e feliz que Jesus nos traz, para que cada pessoa humana viva de acordo com a dignidade que Deus lhe deu”. (389-Doc. Aparecida)
Entre momentos de concentração e de alegria, o evento teve resultados positivos e com uma organização que favoreceu a presença de cristãos oriundos de paróquias distantes, apresentando “instantes de alegria e de compromisso de fé” como reza uma das frases da oração da CF-2008.
A mobilização em defesa da vida inclui a coleta de doações que, como nos anos anteriores, é distribuída de forma que 40% do que se arrecada seja enviado para as ações nacionais da CNBB, e 60% geridos pela Arquidiocese.

Cecília Soares de Paiva, jornalista.

Fonte: www.revistamissoes.org.br

Atualizado em ( 12-Feb-2008

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