Atirar pedras: quem começou primeiro?
A estudante Mayara Petruso tomou.. E atirou pedra. Vai responder juridicamente por matar nordestinos na mente e na boca, lugares de estupidez mórbida versus fonte de sabedoria. Poderia ter saído dessa pela segunda opção. Agora vai 'se lascar'pelo resto da vida, como dizemos nós, os nordestinos. Se for embora para outro lugar e buscar o convívio de outra cultura, sempre vai encontrar um nordestino lá pertinho dela.. Somos genuínos na arte de migrar e proliferar cultural e geneticamente.
Já foi o tempo em que soltar o verbo a torto e a direito ficava sem resposta. Agora tem público de plantão para reagir. Pena que pouco politizado e que fica a mercê de entidades que tomam atitudes perante o mais fraco, deixando de atirar pedras em quem domina as situações de poder, representantes do coletivo.
Sem sair em defesa, nem perdoar pela língua de trapo da estudante por ora massacrada no espaço virtual, não dá pra deixar de pensar que a pobre é um ente em formação, estudante do campo jurídico, um dos que abrem mais portas para trabalhar perante o público - infestado de nordestinos. Podia bem ter revertido a situação e jogado novo repertório diante dos malefícios da condição social e política que temos.
De um jeito ou de outro, falar bobagem e agir com preconceito lasca qualquer um de verde e amarelo. Tudo facilitado pelo espaço virtual, com a Internet imperativa de informações de todos os tipos, num fluxo contínuo permeado de sabedoria e estupidez.
Mas bobagem dita, bobagem feita.. ecoam as vozes da indignação. Uns na defesa querendo que o povo repense quem é culpado pela formação da garota. Outros correndo com inquérito e processos(Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância de São Paulo; OAB-PE,..). A base está no preconceito e xenofobia evidenciados em um único indivíduo, mas que é representativo de muitos na sociedade.
Euzinha no meio desse fluxo - nordestina genuína, não podia deixar de dizer da emoção e do orgulho por ser parte de uma cultura tão rica, de altos e baixos, como todas o são. Sou blogada, twitada e facebookeada (credo)e inserida nessa polêmica sem fim, desde os tempos do colégio. Sem crucificar a pobre, torço por uma reação em cadeia em favor do respeito ao outro, seja por qualquer desvirtuação de direitos.
Há um caldo grosso subindo sob nossos narizes - saldo da bandalheira sobre os interesses públicos pisoteados. Afeta nossa brasilidade, nossos conceitos, nossas vidas, nossas decisões. E olha o que sobrou: pedra pra mais estúpida - uma estudante que vai ficar na história por ter soltado o veneno dos muitos que conhecemos...
...dificil é quem nao sofre bullyng social... afinal, Quem fica quieto é conivente, Quem fala demais é aproveitador do espaço dos outros,.. Portanto, RETIRE OU ATIRE a primeira pedra...
E tenho dito.
//
"Quando secam os oásis utópicos, estende-se um deserto de banalidade e perplexidade.” J.Habermas
sábado, 6 de novembro de 2010
quinta-feira, 4 de novembro de 2010
#blogdoweslleymachado: Acessibilidade
#blogdoweslleymachado: Acessibilidade: "A preocupação do vereador Fernando Mantovani (PSDB/Bauru) com a questão da acessibilidade em nossa cidade, é algo aplausível, vimos até entã..."
segunda-feira, 18 de outubro de 2010
Bah
Querido diário, saiba que já ultrapasssei essa definição de horas, dias, meses e minutos. Não se preocupe em fazer parte de um universo atemporal, portanto. A Internet é nossa, mas também nao é.
Afe, é que estou em uma tarefa que impossibilita essas marcações da antiguidade e estou largada no tempo mesozóico, era da Pangéia e dos dinossauros. Nessa tarefa, tenho de entender a composição do mundo uno, entre a futura colisão e os dinossauros que teimam em seguir um caminho que somente eles veem.
Bah, pensa comigo, como é complicado 'quedarme delante de quién no miras los proprios pies cómo los dinos", nem aprecia os novos ventos. A esses digo, eia, olha a terra, profunda mas não infinita, forte mas não inquebrável. É a Pangéia dividida que está contigo, o mundo não é só seu.
y tengo dicho//
Afe, é que estou em uma tarefa que impossibilita essas marcações da antiguidade e estou largada no tempo mesozóico, era da Pangéia e dos dinossauros. Nessa tarefa, tenho de entender a composição do mundo uno, entre a futura colisão e os dinossauros que teimam em seguir um caminho que somente eles veem.
Bah, pensa comigo, como é complicado 'quedarme delante de quién no miras los proprios pies cómo los dinos", nem aprecia os novos ventos. A esses digo, eia, olha a terra, profunda mas não infinita, forte mas não inquebrável. É a Pangéia dividida que está contigo, o mundo não é só seu.
y tengo dicho//
domingo, 17 de outubro de 2010
Marinada
Discurso de independencia
Vemos que, quem 'marinou', marina porque faz bom uso do voto e vai pela formação e INFORMAÇÃO que tem, e nao porque a líder indica quem vai sentar no trono, ou está sob os auspícios deste ou daquele programa que já foi aplicado em outros tempos.
Até o último minuto, nós eleitores, temos uma decisão de voto que faz pensar..
Essa dualidade que se instala está cada vez mais intolerável em uma época de sermos tão MULTIPLOS. SOMOS TUDO E SOMOS TODOS. queremos mais opções. Desde a ditadura é um ou outro, direita x esquerda, situação x oposição, mal x bem, bom x mau, limpo x sujo, claro x escuro, sonho x realidade, maturidade x infantilidade..
Pensamos, vivemos, sonhamos, queremos, buscamos. Somos ilusao, utopia, quereres, somos mais que maduros e infantis, ha um espaço enorme entre o céu e a terra do que supõe nossas vãs e tolas filos, quilos e litros de razão, sensibilidade e emoção.. viva a demo, cra tia...
Repasse TERRA:
Marina e PV afirmam posição "independente" no segundo turno
17 de outubro de 2010 • 14h20
Comentários
2072
1. Notícia
2. Fotos
PV vota e escolhe independência no 2º turno
Durante plenária realizada em São Paulo para decidir a posição do PV no segundo turno, a candidata derrotada do partido, Marina Silva, que teve quase 20 milhões de votos no primeiro turno e ficou em terceiro lugar, afirmou que manterá uma posição de "independência" nesse momento das eleições.
Após ler uma carta aberta aos presidenciáveis José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT), na qual reafirma sua posição e elogia a convivência política que teve com os candidatos, Marina criticou a "dualidade" que existe na política, segundo a senadora, desde a monarquia, e disse que seu posicionamento é a melhor forma de ajudar o povo brasileiro.
"Quero afirmar que o fato de não ter optado por nenhum lado nesse momento não mostra neutralidade. Uma posição de independência é a melhor forma de contribuir com o povo brasileiro. Já disse algumas vezes que me sinto muito feliz, aos 52 anos, de ter uma posição de independência e utopia. Hoje vejo que utopias não são horizontes do impossível, que nos dá rumo, a visão que temos no presente que será real e podemos conquistá-la no futuro. É com esse compromisso, maturidade política, que hoje lhes dirigi essas palavras".
Após a leitura da carta, a plenária do PV votou e apoiou a posição de "independência" de Marina Silva. No universo 92 pessoas habilitadas a votar na convenção do PV, apenas quatro se manifestaram a favor de que o partido apoiasse alguma candidatura no segundo turno das eleições.
O Portal Terra já havia adiantado a posição de Marina neste segundo turno. Em reportagem de Altino Machado, publicada em 4 de outubro, - "Destino de Marina: nem Serra nem Dilma no segundo turno" - , pessoas do círculo mais próximo da ex-candidata do PV à presidência da República revelaram as tendências de posição de Marina. Confira a matéria nos links relacionados.
Leia trechos da carta de Marina aos candidatos
"Quero afirmar que o fato de não ter optado por nenhum lado nesse momento não significa neutralidade. Creio mesmo que uma posição de independência, reafirmando ideias e propostas é a melhor forma de contribuir com o povo brasileiro. Já disse algumas vezes que me sinto muito feliz por, aos 52 anos, estar na posição de mantenedora de utopias, como os brasileiros que inspiraram minha juventude com valores políticos, humanos, sociais e espirituais. Hoje vejo que utopias não são o horizonte do impossível, mas o impulso que nos dá rumo, a visão que temos, no presente, do que será real e terreno conquistado no futuro. É com esse compromisso da maturidade pessoal e política e com a tranquilidade dada pelo apreço e respeito que tenho por ambos que ouso lhes dirigir estas palavras".
(...)
"Há que se perguntar por que PT e PSDB estão nessa lista. É uma ironia da História: dois partidos nascidos para afirmar a diversidade da sociedade brasileira, para quebrar a dualidade existente à época de suas formações, se deixaram capturar pela lógica do embate entre si até as últimas consequências. (...). O mergulho desses partidos no pragmatismo da antiga lógica empobrece o horizonte da inadiável mudança política que o país reclama. A agressividade de seu confronto pelo poder sufoca a construção de uma cultura política de paz e o debate de projetos capazes de reconhecer e absorver com naturalidade as diferentes visões, conquistas e contribuições dos diferentes segmentos da sociedade, em nome do bem-comum. (...). Paradoxalmente, PT e PSDB, duas forças que nasceram inovadoras e ainda guardam a marca de origem na qualidade de seus quadros, são hoje os fiadores desse conservadorismo renitente que coloniza a política e sacrifica qualquer utopia em nome do pragmatismo sem limites".
(...)
"Arma-se o eterno embate das realizações factuais, da guerra de números e estatísticas, da reivindicação exclusivista de autoria quase sempre sustentada em interpretações reducionistas da história. (...) Na armadilha, prende-se a sociedade brasileira, constrangida a ser apenas torcida quando deveria ser protagonista, a optar por pacotes políticos prontos que pregam a mútua aniquilação. Entendo, porém, que o primeiro turno de 2010 trouxe uma reação clara a esse estado de coisas, um sinal de seu esgotamento. A votação expressiva no projeto representado por minha candidatura e de Guilherme Leal sinaliza, sem dúvida, o desejo de um fazer político diferente. (...) Pode contribuir decisivamente para quebrar a dualidade histórica que tanto tem limitado os avanços políticos em nosso País".
(...)
"Durante o primeiro turno, quando me perguntavam sobre como iria compor o governo e ter sustentação no Congresso Nacional, sempre dizia que, em bases programáticas, iria governar com os melhores de cada partido. Peço que vejam na votação concedida à candidatura do PV algo que ultrapassa meu nome e que não se deixem levar por análises ligeiras. Esses votos não são uma soma indistinta de pendores setoriais. Eles configuram, no seu conjunto, um recado político relevante. Entendo-os como expressão de um desejo enraizado no povo brasileiro de sair do enquadramento fatalista que lhe reservaram e escolher outros valores e outros conteúdos para o desenvolvimento nacional".
(...)
"E quem tentou desqualificar principalmente o voto evangélico que me foi dado, não entendeu que aqueles com quem compartilho os valores da fé cristã evangélica, vão além da identidade espiritual. (...) perceberam que procurei respeitar a fé que professo, sem fazer dela uma arma eleitoral. Os exemplos de cristãos como Martin Luther King e Nelson Mandela e do hindu Mahatma Ghandi mostram que é possível fazer política universal com base em valores religiosos. (...) Não há porque discriminar ou estigmatizar convicções religiosas ou a ausência delas quando, mesmo diferentes, nos encontramos na vontade comum de enfrentar as distorções que pervertem o espaço da política. Entre elas, a apropriação material e imaterial indevida daquilo que é público, seja por meio de corrupção ou do apego ao poder e a privilégios; a má utilização de recursos e de instrumentos do Estado; e o boicote ao novo". (...)
(...)
"O cidadão vota 'contra' um lado, antes mesmo de ser a favor de outro. Na escolha, dá-se o contrário: o voto se constrói na história, na ampliação da cidadania, na geração de novas alternativas em uma sociedade cada vez mais complexa. A escolha, agora, estende-se a vocês. É a atitude de vocês, mais que o resultado das urnas, que pode demarcar uma evolução na prática política no Brasil".
(...)
"Não estamos apenas diante de fenômenos da natureza. O mega fenômeno com o qual temos que lidar é o do encontro da humanidade com os limites de seus modelos de vida e com o grande desafio de mudar. (...) Não se trata apenas de ter políticas ambientais corretas ou a incentivar os cidadãos a reverem seus hábitos de consumo. ÉÉ necessária nova mentalidade, novo conceito de desenvolvimento, parâmetros de qualidade de vida".
(...)
"O novo milênio que se inicia exige mais solidariedade, justiça dentro de cada sociedade e entre os países, menos desperdício e menos egoísmoExige novas formas de explorar os recursos naturais, sem esgotá-los ou poluí-los. Exige revisão de padrões de produção e um fortíssimo investimento em tecnologia, ciência e educação. É esse, em síntese, o sentido do que chamamos de Desenvolvimento Sustentável e que muitos, por desconhecimento ou má-fé, insistem em classificar como mera tentativa de agregar mais alguns cuidados ambientais ao mesmo paradigma vigente, predador de gente e natureza. É esse mesmo Desenvolvimento Sustentável que não existirá se não estiver na cabeça e no coração dos dirigentes políticos, para que possa se expressar no eixo constitutivo da força vital de governo".
(...)
"O segundo turno é uma nova chance para todos. Para candidatos e coligações comprometerem-se com propostas e programas que possam sair das urnas legitimados por um vigoroso pacto social entre eleitos e eleitores. Para os cidadãos, que podem pensar mais uma vez e tornar seu voto a expressão de uma exigência maior, de que a manutenção de conquistas alie-se à correção de erros e ao preparo para os novos desafios. Mesmo sem concorrer, estamos no segundo turno com nosso programa, que reflete as questões aqui colocadas. Esta é a nossa contribuição para que o processo eleitoral transcenda os velhos costumes e acene para a sustentabilidade política que almejamos. Como disse, ousei trazer a vocês essas reflexões, mas não como formalidade ou encenação política nesta hora tão especial na vida do País. Foi porque acredito que há terreno fértil para levarmos adiante este diálogo. Sei disso pela relação que mantive com ambos ao longo de nossa trajetória política".
"De José Serra guardo a experiência de ter contado com sua solidariedade quando, no Senado, precisei de apoio para aprovar uma inédita linha de crédito para os extrativistas da Amazônia e para criar subsídio para a borracha nativa. Serra dispôs-se a ele mesmo defender em plenário a proposta porque havia o risco de ser rejeitada, caso eu a defendesse.
Com Dilma Rousseff, tenho mais de cinco anos de convivência no governo do presidente Lula. E, para além das diferenças que marcaram nossa convivência no governo, essas diferenças não impediram de sua parte uma atitude respeitosa e disposição para a parceria, como aconteceu na elaboração do novo modelo do setor elétrico.
Estou me dirigindo a duas pessoas dignas, com origem no que há de melhor na história política do país, desde a generosidade e desprendimento da luta contra a ditadura na juventude, até a efetividade dos governos de que participaram e participam para levar o País a avanços importantes nas duas últimas décadas. Por isso me atrevo, seja quem for a assumir a Presidência da República, a chamá-los a liderar o País para além de suas razões pessoais e projetos partidários, trocando o embate por um debate fraterno em nome do Brasil"
Vemos que, quem 'marinou', marina porque faz bom uso do voto e vai pela formação e INFORMAÇÃO que tem, e nao porque a líder indica quem vai sentar no trono, ou está sob os auspícios deste ou daquele programa que já foi aplicado em outros tempos.
Até o último minuto, nós eleitores, temos uma decisão de voto que faz pensar..
Essa dualidade que se instala está cada vez mais intolerável em uma época de sermos tão MULTIPLOS. SOMOS TUDO E SOMOS TODOS. queremos mais opções. Desde a ditadura é um ou outro, direita x esquerda, situação x oposição, mal x bem, bom x mau, limpo x sujo, claro x escuro, sonho x realidade, maturidade x infantilidade..
Pensamos, vivemos, sonhamos, queremos, buscamos. Somos ilusao, utopia, quereres, somos mais que maduros e infantis, ha um espaço enorme entre o céu e a terra do que supõe nossas vãs e tolas filos, quilos e litros de razão, sensibilidade e emoção.. viva a demo, cra tia...
Repasse TERRA:
Marina e PV afirmam posição "independente" no segundo turno
17 de outubro de 2010 • 14h20
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2072
1. Notícia
2. Fotos
PV vota e escolhe independência no 2º turno
Durante plenária realizada em São Paulo para decidir a posição do PV no segundo turno, a candidata derrotada do partido, Marina Silva, que teve quase 20 milhões de votos no primeiro turno e ficou em terceiro lugar, afirmou que manterá uma posição de "independência" nesse momento das eleições.
Após ler uma carta aberta aos presidenciáveis José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT), na qual reafirma sua posição e elogia a convivência política que teve com os candidatos, Marina criticou a "dualidade" que existe na política, segundo a senadora, desde a monarquia, e disse que seu posicionamento é a melhor forma de ajudar o povo brasileiro.
"Quero afirmar que o fato de não ter optado por nenhum lado nesse momento não mostra neutralidade. Uma posição de independência é a melhor forma de contribuir com o povo brasileiro. Já disse algumas vezes que me sinto muito feliz, aos 52 anos, de ter uma posição de independência e utopia. Hoje vejo que utopias não são horizontes do impossível, que nos dá rumo, a visão que temos no presente que será real e podemos conquistá-la no futuro. É com esse compromisso, maturidade política, que hoje lhes dirigi essas palavras".
Após a leitura da carta, a plenária do PV votou e apoiou a posição de "independência" de Marina Silva. No universo 92 pessoas habilitadas a votar na convenção do PV, apenas quatro se manifestaram a favor de que o partido apoiasse alguma candidatura no segundo turno das eleições.
O Portal Terra já havia adiantado a posição de Marina neste segundo turno. Em reportagem de Altino Machado, publicada em 4 de outubro, - "Destino de Marina: nem Serra nem Dilma no segundo turno" - , pessoas do círculo mais próximo da ex-candidata do PV à presidência da República revelaram as tendências de posição de Marina. Confira a matéria nos links relacionados.
Leia trechos da carta de Marina aos candidatos
"Quero afirmar que o fato de não ter optado por nenhum lado nesse momento não significa neutralidade. Creio mesmo que uma posição de independência, reafirmando ideias e propostas é a melhor forma de contribuir com o povo brasileiro. Já disse algumas vezes que me sinto muito feliz por, aos 52 anos, estar na posição de mantenedora de utopias, como os brasileiros que inspiraram minha juventude com valores políticos, humanos, sociais e espirituais. Hoje vejo que utopias não são o horizonte do impossível, mas o impulso que nos dá rumo, a visão que temos, no presente, do que será real e terreno conquistado no futuro. É com esse compromisso da maturidade pessoal e política e com a tranquilidade dada pelo apreço e respeito que tenho por ambos que ouso lhes dirigir estas palavras".
(...)
"Há que se perguntar por que PT e PSDB estão nessa lista. É uma ironia da História: dois partidos nascidos para afirmar a diversidade da sociedade brasileira, para quebrar a dualidade existente à época de suas formações, se deixaram capturar pela lógica do embate entre si até as últimas consequências. (...). O mergulho desses partidos no pragmatismo da antiga lógica empobrece o horizonte da inadiável mudança política que o país reclama. A agressividade de seu confronto pelo poder sufoca a construção de uma cultura política de paz e o debate de projetos capazes de reconhecer e absorver com naturalidade as diferentes visões, conquistas e contribuições dos diferentes segmentos da sociedade, em nome do bem-comum. (...). Paradoxalmente, PT e PSDB, duas forças que nasceram inovadoras e ainda guardam a marca de origem na qualidade de seus quadros, são hoje os fiadores desse conservadorismo renitente que coloniza a política e sacrifica qualquer utopia em nome do pragmatismo sem limites".
(...)
"Arma-se o eterno embate das realizações factuais, da guerra de números e estatísticas, da reivindicação exclusivista de autoria quase sempre sustentada em interpretações reducionistas da história. (...) Na armadilha, prende-se a sociedade brasileira, constrangida a ser apenas torcida quando deveria ser protagonista, a optar por pacotes políticos prontos que pregam a mútua aniquilação. Entendo, porém, que o primeiro turno de 2010 trouxe uma reação clara a esse estado de coisas, um sinal de seu esgotamento. A votação expressiva no projeto representado por minha candidatura e de Guilherme Leal sinaliza, sem dúvida, o desejo de um fazer político diferente. (...) Pode contribuir decisivamente para quebrar a dualidade histórica que tanto tem limitado os avanços políticos em nosso País".
(...)
"Durante o primeiro turno, quando me perguntavam sobre como iria compor o governo e ter sustentação no Congresso Nacional, sempre dizia que, em bases programáticas, iria governar com os melhores de cada partido. Peço que vejam na votação concedida à candidatura do PV algo que ultrapassa meu nome e que não se deixem levar por análises ligeiras. Esses votos não são uma soma indistinta de pendores setoriais. Eles configuram, no seu conjunto, um recado político relevante. Entendo-os como expressão de um desejo enraizado no povo brasileiro de sair do enquadramento fatalista que lhe reservaram e escolher outros valores e outros conteúdos para o desenvolvimento nacional".
(...)
"E quem tentou desqualificar principalmente o voto evangélico que me foi dado, não entendeu que aqueles com quem compartilho os valores da fé cristã evangélica, vão além da identidade espiritual. (...) perceberam que procurei respeitar a fé que professo, sem fazer dela uma arma eleitoral. Os exemplos de cristãos como Martin Luther King e Nelson Mandela e do hindu Mahatma Ghandi mostram que é possível fazer política universal com base em valores religiosos. (...) Não há porque discriminar ou estigmatizar convicções religiosas ou a ausência delas quando, mesmo diferentes, nos encontramos na vontade comum de enfrentar as distorções que pervertem o espaço da política. Entre elas, a apropriação material e imaterial indevida daquilo que é público, seja por meio de corrupção ou do apego ao poder e a privilégios; a má utilização de recursos e de instrumentos do Estado; e o boicote ao novo". (...)
(...)
"O cidadão vota 'contra' um lado, antes mesmo de ser a favor de outro. Na escolha, dá-se o contrário: o voto se constrói na história, na ampliação da cidadania, na geração de novas alternativas em uma sociedade cada vez mais complexa. A escolha, agora, estende-se a vocês. É a atitude de vocês, mais que o resultado das urnas, que pode demarcar uma evolução na prática política no Brasil".
(...)
"Não estamos apenas diante de fenômenos da natureza. O mega fenômeno com o qual temos que lidar é o do encontro da humanidade com os limites de seus modelos de vida e com o grande desafio de mudar. (...) Não se trata apenas de ter políticas ambientais corretas ou a incentivar os cidadãos a reverem seus hábitos de consumo. ÉÉ necessária nova mentalidade, novo conceito de desenvolvimento, parâmetros de qualidade de vida".
(...)
"O novo milênio que se inicia exige mais solidariedade, justiça dentro de cada sociedade e entre os países, menos desperdício e menos egoísmoExige novas formas de explorar os recursos naturais, sem esgotá-los ou poluí-los. Exige revisão de padrões de produção e um fortíssimo investimento em tecnologia, ciência e educação. É esse, em síntese, o sentido do que chamamos de Desenvolvimento Sustentável e que muitos, por desconhecimento ou má-fé, insistem em classificar como mera tentativa de agregar mais alguns cuidados ambientais ao mesmo paradigma vigente, predador de gente e natureza. É esse mesmo Desenvolvimento Sustentável que não existirá se não estiver na cabeça e no coração dos dirigentes políticos, para que possa se expressar no eixo constitutivo da força vital de governo".
(...)
"O segundo turno é uma nova chance para todos. Para candidatos e coligações comprometerem-se com propostas e programas que possam sair das urnas legitimados por um vigoroso pacto social entre eleitos e eleitores. Para os cidadãos, que podem pensar mais uma vez e tornar seu voto a expressão de uma exigência maior, de que a manutenção de conquistas alie-se à correção de erros e ao preparo para os novos desafios. Mesmo sem concorrer, estamos no segundo turno com nosso programa, que reflete as questões aqui colocadas. Esta é a nossa contribuição para que o processo eleitoral transcenda os velhos costumes e acene para a sustentabilidade política que almejamos. Como disse, ousei trazer a vocês essas reflexões, mas não como formalidade ou encenação política nesta hora tão especial na vida do País. Foi porque acredito que há terreno fértil para levarmos adiante este diálogo. Sei disso pela relação que mantive com ambos ao longo de nossa trajetória política".
"De José Serra guardo a experiência de ter contado com sua solidariedade quando, no Senado, precisei de apoio para aprovar uma inédita linha de crédito para os extrativistas da Amazônia e para criar subsídio para a borracha nativa. Serra dispôs-se a ele mesmo defender em plenário a proposta porque havia o risco de ser rejeitada, caso eu a defendesse.
Com Dilma Rousseff, tenho mais de cinco anos de convivência no governo do presidente Lula. E, para além das diferenças que marcaram nossa convivência no governo, essas diferenças não impediram de sua parte uma atitude respeitosa e disposição para a parceria, como aconteceu na elaboração do novo modelo do setor elétrico.
Estou me dirigindo a duas pessoas dignas, com origem no que há de melhor na história política do país, desde a generosidade e desprendimento da luta contra a ditadura na juventude, até a efetividade dos governos de que participaram e participam para levar o País a avanços importantes nas duas últimas décadas. Por isso me atrevo, seja quem for a assumir a Presidência da República, a chamá-los a liderar o País para além de suas razões pessoais e projetos partidários, trocando o embate por um debate fraterno em nome do Brasil"
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
ALAI: Prefácios
O prefácio ajuda muito a adquirir uma obra sim. Imagina-se de primeira que um escritor renomado nunca abone algo fake, trash ou pó-de-serra literário!
Reprodução de texto publicado pela ALAI
America Latina em Movimento:
PREFÁCIOS
FREI BETO:
Não faço prefácios de livros. Nem apresentações. Decisão tomada há cinco anos ao não suportar pressões de neoescritores para que eu escrevesse o quanto antes. Deixar de lado meu trabalho literário para ler obra alheia, fora do meu campo de interesse naquele momento, fazia-me perder o fio da meada. Pior quando eu não gostava do texto e, ao apontar falhas ou imaturidade na escrita, e recusar o prefácio, criava uma saia justa e, em alguns casos, perdia uma amizade.
Escritores têm muitas virtudes, como a persistência de tecer (daí texto) letrinha por letrinha e de conter a ansiedade até sentir que deu o melhor de si. Porém, somos um balaio de defeitos. O mais notório é a vaidade literária. Você ousa dizer à mãe que o filho dela é horroroso? Do mesmo modo, escritores acreditam que suas obras são o máximo! Se alguém fala mal do livro, não é o livro que não presta, é o detrator que é burro, ignorante, carece de cultura para apreender o valor da obra...
Você conhece algum clássico da literatura de ficção precedido de prefácio? Prefácio é para obras antigas que requerem contextualizar o leitor hodierno. Fora disso, funciona como cartão de apresentação. Ora, se alguém vem a você apresentado por seu melhor amigo, nem por isso significa que seja simpático e confiável como seu amigo. Do mesmo modo, não há prefácio que salve a má qualidade de uma obra de ficção. Pode ser assinado por James Joyce ou Gabriel Garcia Márquez. É o livro em si que cativa ou não o leitor. Aliás, tentei três vezes ler e apreciar Ulisses do Joyce, atraído pelo prefácio de Antônio Houaiss. Devido à minha obtusidade, fracassei.
Entendo que um escritor iniciante queira ver a sua obra recomendada por autor consagrado. Também não escapei da tentação de pedir a Tristão de Athayde e Dom Paulo Evaristo Arns para prefaciarem meus dois primeiros livros: Cartas da Prisão (Agir) e Das Catacumbas (hoje incluído no volume da Agir).
Em livro de ficção prefácio não se justifica. Exceto se se trata de tragédia grega ou de obra traduzida cujo autor seja desconhecido de seu novo público. Fora disso, há que ir direto ao texto e avaliá-lo por sua qualidade intrínseca, e não pelos confetes jogados pelo prefaciador. Aliás, já li prefácios melhores que o próprio livro recomendado.
O que escritores inéditos devem fazer, frente à recusa das editoras em publicá-los, é enviar seus originais aos inúmeros concursos literários. Um livro premiado abre portas de editoras. E jamais se deixarem abater pela recusa do editor. Proust foi rejeitado por André Gide, editor da Gallimard, e Carmen Balcells, uma das mais prestigiadas agentes literárias do mundo, devolveu a Umberto Eco os originais de O nome da rosa por considerá-lo, não um romance, mas uma tese acadêmica romanceada... A editora inglesa Hogarth Press recusou os originais de Ulisses, o que Virginia Woolf, publicada por ela, considerava “uma memorável catástrofe”.
Tornar-se um autor – pois escritores há muitos – é uma tarefa árdua. Exige persistência e, sobretudo, muita leitura e tempo dedicado a escrever e reescrever inúmeras vezes o mesmo texto. Em se tratando de ficção, ele nunca está definitivamente pronto. Como dizia Paul Valéry, não se termina um romance, apenas o abandona...
Meu primeiro editor foi Ênio Silveira, da Civilização Brasileira. Perguntei a ele como saber que um livro está maduro para ser remetido à editora. Respondeu: “Nunca o faça sem estar convencido de que você fez o melhor. Não blefe consigo mesmo.”
Guimarães Rosa adotava e recomendava o hábito de, terminado um livro, deixá-lo na gaveta “descansar”, como massa de bolo, por uns meses e, então, relê-lo. O autor certamente o fará com olho crítico, aprimorando o texto. Além de seguir-lhe o conselho, sempre repasso meus originais a meia-dúzia de leitores qualificados para que façam críticas e sugestões.
- Frei Betto é escritor, autor de “Hotel Brasil – o mistério das cabeças degoladas” (Rocco), entre outros livros. www.freibetto.org – Twitter:@freibetto
Copyright 2010 – FREI BETTO – Não é permitida a reprodução deste artigo em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização do autor. Assine todos os artigos do escritor e os receberá diretamente em seu e-mail. Contato – MHPAL – Agência Literária (mhpal@terra.com.br
Reprodução de texto publicado pela ALAI
America Latina em Movimento:
PREFÁCIOS
FREI BETO:
Não faço prefácios de livros. Nem apresentações. Decisão tomada há cinco anos ao não suportar pressões de neoescritores para que eu escrevesse o quanto antes. Deixar de lado meu trabalho literário para ler obra alheia, fora do meu campo de interesse naquele momento, fazia-me perder o fio da meada. Pior quando eu não gostava do texto e, ao apontar falhas ou imaturidade na escrita, e recusar o prefácio, criava uma saia justa e, em alguns casos, perdia uma amizade.
Escritores têm muitas virtudes, como a persistência de tecer (daí texto) letrinha por letrinha e de conter a ansiedade até sentir que deu o melhor de si. Porém, somos um balaio de defeitos. O mais notório é a vaidade literária. Você ousa dizer à mãe que o filho dela é horroroso? Do mesmo modo, escritores acreditam que suas obras são o máximo! Se alguém fala mal do livro, não é o livro que não presta, é o detrator que é burro, ignorante, carece de cultura para apreender o valor da obra...
Você conhece algum clássico da literatura de ficção precedido de prefácio? Prefácio é para obras antigas que requerem contextualizar o leitor hodierno. Fora disso, funciona como cartão de apresentação. Ora, se alguém vem a você apresentado por seu melhor amigo, nem por isso significa que seja simpático e confiável como seu amigo. Do mesmo modo, não há prefácio que salve a má qualidade de uma obra de ficção. Pode ser assinado por James Joyce ou Gabriel Garcia Márquez. É o livro em si que cativa ou não o leitor. Aliás, tentei três vezes ler e apreciar Ulisses do Joyce, atraído pelo prefácio de Antônio Houaiss. Devido à minha obtusidade, fracassei.
Entendo que um escritor iniciante queira ver a sua obra recomendada por autor consagrado. Também não escapei da tentação de pedir a Tristão de Athayde e Dom Paulo Evaristo Arns para prefaciarem meus dois primeiros livros: Cartas da Prisão (Agir) e Das Catacumbas (hoje incluído no volume da Agir).
Em livro de ficção prefácio não se justifica. Exceto se se trata de tragédia grega ou de obra traduzida cujo autor seja desconhecido de seu novo público. Fora disso, há que ir direto ao texto e avaliá-lo por sua qualidade intrínseca, e não pelos confetes jogados pelo prefaciador. Aliás, já li prefácios melhores que o próprio livro recomendado.
O que escritores inéditos devem fazer, frente à recusa das editoras em publicá-los, é enviar seus originais aos inúmeros concursos literários. Um livro premiado abre portas de editoras. E jamais se deixarem abater pela recusa do editor. Proust foi rejeitado por André Gide, editor da Gallimard, e Carmen Balcells, uma das mais prestigiadas agentes literárias do mundo, devolveu a Umberto Eco os originais de O nome da rosa por considerá-lo, não um romance, mas uma tese acadêmica romanceada... A editora inglesa Hogarth Press recusou os originais de Ulisses, o que Virginia Woolf, publicada por ela, considerava “uma memorável catástrofe”.
Tornar-se um autor – pois escritores há muitos – é uma tarefa árdua. Exige persistência e, sobretudo, muita leitura e tempo dedicado a escrever e reescrever inúmeras vezes o mesmo texto. Em se tratando de ficção, ele nunca está definitivamente pronto. Como dizia Paul Valéry, não se termina um romance, apenas o abandona...
Meu primeiro editor foi Ênio Silveira, da Civilização Brasileira. Perguntei a ele como saber que um livro está maduro para ser remetido à editora. Respondeu: “Nunca o faça sem estar convencido de que você fez o melhor. Não blefe consigo mesmo.”
Guimarães Rosa adotava e recomendava o hábito de, terminado um livro, deixá-lo na gaveta “descansar”, como massa de bolo, por uns meses e, então, relê-lo. O autor certamente o fará com olho crítico, aprimorando o texto. Além de seguir-lhe o conselho, sempre repasso meus originais a meia-dúzia de leitores qualificados para que façam críticas e sugestões.
- Frei Betto é escritor, autor de “Hotel Brasil – o mistério das cabeças degoladas” (Rocco), entre outros livros. www.freibetto.org
Copyright 2010 – FREI BETTO – Não é permitida a reprodução deste artigo em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização do autor. Assine todos os artigos do escritor e os receberá diretamente em seu e-mail. Contato – MHPAL – Agência Literária (mhpal@terra.com.br
quarta-feira, 15 de setembro de 2010
Antes do Depois do onze, a viagem
Viagem ao Sul
[Sem referenciar a tragédia americana,]
Ainda com alguma relação a episódios no mundo consumista, cá estou narrando pro 'Brujula' as escolhas desta pesquisadora para ajustar o poder de compra para adquirir livros científicos -auahuahauahau.
A VIAGEM a Caxias do Sul foi super rica - de amizades e episódios que só uma pessoa com vestígios de mochileira é capaz. A Ida - de ônibus com o Santa clicando até conseguir closes dos meus sonhos. A cara amassada é tudo que se vê do tanto que consegui dormir no aperto do busão, tentando repor e compor horas de sono para o que viria. Deve ser por isso q eu contei três quebras do onibus enquanto o pessoal comentava que foram sete.
O bom foi descolar uma família maravilhosa que me recebeu - contatos extra-familiares da famosa "rede amigo do amigo". E melhor ainda o endereço - ótimo para se encontrar e circular por Caxias - a primeira e única avenida júlio de castilho. Não há outra com canteiro de flores entre as vias. Bem no comecinho dela, o monumentos aos imigrantes, à italianada cheia de histórias pra contar.. lindo.
Depois disso, e como uma caxias do dito popular, bati ponto todos os dias no grupo em que me inscrevi e ao qual iria apresentar em pleno sábado. Foi muito bom expor a abordagem que irá compor parte da dissertação. E tenho dito - fechei com a frase da linha política demagógica [contudo, resgatada no meu contexto para as deliberações e bases críticas para as possibilidades de emancipação humana.] Comunicado estava. Ainda bem que o amigão Paulo também apresentava naquele dia - Adoroooo amigaum, aguarde e confie que o pensamento comunicacional latino-americano vai ferver!
Depois disso pude dar uma passada pela banca do MANECO, livraria que tomou conta da universidade que sediou o Intercom 2010. Foi toda a economia ali, num sobrou nem pra boina que tanto queria. Ainda bem que a turma gastou bastante, pelo menos vi o que Caxias comercializa e oferece, claro que os amigos resfastelaram-se nas comidas e saídas noturnas. Como eu estava em endereço diferente, aproveitei as conversas da família que acabou sendo uma ótima cicerone em um passeio de domingo pelos monumentos de paris, digo de Caxias [ops, vi um álbum de Paris e já to pensando quando será que vou conhecer o berços das luzes]. auhauahauhau
Caxias atrai também por ser pertinho e parte de outros roteiros da serra -Gramado, Canela, Nova Petrópolis. Super atrativa tanto que alguns ficaram por lá mais um pouco, como o GESO e sua jaqueta nova para aproveitar a sauna do BLUE TOWER POWER; a Sara maravilhosa e a Viviane [praticamente uma discipula do Bolãno] para o roteiro do frio [nossa que vento geladooo].
MAS Quem brilhou no caminho do Intercom foi o 'chocolate', anjo da guarda para encontrar a trilha certa dos tantos blocos que tinhamos que atravessar e encontrar - o RU, o teatro, os grupos de pesquisa, etc etc...
A Volta - sem encontrar a boca atrativa e desocupada para fazer par à minha - foi super-mega-mais-tranquila. Finalmente todos voltaram sem quebradeira do ônibus, 'mimindo' e babandinho. Até o 'insono' do Santa mimiu, sem fotos de volta. O navio zarpando e o clone da Jessica parker e todo o seu séquito para trás..rs [toma que o fiéteu].
[Sem referenciar a tragédia americana,]
Ainda com alguma relação a episódios no mundo consumista, cá estou narrando pro 'Brujula' as escolhas desta pesquisadora para ajustar o poder de compra para adquirir livros científicos -auahuahauahau.
A VIAGEM a Caxias do Sul foi super rica - de amizades e episódios que só uma pessoa com vestígios de mochileira é capaz. A Ida - de ônibus com o Santa clicando até conseguir closes dos meus sonhos. A cara amassada é tudo que se vê do tanto que consegui dormir no aperto do busão, tentando repor e compor horas de sono para o que viria. Deve ser por isso q eu contei três quebras do onibus enquanto o pessoal comentava que foram sete.
O bom foi descolar uma família maravilhosa que me recebeu - contatos extra-familiares da famosa "rede amigo do amigo". E melhor ainda o endereço - ótimo para se encontrar e circular por Caxias - a primeira e única avenida júlio de castilho. Não há outra com canteiro de flores entre as vias. Bem no comecinho dela, o monumentos aos imigrantes, à italianada cheia de histórias pra contar.. lindo.
Depois disso, e como uma caxias do dito popular, bati ponto todos os dias no grupo em que me inscrevi e ao qual iria apresentar em pleno sábado. Foi muito bom expor a abordagem que irá compor parte da dissertação. E tenho dito - fechei com a frase da linha política demagógica [contudo, resgatada no meu contexto para as deliberações e bases críticas para as possibilidades de emancipação humana.] Comunicado estava. Ainda bem que o amigão Paulo também apresentava naquele dia - Adoroooo amigaum, aguarde e confie que o pensamento comunicacional latino-americano vai ferver!
Depois disso pude dar uma passada pela banca do MANECO, livraria que tomou conta da universidade que sediou o Intercom 2010. Foi toda a economia ali, num sobrou nem pra boina que tanto queria. Ainda bem que a turma gastou bastante, pelo menos vi o que Caxias comercializa e oferece, claro que os amigos resfastelaram-se nas comidas e saídas noturnas. Como eu estava em endereço diferente, aproveitei as conversas da família que acabou sendo uma ótima cicerone em um passeio de domingo pelos monumentos de paris, digo de Caxias [ops, vi um álbum de Paris e já to pensando quando será que vou conhecer o berços das luzes]. auhauahauhau
Caxias atrai também por ser pertinho e parte de outros roteiros da serra -Gramado, Canela, Nova Petrópolis. Super atrativa tanto que alguns ficaram por lá mais um pouco, como o GESO e sua jaqueta nova para aproveitar a sauna do BLUE TOWER POWER; a Sara maravilhosa e a Viviane [praticamente uma discipula do Bolãno] para o roteiro do frio [nossa que vento geladooo].
MAS Quem brilhou no caminho do Intercom foi o 'chocolate', anjo da guarda para encontrar a trilha certa dos tantos blocos que tinhamos que atravessar e encontrar - o RU, o teatro, os grupos de pesquisa, etc etc...
A Volta - sem encontrar a boca atrativa e desocupada para fazer par à minha - foi super-mega-mais-tranquila. Finalmente todos voltaram sem quebradeira do ônibus, 'mimindo' e babandinho. Até o 'insono' do Santa mimiu, sem fotos de volta. O navio zarpando e o clone da Jessica parker e todo o seu séquito para trás..rs [toma que o fiéteu].
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
Ainda o CDC
O Código do Consumidor na minha vida
Em uma mudança de planos por força de terceiros tive que cancelar uma compra feita por meio do Submarino-ponto-com [=exploraçao-nauta]. Tive que pagar 43 reais como taxa de cancelamento para o portal, e cerca de 30% do produto adquirido para a fornecedora.
Apesar de o Codigo do Consumidor prevê um prazo de 'arrependimento' - não tive nenhuma defesa já que os cartões de crédito prendem e contribuem com o sistema - sem saída para quem deteria o poder de compra [o dinheiro e o poder de compra só é nosso quando temos que pagar e responder dívidas]
Imagino como seria se não tivesse uma lei..
Em uma mudança de planos por força de terceiros tive que cancelar uma compra feita por meio do Submarino-ponto-com [=exploraçao-nauta]. Tive que pagar 43 reais como taxa de cancelamento para o portal, e cerca de 30% do produto adquirido para a fornecedora.
Apesar de o Codigo do Consumidor prevê um prazo de 'arrependimento' - não tive nenhuma defesa já que os cartões de crédito prendem e contribuem com o sistema - sem saída para quem deteria o poder de compra [o dinheiro e o poder de compra só é nosso quando temos que pagar e responder dívidas]
Imagino como seria se não tivesse uma lei..
sábado, 11 de setembro de 2010
E tenho dito
A esfera deliberativa em Habermas continua sofrendo grandes mudanças. Sem muita perspectiva de algum dia retomar a representatividade necessária para se reestruturar.. se depender de algum esforço coletivo, emparedando os interesses mercadológicos, é tocar o enterro que o corpo já tá na rede
sexta-feira, 10 de setembro de 2010
No mundo da vida
Preciso de uma esfera pública respirável
Qual surpresa tive com o PROCON - UNIDADE BAURU, interior de São Paulo, quando muito lindamente saí para pagar as contas hoje, um dia pleno de sol e de ar úmido pós-chuva. Resolvi ir até a unidade do famoso POUPA-TEMPO para uma pulga que me pinica há tempos.
Para começo de conversa, sinto em dizer que desse episódio, hoje fico devendo fazer qualquer elogio que corriqueiramente faço à minha vivência bauruense. Pensei que determinadas cobranças de direitos, de simples consumidora, já eram corriqueiras e de fácil cumprimento dos órgãos públicos.
o objeto: cobrança de fatura enviada por e-mail, resultando em gastos de impressão, sem intermediação bancária [direta].
a justificativa: discussão da ilegalidade de cobrança de taxa de bancos por emissão de carnês - é escolha de negócios relacionada à forma em que a produtora de bens ou serviços quer garantir seu valor de troca. Lei 4.083, de 4 de janeiro de 2008, proibitiva se não me engano no Distrito Federal, e em outras localidades [código do consumidor..]
Os envolvidos: euzinha e a máquina estatal que usa o nome de DEFENSOR DOS DIREITOS DE CONSUMIDOR, PROCON-unidade Bauru, especificamente representada por um atendimento que está na ponta do sistema invisível do Estado[nesse caso, um tanto intocável e ausente para o cidadão. humpf!]
Histórico:
parte I - a cobrança bancária já vinha sendo feita desde a primeira fatura, com reclamação imediata com a prestadora de serviço, sendo pessoalmente solicitada uma explicação daquela ilegalidade. Foi um diálogo sem resultado de convencimento - os argumentos sem embasamento de uma atendente defendendo sua posição de ser uma regra da prestadora de serviço a qual não se podia argumentar. Dali, vi que nao havia o que rebater por que até o gerente sabia da lei, mas que essa lei era para outros ou para quem quisesse cumprir (forte isso)
parte II - afronta e acinte! Assim me senti quando recebi a cobrança dos serviços por e-mail pois a prestadora de serviço trocara de agencia bancária e o boleto não seria emitido naquele mês - euzinha deveria dispor de meios para pagar. A afronta: está lá a cobrança do boleto sem ter banco nenhum no meio. Acinte!
Sem estressar [tranquilinha e educada porque esse tipo de assunto exige] fui calmamente pagar o bendito boleto, cumprir o dever de um serviço que faço uso e necessito para minha condição de vivente nesta terra. Depois disso, resolvo, muito mais calma ainda, dar um 'pulinho' no atendimento do Procon para solicitar informações de como proceder e saber como questionar e resolver essa questão que, em muitas discussões públicas já era reconhecido como direito do consumidor. Depois de pegar a senha e aguardar no 4º painel à direita [só para dizer que tudo é muito chique e cheio de boas intenções] fui atendida pelo moço aparentemente alto e magro, lá pelos seus 25 anos, amarelado pela falta de sol e talvez pela iluminação local, cara de amargurado, cabelo macilento, uniformizado e sem vontade nenhuma de estar ali. Depois disso, só uma narrativa em diálogo:
Digo eu - Boa tarde [16h e pouco] meu querido atendente. Parece triste! Num fica não que me deixa preocupada, não é bom ficar chateado.
- Pois não [gelo total]
- Muito bem, vamos direto ao assunto entao. veja esta conta de serviços. venho sendo cobrada por um boleto bancário que hoje em dia, é reconhecido como ilegal, segundo interpretação do Código do Consumidor.
- Sinto muito, mas essa reclamação não justifica. O juiz daqui, que atende Bauru [frizou a cidade] interpreta não ser proibido esse tipo de cobrança. [Fechou o diálogo]
- Não acredito que nem posso questionar isso, nem o Procon vai registrar nada porque um juiz local entende algo e por isso não passa mais nada? Mas o Procon não é estadual?
- O juiz de Bauru entende que é legal
- Em todo caso? Pois, neste caso, nem há intermediação bancária. Justifica a ilegalidade..o Procon do Estado de São Paulo num existe e foi criado para defender o consumidor? Porque ele fica a mercê de uma decisão, que pode ter sido interpretada em uma outra ocasião? Você entende?
- É assim. Olha, o Procon é do Governo. - Grumpf [deu de ombros]
- Então.. criado para defender o consumidor, para questionar esse tipo de coisa.. ainda mais que tem respaldo, tem lei criada, tem lugares que cumprem isso. Por que seria diferente se eu como consumidora, e creio que mais um monte de gente discorda dessa cobrança?
- É. eu entendo, mas o juiz decide que está correto.
- Decepção com o Procon. Por isso está decaindo na opinião pública né? Já tem pesquisa dizendo isso. Agora entendi porque voce está triste.
E tenho dito, pratico minha criticidade, estou lendo Habermas, dá nisso.
Ainda vou provocar um terceiro episódio. Afinal, vou continuar a pagar o serviço por um prazo, digamos, suficiente para propor novos argumentos, procurar outras instâncias..
Sujeito cidadão num é a toa não, pacato, ou não. Tem algum grupo de discussão, situação, local, ou mais argumentos para fundamentar o terceiro episódio?
Qual surpresa tive com o PROCON - UNIDADE BAURU, interior de São Paulo, quando muito lindamente saí para pagar as contas hoje, um dia pleno de sol e de ar úmido pós-chuva. Resolvi ir até a unidade do famoso POUPA-TEMPO para uma pulga que me pinica há tempos.
Para começo de conversa, sinto em dizer que desse episódio, hoje fico devendo fazer qualquer elogio que corriqueiramente faço à minha vivência bauruense. Pensei que determinadas cobranças de direitos, de simples consumidora, já eram corriqueiras e de fácil cumprimento dos órgãos públicos.
o objeto: cobrança de fatura enviada por e-mail, resultando em gastos de impressão, sem intermediação bancária [direta].
a justificativa: discussão da ilegalidade de cobrança de taxa de bancos por emissão de carnês - é escolha de negócios relacionada à forma em que a produtora de bens ou serviços quer garantir seu valor de troca. Lei 4.083, de 4 de janeiro de 2008, proibitiva se não me engano no Distrito Federal, e em outras localidades [código do consumidor..]
Os envolvidos: euzinha e a máquina estatal que usa o nome de DEFENSOR DOS DIREITOS DE CONSUMIDOR, PROCON-unidade Bauru, especificamente representada por um atendimento que está na ponta do sistema invisível do Estado[nesse caso, um tanto intocável e ausente para o cidadão. humpf!]
Histórico:
parte I - a cobrança bancária já vinha sendo feita desde a primeira fatura, com reclamação imediata com a prestadora de serviço, sendo pessoalmente solicitada uma explicação daquela ilegalidade. Foi um diálogo sem resultado de convencimento - os argumentos sem embasamento de uma atendente defendendo sua posição de ser uma regra da prestadora de serviço a qual não se podia argumentar. Dali, vi que nao havia o que rebater por que até o gerente sabia da lei, mas que essa lei era para outros ou para quem quisesse cumprir (forte isso)
parte II - afronta e acinte! Assim me senti quando recebi a cobrança dos serviços por e-mail pois a prestadora de serviço trocara de agencia bancária e o boleto não seria emitido naquele mês - euzinha deveria dispor de meios para pagar. A afronta: está lá a cobrança do boleto sem ter banco nenhum no meio. Acinte!
Sem estressar [tranquilinha e educada porque esse tipo de assunto exige] fui calmamente pagar o bendito boleto, cumprir o dever de um serviço que faço uso e necessito para minha condição de vivente nesta terra. Depois disso, resolvo, muito mais calma ainda, dar um 'pulinho' no atendimento do Procon para solicitar informações de como proceder e saber como questionar e resolver essa questão que, em muitas discussões públicas já era reconhecido como direito do consumidor. Depois de pegar a senha e aguardar no 4º painel à direita [só para dizer que tudo é muito chique e cheio de boas intenções] fui atendida pelo moço aparentemente alto e magro, lá pelos seus 25 anos, amarelado pela falta de sol e talvez pela iluminação local, cara de amargurado, cabelo macilento, uniformizado e sem vontade nenhuma de estar ali. Depois disso, só uma narrativa em diálogo:
Digo eu - Boa tarde [16h e pouco] meu querido atendente. Parece triste! Num fica não que me deixa preocupada, não é bom ficar chateado.
- Pois não [gelo total]
- Muito bem, vamos direto ao assunto entao. veja esta conta de serviços. venho sendo cobrada por um boleto bancário que hoje em dia, é reconhecido como ilegal, segundo interpretação do Código do Consumidor.
- Sinto muito, mas essa reclamação não justifica. O juiz daqui, que atende Bauru [frizou a cidade] interpreta não ser proibido esse tipo de cobrança. [Fechou o diálogo]
- Não acredito que nem posso questionar isso, nem o Procon vai registrar nada porque um juiz local entende algo e por isso não passa mais nada? Mas o Procon não é estadual?
- O juiz de Bauru entende que é legal
- Em todo caso? Pois, neste caso, nem há intermediação bancária. Justifica a ilegalidade..o Procon do Estado de São Paulo num existe e foi criado para defender o consumidor? Porque ele fica a mercê de uma decisão, que pode ter sido interpretada em uma outra ocasião? Você entende?
- É assim. Olha, o Procon é do Governo. - Grumpf [deu de ombros]
- Então.. criado para defender o consumidor, para questionar esse tipo de coisa.. ainda mais que tem respaldo, tem lei criada, tem lugares que cumprem isso. Por que seria diferente se eu como consumidora, e creio que mais um monte de gente discorda dessa cobrança?
- É. eu entendo, mas o juiz decide que está correto.
- Decepção com o Procon. Por isso está decaindo na opinião pública né? Já tem pesquisa dizendo isso. Agora entendi porque voce está triste.
E tenho dito, pratico minha criticidade, estou lendo Habermas, dá nisso.
Ainda vou provocar um terceiro episódio. Afinal, vou continuar a pagar o serviço por um prazo, digamos, suficiente para propor novos argumentos, procurar outras instâncias..
Sujeito cidadão num é a toa não, pacato, ou não. Tem algum grupo de discussão, situação, local, ou mais argumentos para fundamentar o terceiro episódio?
Zapatilla: CONFECOM: Continuidade das discussões
Zapatilla: CONFECOM: Continuidade das discussões: "Como se diz por aí, 'a título de repasse' chegou em minhas mãos direto da liga da justiça a mensagem sobre projeto em São Paulo afirmando qu..."
CONFECOM: Continuidade das discussões
Como se diz por aí, "a título de repasse" chegou em minhas mãos direto da liga da justiça a mensagem sobre projeto em São Paulo afirmando que continuam as discussões about CONFECOM/
Diga-se de passagem, a brasa ainda pode queimar.. entenda isso ou provoque dúvida nesta esfera pública virtual.
Cria o Conselho Estadual Parlamentar da Comunicação
No sentido de dar continuidade às discussões daquela importante Conferência, apresentamos o Projeto de Resolução nº 9, de 2010, que dispõe sobre a criação do Conselho Estadual Parlamentar de Comunicação no Estado de São Paulo.
Tendo como base algumas iniciativas semelhantes em alguns outros estados brasileiros como Rio de Janeiro, Piaui e outros, bem como as deliberações da 1ª Confecom, apresentamos na forma de Projeto de Resolução para circunscreve-lo no âmbito do Poder Legislativo. Daí a inclusão no título da palavra Parlamentar. Desta forma, a sua tramitação se restringe no âmbito desta Casa de Leis, cabendo à Mesa da Assembleia sua sanção.
Pretendemos com esta iniciativa contribuir no processo de democratização das comunicações no Estado de São Paulo.
Do gabinete Deputado Antonio Mentor
Assembléia Legislativa de São Paulo
veja parte do projeto que foi publicado no DOE de 26/08/2010, pág. 18, do Caderno Poder Legislativo:
PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 9, DE 2010
Cria o Conselho Estadual Parlamentar de Comunicação do Estado de São Paulo.
A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE SÃO PAULO DECRETA:
Artigo 1º - Fica criado o Conselho Estadual Parlamentar de Comunicação do Estado de São Paulo - CONSECOM de natureza permanente e deliberativa no âmbito de suas competências.
Artigo 2º - Compete ao CONSECOM a fiscalização, avaliação e proposição políticas estaduais de Comunicação, e a promoção dos direitos humanos mediante as seguintes atribuições:
I – contribuir para a efetivação do direito à informação, da liberdade de expressão e para a independência e o pluralismo dos meios de comunicação;
II – atuar em defesa do interesse público relacionado a atuação de veículos de comunicação de massa em âmbito estadual, abrangendo as atividades de imprensa escrita, radiofônica e televisiva, além da transmissão de imagens, sons e dados de qualquer natureza;
III – estimular a organização da população e suas entidades na implementação de medidas em defesa do interesse público na área de comunicação;
IV – contribuir para o desenvolvimento e fortalecimento do sistema público de comunicação do Estado;
V – zelar para que a aplicação das verbas de publicidade dos poderes públicos do Estado seja feita de modo a fortalecer o pluralismo nos meios de Comunicação;
VI – encaminhar e acompanhar junto aos órgãos competentes, denúncias relativas a atitudes preconceituosas de gênero, sexo, raça, credo, classe social e outros, nos meios de comunicação que atuam no âmbito do Estado conforme preceitua a Constituição Federal;
VII – acompanhar a execução e avaliar as políticas de Comunicação do Estado;
VIII – efetuar ações em defesa da dignidade da pessoa e da família em relação a programas de emissoras de radiodifusão e telecomunicações que contrariem o disposto na Constituição Federal, Constituição Estadual, Declaração Universal dos Direitos Humanos e legislação pertinente à matéria;
IX – fiscalizar o cumprimento da legislação e das normas que regulamentam a radiodifusão e as telecomunicações e sempre que necessário pedir esclarecimentos ao Ministério das Comunicações e Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL) sobre a situação das emissoras locais e os processos de outorga, renovação de concessão e autorização de serviços de radiodifusão sonora, de sons e imagens e digital.
X - formalizar e denunciar junto a esses órgãos quando alguma emissora de radiodifusão e telecomunicação desrespeitar a legislação, tudo nos conformes da Constituição Federal;
XI – articular com outros organismos ou entidades públicas e privadas ações necessárias à execução das medidas de política de comunicação;
continua... leia mais, ou ignore.. querendo é consultar o diário oficial de SP ou na net nas páginas do nobre deputado autor... se continuar dá rima
Diga-se de passagem, a brasa ainda pode queimar.. entenda isso ou provoque dúvida nesta esfera pública virtual.
Cria o Conselho Estadual Parlamentar da Comunicação
No sentido de dar continuidade às discussões daquela importante Conferência, apresentamos o Projeto de Resolução nº 9, de 2010, que dispõe sobre a criação do Conselho Estadual Parlamentar de Comunicação no Estado de São Paulo.
Tendo como base algumas iniciativas semelhantes em alguns outros estados brasileiros como Rio de Janeiro, Piaui e outros, bem como as deliberações da 1ª Confecom, apresentamos na forma de Projeto de Resolução para circunscreve-lo no âmbito do Poder Legislativo. Daí a inclusão no título da palavra Parlamentar. Desta forma, a sua tramitação se restringe no âmbito desta Casa de Leis, cabendo à Mesa da Assembleia sua sanção.
Pretendemos com esta iniciativa contribuir no processo de democratização das comunicações no Estado de São Paulo.
Do gabinete Deputado Antonio Mentor
Assembléia Legislativa de São Paulo
veja parte do projeto que foi publicado no DOE de 26/08/2010, pág. 18, do Caderno Poder Legislativo:
PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 9, DE 2010
Cria o Conselho Estadual Parlamentar de Comunicação do Estado de São Paulo.
A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE SÃO PAULO DECRETA:
Artigo 1º - Fica criado o Conselho Estadual Parlamentar de Comunicação do Estado de São Paulo - CONSECOM de natureza permanente e deliberativa no âmbito de suas competências.
Artigo 2º - Compete ao CONSECOM a fiscalização, avaliação e proposição políticas estaduais de Comunicação, e a promoção dos direitos humanos mediante as seguintes atribuições:
I – contribuir para a efetivação do direito à informação, da liberdade de expressão e para a independência e o pluralismo dos meios de comunicação;
II – atuar em defesa do interesse público relacionado a atuação de veículos de comunicação de massa em âmbito estadual, abrangendo as atividades de imprensa escrita, radiofônica e televisiva, além da transmissão de imagens, sons e dados de qualquer natureza;
III – estimular a organização da população e suas entidades na implementação de medidas em defesa do interesse público na área de comunicação;
IV – contribuir para o desenvolvimento e fortalecimento do sistema público de comunicação do Estado;
V – zelar para que a aplicação das verbas de publicidade dos poderes públicos do Estado seja feita de modo a fortalecer o pluralismo nos meios de Comunicação;
VI – encaminhar e acompanhar junto aos órgãos competentes, denúncias relativas a atitudes preconceituosas de gênero, sexo, raça, credo, classe social e outros, nos meios de comunicação que atuam no âmbito do Estado conforme preceitua a Constituição Federal;
VII – acompanhar a execução e avaliar as políticas de Comunicação do Estado;
VIII – efetuar ações em defesa da dignidade da pessoa e da família em relação a programas de emissoras de radiodifusão e telecomunicações que contrariem o disposto na Constituição Federal, Constituição Estadual, Declaração Universal dos Direitos Humanos e legislação pertinente à matéria;
IX – fiscalizar o cumprimento da legislação e das normas que regulamentam a radiodifusão e as telecomunicações e sempre que necessário pedir esclarecimentos ao Ministério das Comunicações e Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL) sobre a situação das emissoras locais e os processos de outorga, renovação de concessão e autorização de serviços de radiodifusão sonora, de sons e imagens e digital.
X - formalizar e denunciar junto a esses órgãos quando alguma emissora de radiodifusão e telecomunicação desrespeitar a legislação, tudo nos conformes da Constituição Federal;
XI – articular com outros organismos ou entidades públicas e privadas ações necessárias à execução das medidas de política de comunicação;
continua... leia mais, ou ignore.. querendo é consultar o diário oficial de SP ou na net nas páginas do nobre deputado autor... se continuar dá rima
segunda-feira, 30 de agosto de 2010
30 anos dos encontros missionários de São Paulo
Participaram do encontro representantes do Conselho Missionária Diocesano de Bauru (COMIDI), incluindo sua coordenadora Célia Catarina e Cecília de Paiva (Jornalista).
Conselho Missionário de São Paulo realiza seu 30º Encontro Estadual
30/08/2010 | Cecília de Paiva e Jaime C. Patias
"Chamados e Enviados em Missão Ad gentes"
O Conselho Missionário do Regional Sul 1 da CNBB, que abrange o Estado de São Paulo, realizou, entre os dias 27 e 29 de agosto, na Casa São Francisco, em Presidente Prudente, a 600 quilômetros de São Paulo, seu 30º Encontro Estadual. Durante a solenidade de abertura, realizada na noite do dia 27, os participantes receberam a imagem de Nossa Senhora Aparecida e os símbolos das dioceses que compõem a Província Eclesiástica de Botucatu responsável por acolher o evento (Presidente Prudente, Assis, Ourinhos, Bauru, Botucatu, Lins, Jaime C. Patias Celebração marca os 30 Anos do COMIRE Sul 1 Araçatuba e Marília). Na ocasião, dom José Maria Libório, bispo emérito de Presidente Prudente, ressaltou a maternidade universal de Maria, a mãe do Salvador que participa do nascimento da Igreja missionária. Destacou também a importância da fidelidade e do compromisso com a Missão, à exemplo de Maria.
Para o coordenador do COMIRE Sul 1, Robson Luiz Ferreira, "a realização do 30º Encontro significa um marco na história do Conselho Missionário de São Paulo, e evidencia o comprometimento das dioceses e forças missionárias presentes no Estado. Não há como trabalhar a Missão sem a comunhão, e não dá pra fazer comunhão sem se encontrar" disse Robson ao dar as boas vindas aos participantes.
Impossibilitado de participar, dom Vicente Costa, bispo de Jundiaí e novo Referencial para o COMIRE Sul 1, enviou mensagem e bênçãos desejando um frutuoso trabalho. "Realmente as dioceses do nosso Regional precisam cada vez mais se tornar missionárias, dispostas a irem à outra margem", escreveu dom Vicente. Enviaram mensagem ainda, dom Sérgio Castriani, responsável pela Ação Missionária da CNBB, e dom Benedito Gonçalves dos Santos, bispo de Presidente Prudente em visita na Amazônia.
Padre Everton Aparecido, coordenador missionário da Sub-Região Pastoral de Botucatu, destacou a importância da programação que além do estudo do tema "Chamados e Enviados em Missão Ad gentes" abriu espaço para testemunhos de missionárias e missionários em missão além fronteiras, partilha da Infância e Adolescência Missionária - IAM, da Juventude Missionária - JM, apresentações culturais e cinco oficinas de trabalho sobre a Missão no mundo digital, a Campanha Missionária 2010, diálogo Inter-religioso, Paróquia e Missão Ad Gentes e Missionários Leigos.Jaime C. Patias Renovação do Batismo
Na missa que recordou os 30 anos do COMIRE Sul 1, padre Alcides Costa, superior provincial dos padres Combonianos, lembrou que a Igreja é missionária na sua essência. "O sangue que corre nas suas veias é a Missão. Ela está no seu DNA" enfatizou padre Alcides sublinhando que foi a partir dessa preocupação que o COMIRE tem contribuído para despertar a consciência missionária. As experiências missionárias nas igrejas locais e além fronteiras acontecem há bem mais de 30 anos, mas o COMIRE "contribuiu para o surgimento do Conselho Missionário Nacional - COMINA. Hoje precisamos seguir enfrentando os desafios missionários tendo olho clínico para ir ao encontro do outro, onde a missão acontece de fato," concluiu padre Alcides. A missa contou com a presença de dom Emílio Pignoli, bispo emérito da Diocese de Campo Limpo.
Debatendo o tema "Chamados e Enviados em Missão Ad gentes, padre Sávio Corinaldesi, secretário nacional da Pontifícia Obra de São Pedro Apóstolo, sublinhou aspectos essenciais do ser missionário. "Quem me fez nascer na fé?" perguntou para em seguida frisar que precisamos redescobrir as origens da nossa fé em Jesus Cristo que nos foi repassada por alguém. "A partir dessa riqueza temos o compromisso de continuar a caminhada na história. Nós não temos o direito de parar o que conquistamos com tanto sacrifício. Nossa preocupação é com o mundo inteiro", disse padre Sávio. O assessor das POM insistiu na necessidade de organizar, nas paróquias, grupos de animação missionária para articular ação evangelizadora da Igreja local orientada para o mundo.
O 30º Encontro do COMIRE Sul 1encerrou com uma missa de envio presidida por dom José Maria Libório seguida de almoço e despedida. Participaram do Encontro 135 pessoas, representando 24 dioceses das 41 presentes no Estado de São Paulo. Criada em 1960, este ano, a diocese de Presidente Prudente, que sediou o evento celebra seu Jubileu de Ouro. O próximo Encontro, em 2011 será na cidade de Santos.
Fonte: Revista Missões
Conselho Missionário de São Paulo realiza seu 30º Encontro Estadual
30/08/2010 | Cecília de Paiva e Jaime C. Patias
"Chamados e Enviados em Missão Ad gentes"
O Conselho Missionário do Regional Sul 1 da CNBB, que abrange o Estado de São Paulo, realizou, entre os dias 27 e 29 de agosto, na Casa São Francisco, em Presidente Prudente, a 600 quilômetros de São Paulo, seu 30º Encontro Estadual. Durante a solenidade de abertura, realizada na noite do dia 27, os participantes receberam a imagem de Nossa Senhora Aparecida e os símbolos das dioceses que compõem a Província Eclesiástica de Botucatu responsável por acolher o evento (Presidente Prudente, Assis, Ourinhos, Bauru, Botucatu, Lins, Jaime C. Patias Celebração marca os 30 Anos do COMIRE Sul 1 Araçatuba e Marília). Na ocasião, dom José Maria Libório, bispo emérito de Presidente Prudente, ressaltou a maternidade universal de Maria, a mãe do Salvador que participa do nascimento da Igreja missionária. Destacou também a importância da fidelidade e do compromisso com a Missão, à exemplo de Maria.
Para o coordenador do COMIRE Sul 1, Robson Luiz Ferreira, "a realização do 30º Encontro significa um marco na história do Conselho Missionário de São Paulo, e evidencia o comprometimento das dioceses e forças missionárias presentes no Estado. Não há como trabalhar a Missão sem a comunhão, e não dá pra fazer comunhão sem se encontrar" disse Robson ao dar as boas vindas aos participantes.
Impossibilitado de participar, dom Vicente Costa, bispo de Jundiaí e novo Referencial para o COMIRE Sul 1, enviou mensagem e bênçãos desejando um frutuoso trabalho. "Realmente as dioceses do nosso Regional precisam cada vez mais se tornar missionárias, dispostas a irem à outra margem", escreveu dom Vicente. Enviaram mensagem ainda, dom Sérgio Castriani, responsável pela Ação Missionária da CNBB, e dom Benedito Gonçalves dos Santos, bispo de Presidente Prudente em visita na Amazônia.
Padre Everton Aparecido, coordenador missionário da Sub-Região Pastoral de Botucatu, destacou a importância da programação que além do estudo do tema "Chamados e Enviados em Missão Ad gentes" abriu espaço para testemunhos de missionárias e missionários em missão além fronteiras, partilha da Infância e Adolescência Missionária - IAM, da Juventude Missionária - JM, apresentações culturais e cinco oficinas de trabalho sobre a Missão no mundo digital, a Campanha Missionária 2010, diálogo Inter-religioso, Paróquia e Missão Ad Gentes e Missionários Leigos.Jaime C. Patias Renovação do Batismo
Na missa que recordou os 30 anos do COMIRE Sul 1, padre Alcides Costa, superior provincial dos padres Combonianos, lembrou que a Igreja é missionária na sua essência. "O sangue que corre nas suas veias é a Missão. Ela está no seu DNA" enfatizou padre Alcides sublinhando que foi a partir dessa preocupação que o COMIRE tem contribuído para despertar a consciência missionária. As experiências missionárias nas igrejas locais e além fronteiras acontecem há bem mais de 30 anos, mas o COMIRE "contribuiu para o surgimento do Conselho Missionário Nacional - COMINA. Hoje precisamos seguir enfrentando os desafios missionários tendo olho clínico para ir ao encontro do outro, onde a missão acontece de fato," concluiu padre Alcides. A missa contou com a presença de dom Emílio Pignoli, bispo emérito da Diocese de Campo Limpo.
Debatendo o tema "Chamados e Enviados em Missão Ad gentes, padre Sávio Corinaldesi, secretário nacional da Pontifícia Obra de São Pedro Apóstolo, sublinhou aspectos essenciais do ser missionário. "Quem me fez nascer na fé?" perguntou para em seguida frisar que precisamos redescobrir as origens da nossa fé em Jesus Cristo que nos foi repassada por alguém. "A partir dessa riqueza temos o compromisso de continuar a caminhada na história. Nós não temos o direito de parar o que conquistamos com tanto sacrifício. Nossa preocupação é com o mundo inteiro", disse padre Sávio. O assessor das POM insistiu na necessidade de organizar, nas paróquias, grupos de animação missionária para articular ação evangelizadora da Igreja local orientada para o mundo.
O 30º Encontro do COMIRE Sul 1encerrou com uma missa de envio presidida por dom José Maria Libório seguida de almoço e despedida. Participaram do Encontro 135 pessoas, representando 24 dioceses das 41 presentes no Estado de São Paulo. Criada em 1960, este ano, a diocese de Presidente Prudente, que sediou o evento celebra seu Jubileu de Ouro. O próximo Encontro, em 2011 será na cidade de Santos.
Fonte: Revista Missões
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
No gerundio
Parei um pouco para os dias de reflexão, de olhar meu objeto com olhos de pesquisador, lá de longe, distanciada da emoção.
Voltei e vi que teria que reconquistar a pesquisa depois de te-la descoberto e chegado a conclusão de que era boa. agora estou no gerúndio: refletindo, estudando, mestrando e correndo para os braços de Lattes.
Além de obervar o trabaho do IPEA, no interesse da pesquisa, http://www.ipea.gov.br/portal
Voltei e vi que teria que reconquistar a pesquisa depois de te-la descoberto e chegado a conclusão de que era boa. agora estou no gerúndio: refletindo, estudando, mestrando e correndo para os braços de Lattes.
Além de obervar o trabaho do IPEA, no interesse da pesquisa, http://www.ipea.gov.br/portal
terça-feira, 13 de julho de 2010
Cinema
Eles não usam black tie
Programação do Sesc Bauru - O cinema engajado de Leon Hirszman - após o filme, palestra e debate com o historiador e professor em comunicação Maximiliano, o Max, verdadeiro mestre e incentivador do pensamento!
Inesquecível, vale a pena registrar:
Em São Paulo, em 1980, o jovem operário Tião e sua namorada Maria decidem casar-se ao saber que a moça está grávida. Ao mesmo tempo, eclode um movimento grevista que divide a categoria metalúrgica. Preocupado com o casamento e temendo perder o emprego, Tião fura a greve, entrando em conflito com o pai, Otávio, um velho militante sindical que passou três anos na cadeia durante o regime militar.
Ficha Técnica
Título original: Eles não Usam Black-Tie
Gênero: Drama
Duração: 134 min.
Lançamento (Brasil): 1981
Distribuição: Embrafilme
Direção: Leon Hirszman
Roteiro: Gianfrancesco Guarnieri e Leon Hirszman
Produção: Leon Hirszman Produções e Embrafilme
Música: Adoniran Barbosa, Chico Buarque de Hollanda e Gianfrancesco Guarnieri
Fotografia: Lauro Escorel
Desenho de produção: Jefferson Albuquerque Júnior e Marcos Weinstock
Figurino: Yurika Yamasaki
Edição: Eduardo Escorel
Elenco
Gianfrancesco Guarnieri
Paulo José
Francisco Milani (Santini)
Milton Gonçalves (Bráulio)
Fernanda Montenegro
Bete Mendes
Antônio Petrin
Carlos Alberto Riccelli
Carlos Augusto Strazzer
Anselmo Vasconcelos
Nelson Xavier
Flávio Guarnieri
Lélia Abramo
Gésio Abreu
João Acaiabe
Maurício Amalfi
José Araújo
Jalusa Barcelos
Fernando Bezerra
Luiz Carlos Borges
Oduvaldo Brito
Aldo Bueno
Cachimbo
Leide Câmara
Rosiete Cavalcanti
Renato Consorte
Carlos Costa
Denoy de Oliveira
Walter Cruz
Eduardo da Conceição
Francisca da Conceição
Antônio Joaquim da Silva
Fernando Ramos Da Silva
Genésio de Barros
Rafael de Carvalho
Antonio De Pieri
Mercedes Dias
Ricardo Dias
João França
Maria Júlia Gomes
Cilas Gregório
Antonio Leite
Teresa Maldonado
Dirce Marques
Gilberto Moura
Maria Letícia Nascimento
Lizete Negreiros
Lene Nunes
Fernando Peixoto
Israel Pinheiro
Amaury Pinto
Almir Ribeiro
Cristina Rodrigues
Wilson Silva
Luiz Tedax
Tony Wilson
Programação do Sesc Bauru - O cinema engajado de Leon Hirszman - após o filme, palestra e debate com o historiador e professor em comunicação Maximiliano, o Max, verdadeiro mestre e incentivador do pensamento!
Inesquecível, vale a pena registrar:
Em São Paulo, em 1980, o jovem operário Tião e sua namorada Maria decidem casar-se ao saber que a moça está grávida. Ao mesmo tempo, eclode um movimento grevista que divide a categoria metalúrgica. Preocupado com o casamento e temendo perder o emprego, Tião fura a greve, entrando em conflito com o pai, Otávio, um velho militante sindical que passou três anos na cadeia durante o regime militar.
Ficha Técnica
Título original: Eles não Usam Black-Tie
Gênero: Drama
Duração: 134 min.
Lançamento (Brasil): 1981
Distribuição: Embrafilme
Direção: Leon Hirszman
Roteiro: Gianfrancesco Guarnieri e Leon Hirszman
Produção: Leon Hirszman Produções e Embrafilme
Música: Adoniran Barbosa, Chico Buarque de Hollanda e Gianfrancesco Guarnieri
Fotografia: Lauro Escorel
Desenho de produção: Jefferson Albuquerque Júnior e Marcos Weinstock
Figurino: Yurika Yamasaki
Edição: Eduardo Escorel
Elenco
Gianfrancesco Guarnieri
Paulo José
Francisco Milani (Santini)
Milton Gonçalves (Bráulio)
Fernanda Montenegro
Bete Mendes
Antônio Petrin
Carlos Alberto Riccelli
Carlos Augusto Strazzer
Anselmo Vasconcelos
Nelson Xavier
Flávio Guarnieri
Lélia Abramo
Gésio Abreu
João Acaiabe
Maurício Amalfi
José Araújo
Jalusa Barcelos
Fernando Bezerra
Luiz Carlos Borges
Oduvaldo Brito
Aldo Bueno
Cachimbo
Leide Câmara
Rosiete Cavalcanti
Renato Consorte
Carlos Costa
Denoy de Oliveira
Walter Cruz
Eduardo da Conceição
Francisca da Conceição
Antônio Joaquim da Silva
Fernando Ramos Da Silva
Genésio de Barros
Rafael de Carvalho
Antonio De Pieri
Mercedes Dias
Ricardo Dias
João França
Maria Júlia Gomes
Cilas Gregório
Antonio Leite
Teresa Maldonado
Dirce Marques
Gilberto Moura
Maria Letícia Nascimento
Lizete Negreiros
Lene Nunes
Fernando Peixoto
Israel Pinheiro
Amaury Pinto
Almir Ribeiro
Cristina Rodrigues
Wilson Silva
Luiz Tedax
Tony Wilson
Pastoral Afro no Brasil
Publicação interessante:
http://www.revistamissoes.org.br/artigos/ler/id/1088
http://www.cnbb.org.br/site/afro-brasileira/4082-a-superacao-do-racismo
A superação do racismo
Apesar de ter conquistado espaço, a Pastoral Afro no Brasil enfrenta resistência mesmo naquelas questões que estão de acordo com os documentos e com o magistério da Igreja. Essa é a opinião de dom Gilio Felicio, o primeiro negro a chegar ao episcopado na arquidiocese de Salvador, na Bahia, em 1998, onde criou a Pastoral Afro. Poucos meses depois foi transferido para a cidade de Cruz das Almas, a 160 quilômetros da capital baiana. Gaúcho de Lageado, diocese de Santa Cruz do Sul, dom Gilio, em 2002 passou a ser o bispo de Bagé, RS. Desde a década de 80 acompanha e participa do Movimento Negro Católico junto aos Agentes Pastorais Negros. Em 1989 começou a participar do Instituto MARIAMA, uma articulação nacional de padres, bispos e diáconos negros, do qual foi presidente por dois mandatos. Foi até 2007 o bispo coordenador da Pastoral Afro-Brasileira, na CNBB. Participando do XVI Congresso Eucarístico Nacional, realizado logo após o término da 48ª Asssembleia Geral da CNBB, em Brasília, dom Gilio falou à revista Missões.
Qual a sua avaliação sobre a última Assembleia Geral dos Bispos do Brasil?
Foi uma grande benção para nós, bispos, que pudemos nos encontrar e fazer um rica convivência em Brasília pensando as coisas que são realizadas neste coração do Brasil, que definem a vida e a missão do país para o dinamismo interno e as relações internacionais. Evidentemente, a Igreja tem uma mensagem muito rica a apresentar para que de fato o país consiga formar uma comunidade, uma pátria amada, humanamente equilibrada, espiritualmente forte, vocacionalmente fecunda e com um desenvolvimento integral para todos. Analisamos e procuramos apresentar nosso posicionamento diante desta proposta em relação à defesa dos direitos humanos, reafirmando a posição da Igreja. Ao mesmo tempo aprovamos encaminhamentos a respeito da consideração e atitude dos brasileiros diante do uso dos recursos que a natureza oferece. Lembramos a necessidade urgente da reforma agrária, da política agrícola. Encaminhamos propostas para que a CNBB tenha na sua literatura elementos que farão as comunidades refletirem, rezarem e ajudarem os governantes.
A Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja e as CEBs também foram temas refletidos?
A escolha de um grande tema prioritário é para fazer com que as comunidades sejam conhecidas, estimadas e fortalecidas na missão importantíssima que têm, de ser centro de evangelização e ao mesmo tempo centros de fortalecimento da consciência cidadã e também uma fonte de garantia de uma construção a partir dessas pequenas células de uma sociedade viva, justa e fraterna. Estas são comunidades que têm também a vocação de favorecer a partir da meditação da Palavra de Deus a oração e o compromisso com os desafios, fortalecer a cultura vocacional. Isto é, na medida em que as dioceses forem favorecendo as pequenas comunidade, as CEBs e também as novas comunidades, nós teremos um serviço eficaz para o despertar das várias vocações que favoreçam uma Igreja Povo de Deus toda ministerial.
Dizem que no Brasil não há racismo. Por que então há tão poucos padres e bispos negros brasileiros?
Esta é uma questão que de certa forma foi abordada e a Assembleia aconteceu enquanto o Brasil, de certa forma comemorou, mas também procurou mostrar o significado do 13 de maio, que oficialmente é proclamado como o Dia da Abolição da Escravatura. A CNBB elaborou um documento lembrando que na memória de mais um aniversário da Abolição deve-se fazer uma reflexão muito grande. Em primeiro lugar, a Igreja precisa continuar essa caminhada bonita de libertação dos condicionamentos que foram criados no tempo da escravidão e, portanto, dos mecanismos de exclusão dos valores africanos e afro-descendentes. Ao mesmo tempo, a Igreja, a partir do Documento de Aparecida, deve lutar para conhecer, assumir, estimar e promover os valores afro-descendentes. E, claro, colocar a sua missão cristã a serviço dos negros e negras que estão necessitando de uma força, de auto-estima, do dom de Deus presente na negritude, necessitando de políticas afirmativas, enfim, de serem atendidos nas suas carências, em seus gritos por socorro, mas ao mesmo tempo, no sentido de poderem participar e oferecer, como dizia o papa João Paulo II, em Santo Domingo, os seus valores culturais para enriquecer a Igreja e a sociedade.
Como está organizada a Pastoral Afro no Brasil?
No Brasil nós temos um Secretariado de Pastoral Afro, que marca presença na sede da CNBB junto ao Conselho de Assessoria da Ação Evangelizadora da Igreja. Este Secretariado acompanha e assessora a Pastoral Afro que está presente em quase todas as dioceses do país. Evidentemente, essa Pastoral está ligada ao Secretariado Latino-Americano e Caribenho de Pastoral Afro – SEPAFRO, do qual sou o responsável. Esse Secretariado seria a Seção Afro-Americana e faz parte do Departamento de Educação e Cultura do Conselho Episcopal Latino-Americano – CELAM.
A Pastoral Afro encontra certa resistência em algumas dioceses. Quais seriam as maiores dificuldades?
Várias dioceses ainda não iniciaram essa pastoral exatamente em virtude desses condicionamentos da época da escravidão e da situação que pesa ainda na sociedade e na Igreja, do racismo, da discriminação racial e assim por diante. Percebemos na sociedade brasileira boa vontade com vários Centros e Entidades até em nível ministerial que estão trabalhando em favor da população negra. Mas há um longo caminho de superação desse condicionamento racista. Também, uma das dificuldades que encontramos na Igreja é a questão do diálogo ecumênico e inter-religioso. Nesse diálogo, nós não podemos fugir dos interlocutores que pertencem às religiões de matrizes africanas. Quando se estabelecem os encaminhamentos, quando esses diálogos começam, há uma resistência bastante grande. Um sonho que a Igreja tem é a inculturação da sua ação evangelizadora. Esse caminho também é bastante espinhoso, com muitas incompreensões. Evidentemente que a caminhada que se faz não é perfeita, mas há uma resistência mesmo naqueles passos que são dados e que estão absolutamente de acordo com os documentos e com o magistério da Igreja.
Se a Eucaristia é mistério tão poderoso, para suscitar a Missão, o que enfraquece o dinamismo missionário de tantos cristãos?
O pano de fundo é exatamente o que diz o Documento de Aparecida quando fala da profundidade e da verdade do Encontro com o mistério de Jesus Cristo. Na medida em que isso acontece verdadeiramente, a Ação Evangelizadora se torna eficaz. Vemos isso em outras confissões religiosas: mesmo não entendendo o mistério, as pessoas simples, entusiasmadas dão um recado que toca o coração da sociedade. Na medida em que os diversos ministérios dentro da Igreja se entusiasmarem e se deixarem dinamizar pela força do Espírito Santo na vivência da vontade de Deus, concretizando a Boa Nova de Jesus Cristo, tranquilamente acontece muita coisa bonita. Eu tenho várias experiências em periferias, nas quais muitas vezes o padre não vai, mas, alguma pessoa simples se entusiasma e vai deixando que esta luz toque o coração da vizinhança e de repente surge uma Comunidade de Base ou um movimento eclesial que passa a estabelecer uma novidade, às vezes transformando todo um edifício numa comunidade. Nem sempre o ministério ordenado dá conta da evangelização que deve acontecer. Os leigos têm um protagonismo que nós não podemos desprezar, embora, na nossa tradição católica é importantíssimo que tenhamos uma abundância do ministério ordenado.
Jaime Carlos Patias, imc, é diretor da revista Missões. Publicada na revista Missões, N. 7 Jul-Ago 2010
http://www.revistamissoes.org.br/artigos/ler/id/1088
http://www.cnbb.org.br/site/afro-brasileira/4082-a-superacao-do-racismo
A superação do racismo
Apesar de ter conquistado espaço, a Pastoral Afro no Brasil enfrenta resistência mesmo naquelas questões que estão de acordo com os documentos e com o magistério da Igreja. Essa é a opinião de dom Gilio Felicio, o primeiro negro a chegar ao episcopado na arquidiocese de Salvador, na Bahia, em 1998, onde criou a Pastoral Afro. Poucos meses depois foi transferido para a cidade de Cruz das Almas, a 160 quilômetros da capital baiana. Gaúcho de Lageado, diocese de Santa Cruz do Sul, dom Gilio, em 2002 passou a ser o bispo de Bagé, RS. Desde a década de 80 acompanha e participa do Movimento Negro Católico junto aos Agentes Pastorais Negros. Em 1989 começou a participar do Instituto MARIAMA, uma articulação nacional de padres, bispos e diáconos negros, do qual foi presidente por dois mandatos. Foi até 2007 o bispo coordenador da Pastoral Afro-Brasileira, na CNBB. Participando do XVI Congresso Eucarístico Nacional, realizado logo após o término da 48ª Asssembleia Geral da CNBB, em Brasília, dom Gilio falou à revista Missões.
Qual a sua avaliação sobre a última Assembleia Geral dos Bispos do Brasil?
Foi uma grande benção para nós, bispos, que pudemos nos encontrar e fazer um rica convivência em Brasília pensando as coisas que são realizadas neste coração do Brasil, que definem a vida e a missão do país para o dinamismo interno e as relações internacionais. Evidentemente, a Igreja tem uma mensagem muito rica a apresentar para que de fato o país consiga formar uma comunidade, uma pátria amada, humanamente equilibrada, espiritualmente forte, vocacionalmente fecunda e com um desenvolvimento integral para todos. Analisamos e procuramos apresentar nosso posicionamento diante desta proposta em relação à defesa dos direitos humanos, reafirmando a posição da Igreja. Ao mesmo tempo aprovamos encaminhamentos a respeito da consideração e atitude dos brasileiros diante do uso dos recursos que a natureza oferece. Lembramos a necessidade urgente da reforma agrária, da política agrícola. Encaminhamos propostas para que a CNBB tenha na sua literatura elementos que farão as comunidades refletirem, rezarem e ajudarem os governantes.
A Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja e as CEBs também foram temas refletidos?
A escolha de um grande tema prioritário é para fazer com que as comunidades sejam conhecidas, estimadas e fortalecidas na missão importantíssima que têm, de ser centro de evangelização e ao mesmo tempo centros de fortalecimento da consciência cidadã e também uma fonte de garantia de uma construção a partir dessas pequenas células de uma sociedade viva, justa e fraterna. Estas são comunidades que têm também a vocação de favorecer a partir da meditação da Palavra de Deus a oração e o compromisso com os desafios, fortalecer a cultura vocacional. Isto é, na medida em que as dioceses forem favorecendo as pequenas comunidade, as CEBs e também as novas comunidades, nós teremos um serviço eficaz para o despertar das várias vocações que favoreçam uma Igreja Povo de Deus toda ministerial.
Dizem que no Brasil não há racismo. Por que então há tão poucos padres e bispos negros brasileiros?
Esta é uma questão que de certa forma foi abordada e a Assembleia aconteceu enquanto o Brasil, de certa forma comemorou, mas também procurou mostrar o significado do 13 de maio, que oficialmente é proclamado como o Dia da Abolição da Escravatura. A CNBB elaborou um documento lembrando que na memória de mais um aniversário da Abolição deve-se fazer uma reflexão muito grande. Em primeiro lugar, a Igreja precisa continuar essa caminhada bonita de libertação dos condicionamentos que foram criados no tempo da escravidão e, portanto, dos mecanismos de exclusão dos valores africanos e afro-descendentes. Ao mesmo tempo, a Igreja, a partir do Documento de Aparecida, deve lutar para conhecer, assumir, estimar e promover os valores afro-descendentes. E, claro, colocar a sua missão cristã a serviço dos negros e negras que estão necessitando de uma força, de auto-estima, do dom de Deus presente na negritude, necessitando de políticas afirmativas, enfim, de serem atendidos nas suas carências, em seus gritos por socorro, mas ao mesmo tempo, no sentido de poderem participar e oferecer, como dizia o papa João Paulo II, em Santo Domingo, os seus valores culturais para enriquecer a Igreja e a sociedade.
Como está organizada a Pastoral Afro no Brasil?
No Brasil nós temos um Secretariado de Pastoral Afro, que marca presença na sede da CNBB junto ao Conselho de Assessoria da Ação Evangelizadora da Igreja. Este Secretariado acompanha e assessora a Pastoral Afro que está presente em quase todas as dioceses do país. Evidentemente, essa Pastoral está ligada ao Secretariado Latino-Americano e Caribenho de Pastoral Afro – SEPAFRO, do qual sou o responsável. Esse Secretariado seria a Seção Afro-Americana e faz parte do Departamento de Educação e Cultura do Conselho Episcopal Latino-Americano – CELAM.
A Pastoral Afro encontra certa resistência em algumas dioceses. Quais seriam as maiores dificuldades?
Várias dioceses ainda não iniciaram essa pastoral exatamente em virtude desses condicionamentos da época da escravidão e da situação que pesa ainda na sociedade e na Igreja, do racismo, da discriminação racial e assim por diante. Percebemos na sociedade brasileira boa vontade com vários Centros e Entidades até em nível ministerial que estão trabalhando em favor da população negra. Mas há um longo caminho de superação desse condicionamento racista. Também, uma das dificuldades que encontramos na Igreja é a questão do diálogo ecumênico e inter-religioso. Nesse diálogo, nós não podemos fugir dos interlocutores que pertencem às religiões de matrizes africanas. Quando se estabelecem os encaminhamentos, quando esses diálogos começam, há uma resistência bastante grande. Um sonho que a Igreja tem é a inculturação da sua ação evangelizadora. Esse caminho também é bastante espinhoso, com muitas incompreensões. Evidentemente que a caminhada que se faz não é perfeita, mas há uma resistência mesmo naqueles passos que são dados e que estão absolutamente de acordo com os documentos e com o magistério da Igreja.
Se a Eucaristia é mistério tão poderoso, para suscitar a Missão, o que enfraquece o dinamismo missionário de tantos cristãos?
O pano de fundo é exatamente o que diz o Documento de Aparecida quando fala da profundidade e da verdade do Encontro com o mistério de Jesus Cristo. Na medida em que isso acontece verdadeiramente, a Ação Evangelizadora se torna eficaz. Vemos isso em outras confissões religiosas: mesmo não entendendo o mistério, as pessoas simples, entusiasmadas dão um recado que toca o coração da sociedade. Na medida em que os diversos ministérios dentro da Igreja se entusiasmarem e se deixarem dinamizar pela força do Espírito Santo na vivência da vontade de Deus, concretizando a Boa Nova de Jesus Cristo, tranquilamente acontece muita coisa bonita. Eu tenho várias experiências em periferias, nas quais muitas vezes o padre não vai, mas, alguma pessoa simples se entusiasma e vai deixando que esta luz toque o coração da vizinhança e de repente surge uma Comunidade de Base ou um movimento eclesial que passa a estabelecer uma novidade, às vezes transformando todo um edifício numa comunidade. Nem sempre o ministério ordenado dá conta da evangelização que deve acontecer. Os leigos têm um protagonismo que nós não podemos desprezar, embora, na nossa tradição católica é importantíssimo que tenhamos uma abundância do ministério ordenado.
Jaime Carlos Patias, imc, é diretor da revista Missões. Publicada na revista Missões, N. 7 Jul-Ago 2010
sexta-feira, 9 de julho de 2010
Crítica de mídia
Entre a Copa e as eleições, o silêncio da apuração
Cecília de Paiva, mestranda em comunicação
Artigo publicado no Observatório Plural http://www2.faac.unesp.br/blog/obsmidia/2010/06/29/entre-a-copa-e-as-eleicoes-o-silencio-da-apuracao/
e Revista Missões - http://www.revistamissoes.org.br/artigos/ler/id/1075
No dia 11 de maio de 2010, a mídia, em todos os seus segmentos, noticiou a chacina de seis moradores de rua na região do Jaçanã, em São Paulo. O acontecimento foi explorado até o dia seguinte nos jornais de todo o Brasil, entre mídia eletrônica, impressa e digital. Depois disso, o silêncio da apuração.
Diante do segundo semestre de 2010, entre duas das grandes pautas midiáticas – a Copa do Mundo e as eleições presidenciais, não poderíamos deixar de refletir acerca da ausência de muitas outras pautas no cotidiano dos meios de comunicação, principalmente no que se refere à apuração de crimes, como a chacina de Jaçanã, que ocorreu na véspera da convocação da Seleção brasileira na Copa.
Começou aí toda a atenção para a Copa, entre coletivas, programas de rádio e televisão, enquetes, debates e diversas manifestações nas comunidades da Internet. A lista era composta por jogadores conhecidos da mídia, e cada característica deles motivou novas pautas Brasil afora, apresentando suas histórias de vida, familiares, lugares e comunidades onde haviam jogado e vivido.
Naquele dia, em relação à chacina, os diversos tipos de mídia utilizaram a linha do anonimato para os envolvidos, destacando os termos “os moradores de rua”, “os homens assassinados”, “as pessoas assassinadas”. Os assassinos foram caracterizados apenas como “homens armados” ou “cinco homens em três motos”, como em matéria da Folha de S. Paulo. Durante a semana, poucos acréscimos se fizeram: a morte da quinta e da sexta vítimas ocorreu depois, sendo uma delas no hospital. Noticiado como mais um entre tantos acontecimentos da madrugada, nada se sabe do prosseguimento das investigações do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa, DHPP, sob encargo do delegado Luís Fernando Lopes Teixeira, como divulgado na época. Foi suficiente dizer que havia suspeita de envolvimento das vítimas com drogas e bastou.
A ocorrência desse tipo de crime deve suscitar investigações em todas as dimensões do assunto, incluindo o envolvimento das conjunturas sociais até que se esgote o tema. Seja por vingança ou não, representou um caso em meio a vários que envolvem as pessoas que supostamente vivem nas ruas. Na condição indefesa em que se encontram, tais pessoas são, literalmente, alvo fácil para serem assassinadas e até queimadas, como o foi o pataxó Galdino em Brasília.
Entre duas pautas de tanta atenção como a Copa e as eleições, é possível perceber um jornalismo acanhado na defesa do direito à informação. Omissões jornalísticas provocam a morte prematura de pautas, imprensadas entre a agitação midiática e o silêncio de assuntos que demandam averiguações.
Cecília de Paiva, mestranda em comunicação
Artigo publicado no Observatório Plural http://www2.faac.unesp.br/blog/obsmidia/2010/06/29/entre-a-copa-e-as-eleicoes-o-silencio-da-apuracao/
e Revista Missões - http://www.revistamissoes.org.br/artigos/ler/id/1075
No dia 11 de maio de 2010, a mídia, em todos os seus segmentos, noticiou a chacina de seis moradores de rua na região do Jaçanã, em São Paulo. O acontecimento foi explorado até o dia seguinte nos jornais de todo o Brasil, entre mídia eletrônica, impressa e digital. Depois disso, o silêncio da apuração.
Diante do segundo semestre de 2010, entre duas das grandes pautas midiáticas – a Copa do Mundo e as eleições presidenciais, não poderíamos deixar de refletir acerca da ausência de muitas outras pautas no cotidiano dos meios de comunicação, principalmente no que se refere à apuração de crimes, como a chacina de Jaçanã, que ocorreu na véspera da convocação da Seleção brasileira na Copa.
Começou aí toda a atenção para a Copa, entre coletivas, programas de rádio e televisão, enquetes, debates e diversas manifestações nas comunidades da Internet. A lista era composta por jogadores conhecidos da mídia, e cada característica deles motivou novas pautas Brasil afora, apresentando suas histórias de vida, familiares, lugares e comunidades onde haviam jogado e vivido.
Naquele dia, em relação à chacina, os diversos tipos de mídia utilizaram a linha do anonimato para os envolvidos, destacando os termos “os moradores de rua”, “os homens assassinados”, “as pessoas assassinadas”. Os assassinos foram caracterizados apenas como “homens armados” ou “cinco homens em três motos”, como em matéria da Folha de S. Paulo. Durante a semana, poucos acréscimos se fizeram: a morte da quinta e da sexta vítimas ocorreu depois, sendo uma delas no hospital. Noticiado como mais um entre tantos acontecimentos da madrugada, nada se sabe do prosseguimento das investigações do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa, DHPP, sob encargo do delegado Luís Fernando Lopes Teixeira, como divulgado na época. Foi suficiente dizer que havia suspeita de envolvimento das vítimas com drogas e bastou.
A ocorrência desse tipo de crime deve suscitar investigações em todas as dimensões do assunto, incluindo o envolvimento das conjunturas sociais até que se esgote o tema. Seja por vingança ou não, representou um caso em meio a vários que envolvem as pessoas que supostamente vivem nas ruas. Na condição indefesa em que se encontram, tais pessoas são, literalmente, alvo fácil para serem assassinadas e até queimadas, como o foi o pataxó Galdino em Brasília.
Entre duas pautas de tanta atenção como a Copa e as eleições, é possível perceber um jornalismo acanhado na defesa do direito à informação. Omissões jornalísticas provocam a morte prematura de pautas, imprensadas entre a agitação midiática e o silêncio de assuntos que demandam averiguações.
quinta-feira, 8 de julho de 2010
espaço eleitoral
Menos brilho na copa. agora vem as eleições e já estou admirada pelo tanto de babões à sombra dos políticos.
Hoje a Dilma em Bauru foi de assustar.. estou sem palavras pela turba que a acompanha.
Vou ficar de olho é na Marina, torcendo para dar de virada. E ela dá pouca confiança a babões..
Hoje a Dilma em Bauru foi de assustar.. estou sem palavras pela turba que a acompanha.
Vou ficar de olho é na Marina, torcendo para dar de virada. E ela dá pouca confiança a babões..
terça-feira, 25 de maio de 2010
Dia de jacaré
Em um dia de campo, pleno domingo, estava a passeio com parentes e amigos admirando a paisagem. Enquanto caminhava me deparei com um lago perfeito... tão calmo:
- Parece ótimo dar um mergulhinho e relaxar. Disse e já fui entrando borda a dentro.
- Ei.. você não sabe desse lago? Nem um Indiana Jones sobrevive. Não passa do primeiro minuto aí dentro. Não entre aí - gritou alguém.
Já era. E logo no primeiro submergir eu vi o que significava o alerta: jacarés.
Era um lago recheado deles, todos muito grandes e com a boca maior ainda, vinham deslizando rapidamente na minha direção. Na primeira coisa que encontrei subi em cima e comecei a correr. Digo nadar... ou era remar?
No primeiro momento não compreendi se era uma prancha ou um daqueles caiaques, ou algo parecido, só sei que tinha que me movimentar antes que fosse abocanhada. Olhava pra um, desviava, já havia outro me encarando. Eram mais de três ao mesmo tempo e, enquanto manobrava para desviar, lá estavam mais quatro a minha frente.
Quando vi que eram dois de boca aberta e um outro dando meia volta para me encarar melhor, em um segundo me vi segurando o rabo desse que me dera as costas. Era a arma que precisava. Não sei que forças tive, mas, segurando firme a ponta do rabo do jacaré desavisado, fui batendo nas outras cabeças que pensavam que eu ia ser o petisco do dia. De desviada em desviada até conseguir sair do lago sem descer da prancha, que agora estava nítida e me ajudava a deslisar e a bater sem parar no que via de boca aberta à minha frente.
Foi tão rápida a saída quanto fora a minha entrada.
Na superfície, todos olharam para mim sem entender muito o que se passara, e os que haviam testemunhado aquilo, sem reagir diante de tanta manobra que eu devia ter feito, muito mais do que a de um filme de aventuras do senhor Jones.
- Não minha gente, isso não merece elogio, porque fui precipitada ao entrar em um lago quieto demais e que, com tanta gente por perto, devia antes ter perguntado porque estava sem ninguém dentro. - Mas isso falei bem baixo e já saí dali para diminuir a tensão e o susto que havia quebrado a calmaria do dia.
Rapidamente me troquei e mais apressada, segui rumo ao aeroporto. Tinha um vôo marcado para dali a meia hora... Sem táxi por perto, entrei no primeiro ônibus que encontrei. Agora só restavam quinze minutos... Mas era tempo suficiente para correr escadaria abaixo e acima, mas por certo chegaria!
Acordei!
Ontem não assisti a nenhum filme de aventura, só estou fazendo anotações para a dissertação...
- Parece ótimo dar um mergulhinho e relaxar. Disse e já fui entrando borda a dentro.
- Ei.. você não sabe desse lago? Nem um Indiana Jones sobrevive. Não passa do primeiro minuto aí dentro. Não entre aí - gritou alguém.
Já era. E logo no primeiro submergir eu vi o que significava o alerta: jacarés.
Era um lago recheado deles, todos muito grandes e com a boca maior ainda, vinham deslizando rapidamente na minha direção. Na primeira coisa que encontrei subi em cima e comecei a correr. Digo nadar... ou era remar?
No primeiro momento não compreendi se era uma prancha ou um daqueles caiaques, ou algo parecido, só sei que tinha que me movimentar antes que fosse abocanhada. Olhava pra um, desviava, já havia outro me encarando. Eram mais de três ao mesmo tempo e, enquanto manobrava para desviar, lá estavam mais quatro a minha frente.
Quando vi que eram dois de boca aberta e um outro dando meia volta para me encarar melhor, em um segundo me vi segurando o rabo desse que me dera as costas. Era a arma que precisava. Não sei que forças tive, mas, segurando firme a ponta do rabo do jacaré desavisado, fui batendo nas outras cabeças que pensavam que eu ia ser o petisco do dia. De desviada em desviada até conseguir sair do lago sem descer da prancha, que agora estava nítida e me ajudava a deslisar e a bater sem parar no que via de boca aberta à minha frente.
Foi tão rápida a saída quanto fora a minha entrada.
Na superfície, todos olharam para mim sem entender muito o que se passara, e os que haviam testemunhado aquilo, sem reagir diante de tanta manobra que eu devia ter feito, muito mais do que a de um filme de aventuras do senhor Jones.
- Não minha gente, isso não merece elogio, porque fui precipitada ao entrar em um lago quieto demais e que, com tanta gente por perto, devia antes ter perguntado porque estava sem ninguém dentro. - Mas isso falei bem baixo e já saí dali para diminuir a tensão e o susto que havia quebrado a calmaria do dia.
Rapidamente me troquei e mais apressada, segui rumo ao aeroporto. Tinha um vôo marcado para dali a meia hora... Sem táxi por perto, entrei no primeiro ônibus que encontrei. Agora só restavam quinze minutos... Mas era tempo suficiente para correr escadaria abaixo e acima, mas por certo chegaria!
Acordei!
Ontem não assisti a nenhum filme de aventura, só estou fazendo anotações para a dissertação...
segunda-feira, 17 de maio de 2010
Ciclovia
...antes de falar em construir ciclovias, falta considerar o ciclista como um cidadão.
Hoje um carro do tipo sedan passou rente ao meio-fio por onde eu estava e fui empurrada na marra para fora do percurso em que prosseguia, como uma matéria insignificante e sem direitos.
Foi uma batida leve e sem barulho pelo menos para a motorista - ainda deu para perceber que era uma distinta senhora em seu carro último tipo. Bateu o espelho retrovisor no meu corpo - causou em mim um susto desagradável - contudo, a motorista prosseguiu sem nenhuma reação, parecendo nem perceber a dobrada do espelho retrovisor do lado do carona, deixando menos uma possibilidade de visão da triste cidadã.
Imaginei os trabalhadores que usam esse tipo de transporte todos os dias em Bauru, obrigados a cumprirem horários, e a chegar nos seus locais de trabalho para as suas tarefas. Observei vários deles - pois era hora do "rush" - fazendo malarismos e solidários com a minha "empurrada" e reprovando a dita cuja que prosseguiu em seu "carrão".
O que podíamos fazer? É igual ao caso da mulher que foi assaltada dentro da delegacia, lutou com os assaltandos e o delegado ficou olhando, pensando que era briga de marido e mulher: será que ainda podemos pelo menos RECLAMAR PRO BISPO? como a mulher falou na entrevista?
Falta participação pública, reclamação continuada, mexer com os colhões do poder para que sejam cumpridos os direitos básicos de cidadania, com políticas sérias, fortalecidas e compreensíveis por todos.
Ciclista não é considerado cidadão pelo poder público nem por pessoas que usam outros tipos de transportes que, se podem, passam por cima. Falta solidariedade entre aqueles que, sendo também usuários do trânsito, poderiam somar forças para que as intervenções públicas contribuam para o cumprimento de direitos e promoção de melhorias na sociedade.
Falta a ciclovia do respeito pelo outro.
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Hoje um carro do tipo sedan passou rente ao meio-fio por onde eu estava e fui empurrada na marra para fora do percurso em que prosseguia, como uma matéria insignificante e sem direitos.
Foi uma batida leve e sem barulho pelo menos para a motorista - ainda deu para perceber que era uma distinta senhora em seu carro último tipo. Bateu o espelho retrovisor no meu corpo - causou em mim um susto desagradável - contudo, a motorista prosseguiu sem nenhuma reação, parecendo nem perceber a dobrada do espelho retrovisor do lado do carona, deixando menos uma possibilidade de visão da triste cidadã.
Imaginei os trabalhadores que usam esse tipo de transporte todos os dias em Bauru, obrigados a cumprirem horários, e a chegar nos seus locais de trabalho para as suas tarefas. Observei vários deles - pois era hora do "rush" - fazendo malarismos e solidários com a minha "empurrada" e reprovando a dita cuja que prosseguiu em seu "carrão".
O que podíamos fazer? É igual ao caso da mulher que foi assaltada dentro da delegacia, lutou com os assaltandos e o delegado ficou olhando, pensando que era briga de marido e mulher: será que ainda podemos pelo menos RECLAMAR PRO BISPO? como a mulher falou na entrevista?
Falta participação pública, reclamação continuada, mexer com os colhões do poder para que sejam cumpridos os direitos básicos de cidadania, com políticas sérias, fortalecidas e compreensíveis por todos.
Ciclista não é considerado cidadão pelo poder público nem por pessoas que usam outros tipos de transportes que, se podem, passam por cima. Falta solidariedade entre aqueles que, sendo também usuários do trânsito, poderiam somar forças para que as intervenções públicas contribuam para o cumprimento de direitos e promoção de melhorias na sociedade.
Falta a ciclovia do respeito pelo outro.
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domingo, 16 de maio de 2010
texto bom de ler
reflexão é bom e eu gosto!!..
---------------------------------------------------------------------------Olho quem me olha
Frei Betto
Imagine uma prisão redonda como o estádio do Maracanã. Há vários andares de celas. Nenhuma possui porta, de modo que um único carcereiro, situado na guarita no centro da construção circular, controla sozinho o movimento de centenas de prisioneiros.
Este o modelo panótico de Bentham, descrito por Michel Foucault em Vigiar e Punir. Muitas penitenciárias o adotaram. Tive oportunidade de visitar uma delas, na Ilha da Juventude, em Cuba, construída antes de Revolução e, hoje, desativada.
Vivemos agora numa sociedade panótica. Em qualquer lugar que nos encontramos, um olho nos vê. Somos vistos; quase nunca vemos quem nos vê. Não me refiro apenas às câmeras discretas ou ocultas em ruas e prédios, elevadores e lojas. O mais poderoso olho é a TV, exatamente esse aparelho que julgamos decidir quando e o que veremos.
Ligamos a TV motivados por seu olho invisível; ele suscita em nós essa atitude. Antes de a emissora colocar no ar uma peça publicitária ou um programa, vários testes são realizados, de modo a assegurar ao anunciante ou patrocinador o êxito de audiência. Conhece-se o olhar alheio através de exaustivas pesquisas de opinião.
Isso influi inclusive na (des)qualidade da arte. Agora, o artista não cria a partir de sua subjetividade e imaginação. Antes, procura satisfazer o olhar do público. Ele se olha pelo olho do consumidor de sua obra. Sua fonte de inspiração não reside na ousadia de romper e ultrapassar a linguagem estética que o precede, de expressar os anjos e demônios que lhe povoam a alma, e sim na vontade de agradar o público, criar um mercado de consumo para a sua obra, ainda que à custa de banalizar o próprio talento. O olho promissor do mercado configura seu olhar no ato criativo.
Todo esse processo foi expressivamente tratado em obras como 1984, de George Orwell (1949), e Fahrenheit 451, de Ray Bradbury (1953), filmado em 1966 por François Truffaut. O fenômeno atual mais expressivo é o Big Brother, que promove arrebanhamento dos telespectadores, faz todos se sentirem irmãos, igualizados pela imbecilidade voyeurista de observar o ritual canibalizador que ocorre no interior da casa.
Induzidos por esse sentimento egogregário, perdemos a singularidade. O olho do Grande Irmão nos olha peremptoriamente e nos exige um comportamento de rebanho humano.
Outrora havia uma economia de bens materiais institucionalmente separada de uma economia de bens espirituais. Desses últimos cuidavam padres e pastores, intelectuais e professores, artistas e escritores.
Agora, a indústria de entretenimento se encarrega da produção de bens espirituais, integrando-nos na família televisual. O avatar nos chega pela janela eletrônica. Os novos bens espirituais já não imprimem sentido altruísta às nossas vidas, e sim motivações egóticas de acesso ao mercado de produtos supérfluos, fama, beleza e riqueza. Somos impelidos a consumir, não a refletir. Sempre mais acríticos, nos tornamos ventríloquos manipulados pela ideologia midiática que repudia a solidariedade e exalta a competitividade.
Em A doce vida, filme de Fellini, a última cena mostra o fim da noite boêmia de gente da alta burguesia. Caminham todos, tropegamente, por um bosque em direção ao mar. Ao chegar à praia, a ébria alegria se choca com o imenso olho inerte de um monstro marinho (uma imensa água-viva) que os pescadores arrastam rumo à areia.
O olho olha aquela gente e gera angústia e medo, como se a despisse de sua falsa alegria e a interpelasse no fundo da alma.
É este olho crítico que tanto tememos. E quando ele emerge, os oráculos do sistema neoliberal tratam de tentar cegá-lo e afundá-lo. Ele ameaça porque funciona como espelho no qual o nosso olhar reverbera e olha a mediocridade na qual estamos atolados, movidos como rebanho pelo Grande Imã – o entretenimento televisivo centrado do estímulo ao consumismo.
- Frei Betto é escritor, autor de “Maricota e o mundo das letras”, lançamento infanto-juvenil da editora Mercuryo Jovem.
Copyright 2010 – FREI BETTO - É proibida a reprodução deste artigo em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização. Contato – MHPAL – Agência Literária (mhpal@terra.com.br)
http://alainet.org/active/38213?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+ALEMtitulares+%28Titulares+de+America+Latina+en+Movimiento%29
---------------------------------------------------------------------------Olho quem me olha
Frei Betto
Imagine uma prisão redonda como o estádio do Maracanã. Há vários andares de celas. Nenhuma possui porta, de modo que um único carcereiro, situado na guarita no centro da construção circular, controla sozinho o movimento de centenas de prisioneiros.
Este o modelo panótico de Bentham, descrito por Michel Foucault em Vigiar e Punir. Muitas penitenciárias o adotaram. Tive oportunidade de visitar uma delas, na Ilha da Juventude, em Cuba, construída antes de Revolução e, hoje, desativada.
Vivemos agora numa sociedade panótica. Em qualquer lugar que nos encontramos, um olho nos vê. Somos vistos; quase nunca vemos quem nos vê. Não me refiro apenas às câmeras discretas ou ocultas em ruas e prédios, elevadores e lojas. O mais poderoso olho é a TV, exatamente esse aparelho que julgamos decidir quando e o que veremos.
Ligamos a TV motivados por seu olho invisível; ele suscita em nós essa atitude. Antes de a emissora colocar no ar uma peça publicitária ou um programa, vários testes são realizados, de modo a assegurar ao anunciante ou patrocinador o êxito de audiência. Conhece-se o olhar alheio através de exaustivas pesquisas de opinião.
Isso influi inclusive na (des)qualidade da arte. Agora, o artista não cria a partir de sua subjetividade e imaginação. Antes, procura satisfazer o olhar do público. Ele se olha pelo olho do consumidor de sua obra. Sua fonte de inspiração não reside na ousadia de romper e ultrapassar a linguagem estética que o precede, de expressar os anjos e demônios que lhe povoam a alma, e sim na vontade de agradar o público, criar um mercado de consumo para a sua obra, ainda que à custa de banalizar o próprio talento. O olho promissor do mercado configura seu olhar no ato criativo.
Todo esse processo foi expressivamente tratado em obras como 1984, de George Orwell (1949), e Fahrenheit 451, de Ray Bradbury (1953), filmado em 1966 por François Truffaut. O fenômeno atual mais expressivo é o Big Brother, que promove arrebanhamento dos telespectadores, faz todos se sentirem irmãos, igualizados pela imbecilidade voyeurista de observar o ritual canibalizador que ocorre no interior da casa.
Induzidos por esse sentimento egogregário, perdemos a singularidade. O olho do Grande Irmão nos olha peremptoriamente e nos exige um comportamento de rebanho humano.
Outrora havia uma economia de bens materiais institucionalmente separada de uma economia de bens espirituais. Desses últimos cuidavam padres e pastores, intelectuais e professores, artistas e escritores.
Agora, a indústria de entretenimento se encarrega da produção de bens espirituais, integrando-nos na família televisual. O avatar nos chega pela janela eletrônica. Os novos bens espirituais já não imprimem sentido altruísta às nossas vidas, e sim motivações egóticas de acesso ao mercado de produtos supérfluos, fama, beleza e riqueza. Somos impelidos a consumir, não a refletir. Sempre mais acríticos, nos tornamos ventríloquos manipulados pela ideologia midiática que repudia a solidariedade e exalta a competitividade.
Em A doce vida, filme de Fellini, a última cena mostra o fim da noite boêmia de gente da alta burguesia. Caminham todos, tropegamente, por um bosque em direção ao mar. Ao chegar à praia, a ébria alegria se choca com o imenso olho inerte de um monstro marinho (uma imensa água-viva) que os pescadores arrastam rumo à areia.
O olho olha aquela gente e gera angústia e medo, como se a despisse de sua falsa alegria e a interpelasse no fundo da alma.
É este olho crítico que tanto tememos. E quando ele emerge, os oráculos do sistema neoliberal tratam de tentar cegá-lo e afundá-lo. Ele ameaça porque funciona como espelho no qual o nosso olhar reverbera e olha a mediocridade na qual estamos atolados, movidos como rebanho pelo Grande Imã – o entretenimento televisivo centrado do estímulo ao consumismo.
- Frei Betto é escritor, autor de “Maricota e o mundo das letras”, lançamento infanto-juvenil da editora Mercuryo Jovem.
Copyright 2010 – FREI BETTO - É proibida a reprodução deste artigo em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização. Contato – MHPAL – Agência Literária (mhpal@terra.com.br)
http://alainet.org/active/38213?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+ALEMtitulares+%28Titulares+de+America+Latina+en+Movimiento%29
Estou falando mais do mesmo...
Começo um algo, termino um outro...
Teimo menos, faço mais...
Corro devagar, descanso acelerado, volto para a escrita,
Aposto sem medo, aumento minha calma.
Parei tudo e me sinto vazia. Retomo tão logo parei.
vou escrever sobre tudo, adequar a linguagem, depois escrevo para mim..
Começo um algo, termino um outro...
Teimo menos, faço mais...
Corro devagar, descanso acelerado, volto para a escrita,
Aposto sem medo, aumento minha calma.
Parei tudo e me sinto vazia. Retomo tão logo parei.
vou escrever sobre tudo, adequar a linguagem, depois escrevo para mim..
terça-feira, 11 de maio de 2010
Desceleção*
A chacina ontem, em São Paulo, de mais de cinco moradores de rua - falando politicamente correto - não tirou o brilho da convocação dos jogadores para a copa 2010. Restou um sobrevivente que deixou, por pouco, de ser mais uma vítima, não tivesse fugido a tempo.
Três homens armados desceram de suas motos e, sem retirar os capacetes, atiraram.
Sem identificação dos assassinos, sem identificação dos assassinados.
Os jornais identificam como 'moradores de rua', 'os homens assassinados', 'as pessoas assassinadas'. Não apuraram a notícia, nao motivaram identificação, não se preocuparam em acompanhar o desenrolar das investigações. Triste fim de Policarpo Quaresma?
Agora me digam - quem são os convocados para a Copa 2010? - coletivas, debates, programas de rádio, de tevê, enquetes, debates e comunidades manifestam-se na Internet, e por aí vai. Quem se manteve em luto ou se preocupou com as famílias desses 'homens' selecionados para morrer? Será que eram somente homens e ainda jovens, já que vemos mulheres, jovens,velhos e crianças nessas condições?
Claro que um acontecimento não suplanta o outro - nem estou falando em analogia. Mas não prescinde a indiferença, a falta de solidariedade e a despreocupação de pelo menos daquele que noticia um caso desses. Foi noticiado nada mais do que um simples acontecimento da madrugada.
Pior que não é de hoje. De acordo com o jornal A Tarde, ocorreram na Bahia duas chacinas antes de completar o primeiro mês de 2010, sendo uma, com um jovem de 25 e outro de 27 anos. E há muito mais até chegarmos à inesquecível Chacina da Candelária.
Mas é dia de convocação, de seleção... A copa vem aí. Uns ficaram de fora e muitos outros entristecidos, e o povo em debate, reclamando da seleção do Dunga, que os convocados não foram uma boa escolha. Aos escolhidos, parabéns em fazer parte da seleção de convocados em meio a outros tipos de seleção de brasileiros, como aqueles que esperam pelo menos não ser o alvo do dia. Que só esperam encontrar um abrigo menos gelado, um teto menos úmido, que nem pensam em ser torcida, muito menos se terão diante de si, um aparelho de tevê para ver mais esse espetáculo verde amarelo. Linda pátria e lindas cores que disfarçam uma triste indiferença.//
*trocadilho: descida de seleção, dos sem seleção.
Três homens armados desceram de suas motos e, sem retirar os capacetes, atiraram.
Sem identificação dos assassinos, sem identificação dos assassinados.
Os jornais identificam como 'moradores de rua', 'os homens assassinados', 'as pessoas assassinadas'. Não apuraram a notícia, nao motivaram identificação, não se preocuparam em acompanhar o desenrolar das investigações. Triste fim de Policarpo Quaresma?
Agora me digam - quem são os convocados para a Copa 2010? - coletivas, debates, programas de rádio, de tevê, enquetes, debates e comunidades manifestam-se na Internet, e por aí vai. Quem se manteve em luto ou se preocupou com as famílias desses 'homens' selecionados para morrer? Será que eram somente homens e ainda jovens, já que vemos mulheres, jovens,velhos e crianças nessas condições?
Claro que um acontecimento não suplanta o outro - nem estou falando em analogia. Mas não prescinde a indiferença, a falta de solidariedade e a despreocupação de pelo menos daquele que noticia um caso desses. Foi noticiado nada mais do que um simples acontecimento da madrugada.
Pior que não é de hoje. De acordo com o jornal A Tarde, ocorreram na Bahia duas chacinas antes de completar o primeiro mês de 2010, sendo uma, com um jovem de 25 e outro de 27 anos. E há muito mais até chegarmos à inesquecível Chacina da Candelária.
Mas é dia de convocação, de seleção... A copa vem aí. Uns ficaram de fora e muitos outros entristecidos, e o povo em debate, reclamando da seleção do Dunga, que os convocados não foram uma boa escolha. Aos escolhidos, parabéns em fazer parte da seleção de convocados em meio a outros tipos de seleção de brasileiros, como aqueles que esperam pelo menos não ser o alvo do dia. Que só esperam encontrar um abrigo menos gelado, um teto menos úmido, que nem pensam em ser torcida, muito menos se terão diante de si, um aparelho de tevê para ver mais esse espetáculo verde amarelo. Linda pátria e lindas cores que disfarçam uma triste indiferença.//
*trocadilho: descida de seleção, dos sem seleção.
segunda-feira, 10 de maio de 2010
Minúcias éticas
As pequenas atitudes ilustram muito bem a ética que precisamos - são como pontos luminosos que, unidos uns aos outros, formam o caráter de uma pessoa, ou de uma sociedade, sendo possível fazer uma comparação com o firmamento. Há noites com tantas estrelas que seriam como as pequenas atitudes; no meio do firmamento uma bela lua, representando um grande projeto que ilumina toda a vida. Por vezes, nesse firmamento, sobrecai uma imensa escuridão como as destoantes atitudes antiéticas.
O motivo dessa metáfora surgiu outro dia quando conversava em um grupo de amigos sobre as pequenas coisas que nem precisávamos dar tanta importância, em um dia em que estamos propensos a muitas minúcias. Há dias em que nos levantamos e cuidamos de como usar desde a pasta de dente à dobradura da colcha sobre a cama; de limpar os farelos ou respingos de gomo de laranja sobre a pia; e cuidar dos salpicos de lama que insistem em permanecer no carro branco que teimamos em mantê-lo limpo. Dessas minúcias, partimos para assuntos sobre as campanhas antifome, do comprometimento social e político que devemos ter, das afetações da alma e do corpo e dos questionamentos éticos da vida.
Fui me calando e ouvindo as defesas de cada um, quando me veio à memória a imagem do firmamento que, ao longe vemos pequenos pontos luminosos mas são grandiosos planetas e outros universos. Os procedimentos éticos são assim - pequenas ações e atitudes que representam uma grandiosidade imensa diante da sociedade. É como quando se diz “o que seria dos grandes homens, não fossem os pequenos” e ainda, “são as pequenas atitudes que se constróem as grandes idéias”.
Diria até que, sem as preocupações mínimas do dia-a-dia, não teria como resolver os grandes problemas que surgem. É o preparo do espírito lutador.
A prática da ética não é feita quando lembramos de cumprir o seu manual. Os elementos de formação do caráter pela educação, seja familiar, escolar e pela vida afora, vivenciam a ética durante cada piscar de olhos de um cidadão.
Falar de ética é fácil - difícil é lembrar a constância dela em todas as nossas ações.
O motivo dessa metáfora surgiu outro dia quando conversava em um grupo de amigos sobre as pequenas coisas que nem precisávamos dar tanta importância, em um dia em que estamos propensos a muitas minúcias. Há dias em que nos levantamos e cuidamos de como usar desde a pasta de dente à dobradura da colcha sobre a cama; de limpar os farelos ou respingos de gomo de laranja sobre a pia; e cuidar dos salpicos de lama que insistem em permanecer no carro branco que teimamos em mantê-lo limpo. Dessas minúcias, partimos para assuntos sobre as campanhas antifome, do comprometimento social e político que devemos ter, das afetações da alma e do corpo e dos questionamentos éticos da vida.
Fui me calando e ouvindo as defesas de cada um, quando me veio à memória a imagem do firmamento que, ao longe vemos pequenos pontos luminosos mas são grandiosos planetas e outros universos. Os procedimentos éticos são assim - pequenas ações e atitudes que representam uma grandiosidade imensa diante da sociedade. É como quando se diz “o que seria dos grandes homens, não fossem os pequenos” e ainda, “são as pequenas atitudes que se constróem as grandes idéias”.
Diria até que, sem as preocupações mínimas do dia-a-dia, não teria como resolver os grandes problemas que surgem. É o preparo do espírito lutador.
A prática da ética não é feita quando lembramos de cumprir o seu manual. Os elementos de formação do caráter pela educação, seja familiar, escolar e pela vida afora, vivenciam a ética durante cada piscar de olhos de um cidadão.
Falar de ética é fácil - difícil é lembrar a constância dela em todas as nossas ações.
domingo, 9 de maio de 2010
Não é sobre filas!
Ahh! Os brasileiros e suas filas! Estão firmes e se formam desde cedo, logo na compra do pão, adentram madrugada afora nas vagas para uma consulta! Mas reclamar para quem? Dizem que é cultural. Neste país dito globalizado muitos discursam a inexistência de patrões, com incentivo para abrir o próprio negócio! Era a independência, filas nunca mais! Houve uma época que falar de qualidade total virou coqueluche do momento pelos gurus da nova ordem mundial econômica. Balela! Existem mais chefes que subordinados! Muitos mandam, poucos sabem a quem obedecer! Na verdade, existe competência só nas revistas corporativistas, a realidade é feita de indicações! Ninguém consegue vaga nem para camelô se alguém não indicar! E se fizer cara feia, a ninguém interessa o que o sujeito passou.
Pacientemente ou não, ficar três horas em uma fila faz a gente refletir um monte de situações! Ficar em fila não é sinônimo de conquistas! Por vezes, nem se consegue fazer uma consulta, nem o emprego pretendido e, no final, é mal atendido até na padaria. Filas são paredões humanos, sofridos e sem direito a reclamação porque ninguém obrigou o segundo ficar atrás do primeiro, depois chegar um terceiro,... E se reclamar, ativa a má-vontade do atendente! Faz cara feia para vê! Reclamou, bateu o punho na mesa, parede, chão ou balcão: Perigo! A pessoa atendente piora a situação do indivíduo ao insuportável. Faz ele desistir, murchar, sofrer ataques, ficar depressivo... Passo a passo, o detrás curioso olha a sua frente! O único movimento geralmente está na troca de pernas daqueles que estão em pé há horas. Ainda agradecem que a fila tem alguma formação coerente, sem aquelas rodinhas, filas duplas, acocoramentos, uns encostados, dobrados, fura-filas e todo tipo de curvas.
Com o passar do tempo, rostos murchos, desiludidos, expressão de cansaço. De vez em quando, se manifestam, zangam-se, desesperam-se e resmungam, porém ninguém os ouve sem serem surdos-mudos, ninguém os enxerga, sem serem cegos. O burburinho bate no paredão humano sem eco, sem retorno e sem vontade.
Sentada na cadeira de uma instituição pública, reflito a modalidade da fila em que me encontro: fichinha numérica na mão, fica-se livre para sentar, ir ao banheiro, distrair no ‘display’ indicativo e torcer para que ele seja menos cruel e dispare logo para chamar o número contido na ficha. Continua sendo um atendimento precário, de ignorados pela sociedade. Certa hora pensei ter ouvido frases revoltadas: – Vamos chamar a imprensa!! Vamos reclamar antes que alguém morra aqui e vire estatística! Quero ver se o prefeito vem pra esta fila! Podia vir procurar algum eleitor dele por aqui! Aí a fila ficou mais animada com tanto diálogo. Pensei em escrever uma carta pública naquela hora, citar os participantes. Mas saí do devaneio, eram diálogos meus, da minha revolta! Quando comecei a observar meus companheiros de infortúnio, percebi que falavam de programas de televisão, das feridas, dos infortúnios, falas sem sentido de grupo. Iam sendo chamados e nem olhavam para trás! Não havia nenhum lendo, nem comentando notícias. Percebi aquela apatia! A fila para todos parecia uma instituição e caso alguma notícia saísse sobre aquele caos que feria de forma silenciosa e pacata, nem entenderiam! A quem incomoda? Fiquei sem defesa tal qual pensei que indefesos eram eles... Somente eu estava incomodada?
Passadas as horas, chamaram-me a um guichê. Com cara de clemência, fui logo explicando a situação (situação esta exigida pela própria instituição onde me encontrava, que não iria mudar a minha, nem a vida do meu vizinho em nada). Depois, com cara de lesada, fiquei vendo e ouvindo carimbadas numa papelada com tudo quanto é tipo de carimbos! Dos miudinhos às pegadas de gigante. Recebi a papelada: um calhamaço com letras miudinhas e ainda ouvi a misericórdia final: retorno daqui a uma semana!
Pacientemente ou não, ficar três horas em uma fila faz a gente refletir um monte de situações! Ficar em fila não é sinônimo de conquistas! Por vezes, nem se consegue fazer uma consulta, nem o emprego pretendido e, no final, é mal atendido até na padaria. Filas são paredões humanos, sofridos e sem direito a reclamação porque ninguém obrigou o segundo ficar atrás do primeiro, depois chegar um terceiro,... E se reclamar, ativa a má-vontade do atendente! Faz cara feia para vê! Reclamou, bateu o punho na mesa, parede, chão ou balcão: Perigo! A pessoa atendente piora a situação do indivíduo ao insuportável. Faz ele desistir, murchar, sofrer ataques, ficar depressivo... Passo a passo, o detrás curioso olha a sua frente! O único movimento geralmente está na troca de pernas daqueles que estão em pé há horas. Ainda agradecem que a fila tem alguma formação coerente, sem aquelas rodinhas, filas duplas, acocoramentos, uns encostados, dobrados, fura-filas e todo tipo de curvas.
Com o passar do tempo, rostos murchos, desiludidos, expressão de cansaço. De vez em quando, se manifestam, zangam-se, desesperam-se e resmungam, porém ninguém os ouve sem serem surdos-mudos, ninguém os enxerga, sem serem cegos. O burburinho bate no paredão humano sem eco, sem retorno e sem vontade.
Sentada na cadeira de uma instituição pública, reflito a modalidade da fila em que me encontro: fichinha numérica na mão, fica-se livre para sentar, ir ao banheiro, distrair no ‘display’ indicativo e torcer para que ele seja menos cruel e dispare logo para chamar o número contido na ficha. Continua sendo um atendimento precário, de ignorados pela sociedade. Certa hora pensei ter ouvido frases revoltadas: – Vamos chamar a imprensa!! Vamos reclamar antes que alguém morra aqui e vire estatística! Quero ver se o prefeito vem pra esta fila! Podia vir procurar algum eleitor dele por aqui! Aí a fila ficou mais animada com tanto diálogo. Pensei em escrever uma carta pública naquela hora, citar os participantes. Mas saí do devaneio, eram diálogos meus, da minha revolta! Quando comecei a observar meus companheiros de infortúnio, percebi que falavam de programas de televisão, das feridas, dos infortúnios, falas sem sentido de grupo. Iam sendo chamados e nem olhavam para trás! Não havia nenhum lendo, nem comentando notícias. Percebi aquela apatia! A fila para todos parecia uma instituição e caso alguma notícia saísse sobre aquele caos que feria de forma silenciosa e pacata, nem entenderiam! A quem incomoda? Fiquei sem defesa tal qual pensei que indefesos eram eles... Somente eu estava incomodada?
Passadas as horas, chamaram-me a um guichê. Com cara de clemência, fui logo explicando a situação (situação esta exigida pela própria instituição onde me encontrava, que não iria mudar a minha, nem a vida do meu vizinho em nada). Depois, com cara de lesada, fiquei vendo e ouvindo carimbadas numa papelada com tudo quanto é tipo de carimbos! Dos miudinhos às pegadas de gigante. Recebi a papelada: um calhamaço com letras miudinhas e ainda ouvi a misericórdia final: retorno daqui a uma semana!
quinta-feira, 15 de abril de 2010
Artigo do Emir Sader
http://alainet.org/active/37373?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+ALEMtitulares+%28Titulares+de+America+Latina+en+Movimiento%29
Então sou esquerda
Emir Sader
Diante de alguns argumentos que ainda subsistem sobre o suposto fim da divisão entre direita e esquerda, aqui vão algumas diferenças. Acrescentem outras, se acharem que a diferença ainda faz sentido.
Direita: A desigualdade sempre existiu e sempre existirá. Ela é produto da maior capacidade e disposição de uns e da menor capacidade e menor disposição de outros. Como se diz nos EUA, “não há pobres, há fracassados”.
Esquerda: A desigualdade é um produto social de economias – como a de mercado – em que as condições de competição são absolutamente desiguais.
Direita: É preferível a injustiça, do que a desordem.
Esquerda: A luta contra as injustiças é a luta mais importante, nem que sejas preciso construir uma ordem diferente da atual.
Direita: É melhor ser aliado secundário dos ricos do mundo, do que ser aliado dos pobres.
Esquerda: Temos um destino comum com os países do Sul do mundo, vitimas do colonialismo e do imperialismo, temos que lutar com eles por uma ordem mundial distinta.
Direita: O Brasil não deve ser mais do que sempre foi.
Esquerda: O Brasil pode ser um país com presença no Sul do mundo e um agente de paz em conflitos mundiais em outras regiões do mundo.
Direita: O Estado deve ser mínimo. Os bancos públicos devem ser privatizados, assim como as outras empresas estatais.
Esquerda: O Estado tem responsabilidades essenciais, na indução do crescimento econômico, nas políticas de direitos sociais, em investimentos estratégicos como infra-estrutura, estradas, habitação, saneamento básico, entre outros. Os bancos públicos têm um papel essencial nesses projetos.
Direita: O crescimento econômico é incompatível com controle da inflação. A economia não pode crescer mais do que 3% a ano, para não se correr o risco de inflação.
Direita: Os gastos com pobres não têm retorno, são inúteis socialmente, ineficientes economicamente.
Esquerda: Os gastos com políticos sociais dirigidas aos mais pobres afirmam direitos essenciais de cidadania para todos.
Direita: O Bolsa Família e outras políticas desse tipo são “assistencialismo”, que acostumam as pessoas a depender do Estado, a não ser auto suficientes.
Esquerda: O Bolsa Família e outras políticas desse tipo são essenciais, para construir uma sociedade de integração de todos aos direitos essenciais.
Direita: A reforma tributária deve ser feita para desonerar aos setores empresariais e facilitar a produção e a exportação.
Esquerda: A reforma tributária deve obedecer o principio segundo o qual “quem tem mais, paga mais”, para redistribuir renda, com o Estado atuando mediante políticas sociais para diminuir as desigualdades produzidas pelo mercado.
Direita: Quanto menos impostos as pessoas pagarem, melhor. O Estado expropria recursos dos indivíduos e das empresas, que estariam melhor nas mãos destes. O Estado sustenta a burocratas ineficientes com esses recursos.
Esquerda: A tributação serva para afirmar direitos fundamentais das pessoas – como educação e saúde publica, habitação popular, saneamento básico, infra-estrutura, direitos culturais, transporte publico, estradas, etc. A grande maioria dos servidores públicos são professores, pessoal médico e outros, que atendem diretamente às pessoas que necessitam dos serviços públicos.
Direita: A liberdade de imprensa é essencial, ela consiste no direito dos órgãos de imprensa de publicar informações e opiniões, conforme seu livre arbítrio. Qualquer controle viola uma liberdade essencial da democracia.
Esquerda: A imprensa deve servir para formar democraticamente a opinao pública, em que todos tenham direitos iguais de expressar seus pontos de vista. Uma imprensa fundada em empresas privadas, financiadas pela publicidade das grandes empresas privadas, atende aos interesses delas, ainda mais se são empresas baseadas na propriedade de algumas famílias.
Direita: A Lei Pelé trouxe profissionalismo ao futebol e libertou os jogadores do poder dos clubes.
Esquerda: A Lei Pelé mercantilizou definitivamente o futebol, que agora está nas mãos dos grandes empresários privados, enquanto os clubes, que podem formar jogadores, que tem suas diretorias eleitas pelos sócios, estão quebrados financeiramente. A Lei Pelé representa o neoliberalismo no esporte.
Direita: O capitalismo é o sistema mais avançado que a humanidade construiu, todos os outros são retrocessos, estamos destinados a viver no capitalismo.
Esquerda: O capitalismo, como todo tipo de sociedade, é um sistema histórico, que teve começo e pode ter fim, como todos os outros. Está baseado na apropriação do trabalho alheio, promove o enriquecimento de uns às custas dos outros, tende à concentração de riqueza por um lado, à exclusão social por outro, e deve ser substituído por um tipo de sociedade que atenda às necessidades de todos.
Direita: Os blogs são irresponsáveis, a internet deve ser controlada, para garantir o monopólio da empresas de mídia já existentes. As chamadas rádios comunitárias são rádios piratas, que ferem as leis vigentes.
Esquerda: A democracia requer que se incentivo aos mais diferentes tipos de espaço de expressão da diversidade cultural e de opinião de todos, rompendo com os monopólios privados, que impedem a democratização da sociedade.
Então sou esquerda
Emir Sader
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Diante de alguns argumentos que ainda subsistem sobre o suposto fim da divisão entre direita e esquerda, aqui vão algumas diferenças. Acrescentem outras, se acharem que a diferença ainda faz sentido.
Direita: A desigualdade sempre existiu e sempre existirá. Ela é produto da maior capacidade e disposição de uns e da menor capacidade e menor disposição de outros. Como se diz nos EUA, “não há pobres, há fracassados”.
Esquerda: A desigualdade é um produto social de economias – como a de mercado – em que as condições de competição são absolutamente desiguais.
Direita: É preferível a injustiça, do que a desordem.
Esquerda: A luta contra as injustiças é a luta mais importante, nem que sejas preciso construir uma ordem diferente da atual.
Direita: É melhor ser aliado secundário dos ricos do mundo, do que ser aliado dos pobres.
Esquerda: Temos um destino comum com os países do Sul do mundo, vitimas do colonialismo e do imperialismo, temos que lutar com eles por uma ordem mundial distinta.
Direita: O Brasil não deve ser mais do que sempre foi.
Esquerda: O Brasil pode ser um país com presença no Sul do mundo e um agente de paz em conflitos mundiais em outras regiões do mundo.
Direita: O Estado deve ser mínimo. Os bancos públicos devem ser privatizados, assim como as outras empresas estatais.
Esquerda: O Estado tem responsabilidades essenciais, na indução do crescimento econômico, nas políticas de direitos sociais, em investimentos estratégicos como infra-estrutura, estradas, habitação, saneamento básico, entre outros. Os bancos públicos têm um papel essencial nesses projetos.
Direita: O crescimento econômico é incompatível com controle da inflação. A economia não pode crescer mais do que 3% a ano, para não se correr o risco de inflação.
Direita: Os gastos com pobres não têm retorno, são inúteis socialmente, ineficientes economicamente.
Esquerda: Os gastos com políticos sociais dirigidas aos mais pobres afirmam direitos essenciais de cidadania para todos.
Direita: O Bolsa Família e outras políticas desse tipo são “assistencialismo”, que acostumam as pessoas a depender do Estado, a não ser auto suficientes.
Esquerda: O Bolsa Família e outras políticas desse tipo são essenciais, para construir uma sociedade de integração de todos aos direitos essenciais.
Direita: A reforma tributária deve ser feita para desonerar aos setores empresariais e facilitar a produção e a exportação.
Esquerda: A reforma tributária deve obedecer o principio segundo o qual “quem tem mais, paga mais”, para redistribuir renda, com o Estado atuando mediante políticas sociais para diminuir as desigualdades produzidas pelo mercado.
Direita: Quanto menos impostos as pessoas pagarem, melhor. O Estado expropria recursos dos indivíduos e das empresas, que estariam melhor nas mãos destes. O Estado sustenta a burocratas ineficientes com esses recursos.
Esquerda: A tributação serva para afirmar direitos fundamentais das pessoas – como educação e saúde publica, habitação popular, saneamento básico, infra-estrutura, direitos culturais, transporte publico, estradas, etc. A grande maioria dos servidores públicos são professores, pessoal médico e outros, que atendem diretamente às pessoas que necessitam dos serviços públicos.
Direita: A liberdade de imprensa é essencial, ela consiste no direito dos órgãos de imprensa de publicar informações e opiniões, conforme seu livre arbítrio. Qualquer controle viola uma liberdade essencial da democracia.
Esquerda: A imprensa deve servir para formar democraticamente a opinao pública, em que todos tenham direitos iguais de expressar seus pontos de vista. Uma imprensa fundada em empresas privadas, financiadas pela publicidade das grandes empresas privadas, atende aos interesses delas, ainda mais se são empresas baseadas na propriedade de algumas famílias.
Direita: A Lei Pelé trouxe profissionalismo ao futebol e libertou os jogadores do poder dos clubes.
Esquerda: A Lei Pelé mercantilizou definitivamente o futebol, que agora está nas mãos dos grandes empresários privados, enquanto os clubes, que podem formar jogadores, que tem suas diretorias eleitas pelos sócios, estão quebrados financeiramente. A Lei Pelé representa o neoliberalismo no esporte.
Direita: O capitalismo é o sistema mais avançado que a humanidade construiu, todos os outros são retrocessos, estamos destinados a viver no capitalismo.
Esquerda: O capitalismo, como todo tipo de sociedade, é um sistema histórico, que teve começo e pode ter fim, como todos os outros. Está baseado na apropriação do trabalho alheio, promove o enriquecimento de uns às custas dos outros, tende à concentração de riqueza por um lado, à exclusão social por outro, e deve ser substituído por um tipo de sociedade que atenda às necessidades de todos.
Direita: Os blogs são irresponsáveis, a internet deve ser controlada, para garantir o monopólio da empresas de mídia já existentes. As chamadas rádios comunitárias são rádios piratas, que ferem as leis vigentes.
Esquerda: A democracia requer que se incentivo aos mais diferentes tipos de espaço de expressão da diversidade cultural e de opinião de todos, rompendo com os monopólios privados, que impedem a democratização da sociedade.
Então sou esquerda
Emir Sader
Diante de alguns argumentos que ainda subsistem sobre o suposto fim da divisão entre direita e esquerda, aqui vão algumas diferenças. Acrescentem outras, se acharem que a diferença ainda faz sentido.
Direita: A desigualdade sempre existiu e sempre existirá. Ela é produto da maior capacidade e disposição de uns e da menor capacidade e menor disposição de outros. Como se diz nos EUA, “não há pobres, há fracassados”.
Esquerda: A desigualdade é um produto social de economias – como a de mercado – em que as condições de competição são absolutamente desiguais.
Direita: É preferível a injustiça, do que a desordem.
Esquerda: A luta contra as injustiças é a luta mais importante, nem que sejas preciso construir uma ordem diferente da atual.
Direita: É melhor ser aliado secundário dos ricos do mundo, do que ser aliado dos pobres.
Esquerda: Temos um destino comum com os países do Sul do mundo, vitimas do colonialismo e do imperialismo, temos que lutar com eles por uma ordem mundial distinta.
Direita: O Brasil não deve ser mais do que sempre foi.
Esquerda: O Brasil pode ser um país com presença no Sul do mundo e um agente de paz em conflitos mundiais em outras regiões do mundo.
Direita: O Estado deve ser mínimo. Os bancos públicos devem ser privatizados, assim como as outras empresas estatais.
Esquerda: O Estado tem responsabilidades essenciais, na indução do crescimento econômico, nas políticas de direitos sociais, em investimentos estratégicos como infra-estrutura, estradas, habitação, saneamento básico, entre outros. Os bancos públicos têm um papel essencial nesses projetos.
Direita: O crescimento econômico é incompatível com controle da inflação. A economia não pode crescer mais do que 3% a ano, para não se correr o risco de inflação.
Direita: Os gastos com pobres não têm retorno, são inúteis socialmente, ineficientes economicamente.
Esquerda: Os gastos com políticos sociais dirigidas aos mais pobres afirmam direitos essenciais de cidadania para todos.
Direita: O Bolsa Família e outras políticas desse tipo são “assistencialismo”, que acostumam as pessoas a depender do Estado, a não ser auto suficientes.
Esquerda: O Bolsa Família e outras políticas desse tipo são essenciais, para construir uma sociedade de integração de todos aos direitos essenciais.
Direita: A reforma tributária deve ser feita para desonerar aos setores empresariais e facilitar a produção e a exportação.
Esquerda: A reforma tributária deve obedecer o principio segundo o qual “quem tem mais, paga mais”, para redistribuir renda, com o Estado atuando mediante políticas sociais para diminuir as desigualdades produzidas pelo mercado.
Direita: Quanto menos impostos as pessoas pagarem, melhor. O Estado expropria recursos dos indivíduos e das empresas, que estariam melhor nas mãos destes. O Estado sustenta a burocratas ineficientes com esses recursos.
Esquerda: A tributação serva para afirmar direitos fundamentais das pessoas – como educação e saúde publica, habitação popular, saneamento básico, infra-estrutura, direitos culturais, transporte publico, estradas, etc. A grande maioria dos servidores públicos são professores, pessoal médico e outros, que atendem diretamente às pessoas que necessitam dos serviços públicos.
Direita: A liberdade de imprensa é essencial, ela consiste no direito dos órgãos de imprensa de publicar informações e opiniões, conforme seu livre arbítrio. Qualquer controle viola uma liberdade essencial da democracia.
Esquerda: A imprensa deve servir para formar democraticamente a opinao pública, em que todos tenham direitos iguais de expressar seus pontos de vista. Uma imprensa fundada em empresas privadas, financiadas pela publicidade das grandes empresas privadas, atende aos interesses delas, ainda mais se são empresas baseadas na propriedade de algumas famílias.
Direita: A Lei Pelé trouxe profissionalismo ao futebol e libertou os jogadores do poder dos clubes.
Esquerda: A Lei Pelé mercantilizou definitivamente o futebol, que agora está nas mãos dos grandes empresários privados, enquanto os clubes, que podem formar jogadores, que tem suas diretorias eleitas pelos sócios, estão quebrados financeiramente. A Lei Pelé representa o neoliberalismo no esporte.
Direita: O capitalismo é o sistema mais avançado que a humanidade construiu, todos os outros são retrocessos, estamos destinados a viver no capitalismo.
Esquerda: O capitalismo, como todo tipo de sociedade, é um sistema histórico, que teve começo e pode ter fim, como todos os outros. Está baseado na apropriação do trabalho alheio, promove o enriquecimento de uns às custas dos outros, tende à concentração de riqueza por um lado, à exclusão social por outro, e deve ser substituído por um tipo de sociedade que atenda às necessidades de todos.
Direita: Os blogs são irresponsáveis, a internet deve ser controlada, para garantir o monopólio da empresas de mídia já existentes. As chamadas rádios comunitárias são rádios piratas, que ferem as leis vigentes.
Esquerda: A democracia requer que se incentivo aos mais diferentes tipos de espaço de expressão da diversidade cultural e de opinião de todos, rompendo com os monopólios privados, que impedem a democratização da sociedade.
Então sou esquerda
Emir Sader
--------------------------------------------------------------------------------
Diante de alguns argumentos que ainda subsistem sobre o suposto fim da divisão entre direita e esquerda, aqui vão algumas diferenças. Acrescentem outras, se acharem que a diferença ainda faz sentido.
Direita: A desigualdade sempre existiu e sempre existirá. Ela é produto da maior capacidade e disposição de uns e da menor capacidade e menor disposição de outros. Como se diz nos EUA, “não há pobres, há fracassados”.
Esquerda: A desigualdade é um produto social de economias – como a de mercado – em que as condições de competição são absolutamente desiguais.
Direita: É preferível a injustiça, do que a desordem.
Esquerda: A luta contra as injustiças é a luta mais importante, nem que sejas preciso construir uma ordem diferente da atual.
Direita: É melhor ser aliado secundário dos ricos do mundo, do que ser aliado dos pobres.
Esquerda: Temos um destino comum com os países do Sul do mundo, vitimas do colonialismo e do imperialismo, temos que lutar com eles por uma ordem mundial distinta.
Direita: O Brasil não deve ser mais do que sempre foi.
Esquerda: O Brasil pode ser um país com presença no Sul do mundo e um agente de paz em conflitos mundiais em outras regiões do mundo.
Direita: O Estado deve ser mínimo. Os bancos públicos devem ser privatizados, assim como as outras empresas estatais.
Esquerda: O Estado tem responsabilidades essenciais, na indução do crescimento econômico, nas políticas de direitos sociais, em investimentos estratégicos como infra-estrutura, estradas, habitação, saneamento básico, entre outros. Os bancos públicos têm um papel essencial nesses projetos.
Direita: O crescimento econômico é incompatível com controle da inflação. A economia não pode crescer mais do que 3% a ano, para não se correr o risco de inflação.
Direita: Os gastos com pobres não têm retorno, são inúteis socialmente, ineficientes economicamente.
Esquerda: Os gastos com políticos sociais dirigidas aos mais pobres afirmam direitos essenciais de cidadania para todos.
Direita: O Bolsa Família e outras políticas desse tipo são “assistencialismo”, que acostumam as pessoas a depender do Estado, a não ser auto suficientes.
Esquerda: O Bolsa Família e outras políticas desse tipo são essenciais, para construir uma sociedade de integração de todos aos direitos essenciais.
Direita: A reforma tributária deve ser feita para desonerar aos setores empresariais e facilitar a produção e a exportação.
Esquerda: A reforma tributária deve obedecer o principio segundo o qual “quem tem mais, paga mais”, para redistribuir renda, com o Estado atuando mediante políticas sociais para diminuir as desigualdades produzidas pelo mercado.
Direita: Quanto menos impostos as pessoas pagarem, melhor. O Estado expropria recursos dos indivíduos e das empresas, que estariam melhor nas mãos destes. O Estado sustenta a burocratas ineficientes com esses recursos.
Esquerda: A tributação serva para afirmar direitos fundamentais das pessoas – como educação e saúde publica, habitação popular, saneamento básico, infra-estrutura, direitos culturais, transporte publico, estradas, etc. A grande maioria dos servidores públicos são professores, pessoal médico e outros, que atendem diretamente às pessoas que necessitam dos serviços públicos.
Direita: A liberdade de imprensa é essencial, ela consiste no direito dos órgãos de imprensa de publicar informações e opiniões, conforme seu livre arbítrio. Qualquer controle viola uma liberdade essencial da democracia.
Esquerda: A imprensa deve servir para formar democraticamente a opinao pública, em que todos tenham direitos iguais de expressar seus pontos de vista. Uma imprensa fundada em empresas privadas, financiadas pela publicidade das grandes empresas privadas, atende aos interesses delas, ainda mais se são empresas baseadas na propriedade de algumas famílias.
Direita: A Lei Pelé trouxe profissionalismo ao futebol e libertou os jogadores do poder dos clubes.
Esquerda: A Lei Pelé mercantilizou definitivamente o futebol, que agora está nas mãos dos grandes empresários privados, enquanto os clubes, que podem formar jogadores, que tem suas diretorias eleitas pelos sócios, estão quebrados financeiramente. A Lei Pelé representa o neoliberalismo no esporte.
Direita: O capitalismo é o sistema mais avançado que a humanidade construiu, todos os outros são retrocessos, estamos destinados a viver no capitalismo.
Esquerda: O capitalismo, como todo tipo de sociedade, é um sistema histórico, que teve começo e pode ter fim, como todos os outros. Está baseado na apropriação do trabalho alheio, promove o enriquecimento de uns às custas dos outros, tende à concentração de riqueza por um lado, à exclusão social por outro, e deve ser substituído por um tipo de sociedade que atenda às necessidades de todos.
Direita: Os blogs são irresponsáveis, a internet deve ser controlada, para garantir o monopólio da empresas de mídia já existentes. As chamadas rádios comunitárias são rádios piratas, que ferem as leis vigentes.
Esquerda: A democracia requer que se incentivo aos mais diferentes tipos de espaço de expressão da diversidade cultural e de opinião de todos, rompendo com os monopólios privados, que impedem a democratização da sociedade.
quarta-feira, 14 de abril de 2010
curiosidade: Rip van Winkle?
Segundo o site www.tiosam.net, van Winkle é o nome de uma narrativa curta, escrita por Washington Irving, sendo também o nome do protagonista desse conto escrito durante um estágio de Irving na Inglaterra. Conta sobre os tempos antes e após a Revolução Norte Americana, em que Rip Van Winkle foge para a floresta por pavor de sua esposa muito má. Depois de muitas aventuras, encontra uma árvore frondosa para descansar, mas adormece e só acorda vinte anos depois, regressando para sua vila. Ao chegar arruma uma baita encrenca por saudar e aplaudir George III, sem saber da revolucão que tinha derrubado a monarquia, muito menos da revolta ainda presente no povo.
Por causa desse conto, quando uma pessoa dorme muito ou de outro modo não percebe que as coisas mudaram, pode ser chamado de Rip van Winkle.
Por causa desse conto, quando uma pessoa dorme muito ou de outro modo não percebe que as coisas mudaram, pode ser chamado de Rip van Winkle.
terça-feira, 13 de abril de 2010
particularidade x democracia
Um grande amigo me disse que esse nome ZAPATILLA não combinava muito comigo ainda mais pelo som tão diferente na leitura do espanhol, sendo uma brasileira que gosta tanto do português. A mim, o som dessa palavra em espanhol embeleza muito sua escrita e provoca pensar a sonoridade de ambas as línguas. Do seu início Zeta, lembra a não existência do 'ç' tão disinto no português; do LL o som do 'cha' mesclado talvez a um j ou a um t inexistente, dependendo da dobradura da língua!
E ainda, apesar de discordar de violência, tem um manifesto revolucionário na palavra por fazer lembrar o mexicano Emiliano Zapata - sua política "Tierra y libertad"! Foi o jeito encontrado por ele para lutar por direitos e se posicionar contra a ditadura de Porfírio Diaz, o porfiriato exterminado na revolução mexicana de 1911. Tenho a impressão que os seus parceiros revolucionários usavam alpercatas, digo, zapatillas!!
Os blogs têm essa distinção - unem as escolhas entre a comunicação, o fazer-se entender, e as escolhas simbólicas de seus autores - A palavra zapatilla reforça minha latinidade e a minha condição de ir e vir, da caminhada entre as línguas e seus territórios. Reforça minha representação nata de retirante nordestino.
Não teve jeito, gostei mais ainda da palavra, gostei daqui, continuo de chinelo de dedos, alpercatas ou zapatilla mexicana! Viva os regionalismos e seus nomes locais e, em tempos de Internet, escolho o mais abrangente: Zapatilla para seguir por los camiños de america.
//
E ainda, apesar de discordar de violência, tem um manifesto revolucionário na palavra por fazer lembrar o mexicano Emiliano Zapata - sua política "Tierra y libertad"! Foi o jeito encontrado por ele para lutar por direitos e se posicionar contra a ditadura de Porfírio Diaz, o porfiriato exterminado na revolução mexicana de 1911. Tenho a impressão que os seus parceiros revolucionários usavam alpercatas, digo, zapatillas!!
Os blogs têm essa distinção - unem as escolhas entre a comunicação, o fazer-se entender, e as escolhas simbólicas de seus autores - A palavra zapatilla reforça minha latinidade e a minha condição de ir e vir, da caminhada entre as línguas e seus territórios. Reforça minha representação nata de retirante nordestino.
Não teve jeito, gostei mais ainda da palavra, gostei daqui, continuo de chinelo de dedos, alpercatas ou zapatilla mexicana! Viva os regionalismos e seus nomes locais e, em tempos de Internet, escolho o mais abrangente: Zapatilla para seguir por los camiños de america.
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segunda-feira, 12 de abril de 2010
Notícias do MPF - Caso Verón
Em relação ao material publicado pela assessoria do Ministério Público Federal (MS), a notícia ruim é o adiamento do julgamento dos reús, a parte muito boa é a mudança de foro. Vale a pena ler isso - considero uma vitoria grande ver que é possivel serem feitos julgamentos mais isentos, buscando diminuir os interesses particulares que imperam em uma região. Tendo o 'nosso juiz' odilon, o mais brasileiro dos juízes em meio a isso, acredito na intenção, torcendo para que aconteça isso mais vezes, principalmente em relação aos crimes que acontecem na região da grande Amazonas.
A Justiça Federal de São Paulo decidiu, nesta segunda-feira (12/04), adiar para o próximo dia
3 de maio, às 11h, o júri de três funcionários da Fazenda Brasília do Sul, no município de Juti,
na região de Dourados, em Mato Grosso do Sul, acusados de matar a pauladas o cacique
Marcos Veron, então com 72 anos, conhecido líder dos índios Guarani-Kaiowá e de tentar
matar outros seis indígenas, entre os dias 12 e 13 de janeiro de 2003.
O júri foi adiado após o advogado Josephino Ujacow, que comanda a defesa dos réus, ter
apresentado atestado subscrito pelo Médico Psiquiatra Antonio Carlos G. Queiroz, declarando
que o advogado estava sob seus “cuidados profissionais, sob psicoterapia armada”, devendo
afastar-se de atividades profissionais por 20 dias.
O adiamento frustrou as expectativas não só da comunidade indígena Takuara, mas de toda a
comunidade indígena do Estado de Mato Grosso do Sul, que aguarda há mais de sete anos a solução do caso.
A juíza Paula Mantovani Avelino, da 1ª Vara Federal de São Paulo, que presidirá o júri, apesar da presença de outros advogados de defesa, aceitou o atestado e remarcou o julgamento para 3 de maio, mas informou a todos os presentes que, caso algum dos defensores habilitados não compareça à próxima audiência, a defesa será assumida por membros da Defensoria Pública da União, a quem foi determinado que tome ciência dos autos.
No caso Veron, os réus Estevão Romero, Carlos Roberto dos Santos e Jorge Cristaldo Insabralde serão submetidos a júri popular. O quarto acusado, Nivaldo Alves Oliveira, está foragido, e o processo em relação a ele foi desmembrado e suspenso. Os denunciados ficaram presos preventivamente por quase 4 anos e 6 meses, tendo sido soltos por meio de um habeas corpus concedido pela 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal. Foi relator o ministro Gilmar Mendes, que reconheceu excesso de prazo na prisão preventiva. O MPF ofereceu ainda uma segunda denúncia no caso, em outubro de 2008, contra outras 24 pessoas envolvidas no crime.
Foram designados pela Procuradoria Geral da República para atuar no caso os procuradores da República Marco Antônio Delfino de Almeida (PR-MS) e Vladimir Aras (PR-BA). A Funai foi admitida como assistente de acusação e será representada no júri pelo procurador federal Derly Fiuza.
“Há um grande preconceito contra os índios, com se houvesse um conflito entre o modo de vida indígena e o agronegócio, que é muito forte naquela região”, afirma Aras. Esse conflito se acentua, na avaliação do procurador, à medida que o agronegócio se expande e os índios intensificam a luta pelas terras que consideram como tradicionais.
Segundo argumentou o MPF, existe um forte preconceito contra o povo indígena por parte de membros importantes da sociedade sul-mato-grossense. Entre as críticas aos indígenas, proferidas pela Assembleia Legislativa apenas dois meses após a morte de Veron, estava o fato de os índios terem enterrado o líder na própria área ocupada, o que ocorreu sob o amparo
de uma decisão da Justiça Federal proferida em resposta a uma Ação Civil Pública do MPF e,por esse motivo, a instituição também foi criticada por "apoiar indistintamente as invasões de terras privadas".
Acusações
Além do homicídio duplamente qualificado pelo motivo torpe e meio cruel (o cacique foi morto a golpes na cabeça), o MPF e a Funai sustentarão a ocorrência de um crime de tortura, seis tentativas qualificadas de homicídio, seis crimes de sequestro, fraude processual e formação de quadrilha.
O processo começou na Justiça Federal de Dourados (MS) e foi conduzido desde o início pelos procuradores da República Charles Stevan da Mota Pessoa e Ramiro Rockenbach da Silva.
A Justiça Federal foi firmada competente com base nos artigos 109 e 231, da Constituição,pois o crime ocorreu em virtude de disputa sobre direitos indígenas, uma vez que o grupo de Veron reivindicava a anexação da área da fazenda à terra indígena, processo que estava sob a competência da Funai, órgão ao qual compete demarcar a terra indígena, proteger e fazer respeitar todos os seus bens.
A acusação do MPF foi recebida pelo juiz federal Odilon de Oliveira, que determinou que os réus fossem submetidos à júri popular. Com a transferência do júri para São Paulo, passa a presidí-lo a juíza Paula Mantovani Avelino. A investigação policial foi realizada pelo DPF João
Carlos Girotto, que foi arrolado como testemunha do MPF para o plenário. Outras onze pessoas serão ouvidas como testemunhas da acusação, entre as quais sete vítimas do ataque. Oito cidadãos prestarão depoimento como testemunhas da defesa.
Caso raro
Apesar de os acusados pelo assassinato de Marcos Veron irem a julgamento, em Mato Grosso do Sul existem diversos outros casos de violência contra indígenas que não tiveram o mesmo destino.
Em novembro de 2010, dois professores indígenas da etnia guarani-kaiowá desapareceram após ocupação de uma fazenda em Paranhos, fronteira com o Paraguai. Apenas o corpo de um deles foi encontrado.
Em 18 de setembro de 2009, um grupo armado atacou um acampamento Guarani, às margens da BR-483, na região conhecida como Curral do Arame, a dez quilômetros de Dourados (MS). Um índio de 62 anos foi ferido por tiros, outros indígenas foram agredidos e barracos e objetos foram queimados. Não se conhecem ainda os autores do ataque.
Indígenas da etnia Terena, que ocupavam área tradicional onde incide a fazenda Querência São José, em Dois Irmãos do Buriti, gravaram em vídeo e áudio ação de despejo realizadapela Polícia Militar, sem ordem judicial de reintegração de posse. A ação ocorreu em 19 novembro de 2009.
Em dezembro de 2009, indígenas da etnia Terena, que retomaram parte da fazenda Petrópolis, que faz parte da área declarada pelo Ministério da Justiça como Terra Indígena Cachoeirinha, em Miranda, denunciaram ter sofrido ameaças depois que o TRF-3 suspendeu ordem de reintegração de posse. O STF determinou a desocupação da área, mas os indígenas pedem prazo para colher as lavouras já cultivadas.
Para o procurador da República Marco Antonio Delfino de Almeida, “todos os casos apontados mostram que infelizmente a violência contra povos indígenas não é um fato isolado nem uma questão ultrapassada. O que se espera do poder público e do Judiciário é uma ação imparcial para que ocorra a efetiva proteção dos povos indígenas”
Com informações da PR-SP e Justiça Federal de São Paulo
Assessoria de Comunicação Social
Procuradoria da República em Mato Grosso do Sul
(67) 3312 7265/ 3312 7283 / 9297 1903
ascom@prms.mpf.gov.br
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Júri sobre a morte do cacique Veron é adiado para maioAdvogado não compareceu ao júri, alegando problemas de saúde
A Justiça Federal de São Paulo decidiu, nesta segunda-feira (12/04), adiar para o próximo dia
3 de maio, às 11h, o júri de três funcionários da Fazenda Brasília do Sul, no município de Juti,
na região de Dourados, em Mato Grosso do Sul, acusados de matar a pauladas o cacique
Marcos Veron, então com 72 anos, conhecido líder dos índios Guarani-Kaiowá e de tentar
matar outros seis indígenas, entre os dias 12 e 13 de janeiro de 2003.
O júri foi adiado após o advogado Josephino Ujacow, que comanda a defesa dos réus, ter
apresentado atestado subscrito pelo Médico Psiquiatra Antonio Carlos G. Queiroz, declarando
que o advogado estava sob seus “cuidados profissionais, sob psicoterapia armada”, devendo
afastar-se de atividades profissionais por 20 dias.
O adiamento frustrou as expectativas não só da comunidade indígena Takuara, mas de toda a
comunidade indígena do Estado de Mato Grosso do Sul, que aguarda há mais de sete anos a solução do caso.
A juíza Paula Mantovani Avelino, da 1ª Vara Federal de São Paulo, que presidirá o júri, apesar da presença de outros advogados de defesa, aceitou o atestado e remarcou o julgamento para 3 de maio, mas informou a todos os presentes que, caso algum dos defensores habilitados não compareça à próxima audiência, a defesa será assumida por membros da Defensoria Pública da União, a quem foi determinado que tome ciência dos autos.
Caso transferidoO caso foi desaforado do Mato Grosso do Sul para São Paulo, a pedido do Ministério Público Federal, por dúvida quanto à isenção dos jurados locais, argumento aceito pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região, devido ao notável preconceito da população e autoridades locais com os índios. Este foi o terceiro caso de desaforamento interestadual do Brasil. Os dois primeiros ocorreram no julgamento do ex-deputado federal Hildebrando Pascoal. Dois de seus júris federais foram transferidos de Rio Branco (AC) para Brasília
No caso Veron, os réus Estevão Romero, Carlos Roberto dos Santos e Jorge Cristaldo Insabralde serão submetidos a júri popular. O quarto acusado, Nivaldo Alves Oliveira, está foragido, e o processo em relação a ele foi desmembrado e suspenso. Os denunciados ficaram presos preventivamente por quase 4 anos e 6 meses, tendo sido soltos por meio de um habeas corpus concedido pela 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal. Foi relator o ministro Gilmar Mendes, que reconheceu excesso de prazo na prisão preventiva. O MPF ofereceu ainda uma segunda denúncia no caso, em outubro de 2008, contra outras 24 pessoas envolvidas no crime.
Foram designados pela Procuradoria Geral da República para atuar no caso os procuradores da República Marco Antônio Delfino de Almeida (PR-MS) e Vladimir Aras (PR-BA). A Funai foi admitida como assistente de acusação e será representada no júri pelo procurador federal Derly Fiuza.
“Há um grande preconceito contra os índios, com se houvesse um conflito entre o modo de vida indígena e o agronegócio, que é muito forte naquela região”, afirma Aras. Esse conflito se acentua, na avaliação do procurador, à medida que o agronegócio se expande e os índios intensificam a luta pelas terras que consideram como tradicionais.
Segundo argumentou o MPF, existe um forte preconceito contra o povo indígena por parte de membros importantes da sociedade sul-mato-grossense. Entre as críticas aos indígenas, proferidas pela Assembleia Legislativa apenas dois meses após a morte de Veron, estava o fato de os índios terem enterrado o líder na própria área ocupada, o que ocorreu sob o amparo
de uma decisão da Justiça Federal proferida em resposta a uma Ação Civil Pública do MPF e,por esse motivo, a instituição também foi criticada por "apoiar indistintamente as invasões de terras privadas".
Acusações
Além do homicídio duplamente qualificado pelo motivo torpe e meio cruel (o cacique foi morto a golpes na cabeça), o MPF e a Funai sustentarão a ocorrência de um crime de tortura, seis tentativas qualificadas de homicídio, seis crimes de sequestro, fraude processual e formação de quadrilha.
O processo começou na Justiça Federal de Dourados (MS) e foi conduzido desde o início pelos procuradores da República Charles Stevan da Mota Pessoa e Ramiro Rockenbach da Silva.
A Justiça Federal foi firmada competente com base nos artigos 109 e 231, da Constituição,pois o crime ocorreu em virtude de disputa sobre direitos indígenas, uma vez que o grupo de Veron reivindicava a anexação da área da fazenda à terra indígena, processo que estava sob a competência da Funai, órgão ao qual compete demarcar a terra indígena, proteger e fazer respeitar todos os seus bens.
A acusação do MPF foi recebida pelo juiz federal Odilon de Oliveira, que determinou que os réus fossem submetidos à júri popular. Com a transferência do júri para São Paulo, passa a presidí-lo a juíza Paula Mantovani Avelino. A investigação policial foi realizada pelo DPF João
Carlos Girotto, que foi arrolado como testemunha do MPF para o plenário. Outras onze pessoas serão ouvidas como testemunhas da acusação, entre as quais sete vítimas do ataque. Oito cidadãos prestarão depoimento como testemunhas da defesa.
Caso raro
Apesar de os acusados pelo assassinato de Marcos Veron irem a julgamento, em Mato Grosso do Sul existem diversos outros casos de violência contra indígenas que não tiveram o mesmo destino.
Em novembro de 2010, dois professores indígenas da etnia guarani-kaiowá desapareceram após ocupação de uma fazenda em Paranhos, fronteira com o Paraguai. Apenas o corpo de um deles foi encontrado.
Em 18 de setembro de 2009, um grupo armado atacou um acampamento Guarani, às margens da BR-483, na região conhecida como Curral do Arame, a dez quilômetros de Dourados (MS). Um índio de 62 anos foi ferido por tiros, outros indígenas foram agredidos e barracos e objetos foram queimados. Não se conhecem ainda os autores do ataque.
Indígenas da etnia Terena, que ocupavam área tradicional onde incide a fazenda Querência São José, em Dois Irmãos do Buriti, gravaram em vídeo e áudio ação de despejo realizadapela Polícia Militar, sem ordem judicial de reintegração de posse. A ação ocorreu em 19 novembro de 2009.
Em dezembro de 2009, indígenas da etnia Terena, que retomaram parte da fazenda Petrópolis, que faz parte da área declarada pelo Ministério da Justiça como Terra Indígena Cachoeirinha, em Miranda, denunciaram ter sofrido ameaças depois que o TRF-3 suspendeu ordem de reintegração de posse. O STF determinou a desocupação da área, mas os indígenas pedem prazo para colher as lavouras já cultivadas.
Para o procurador da República Marco Antonio Delfino de Almeida, “todos os casos apontados mostram que infelizmente a violência contra povos indígenas não é um fato isolado nem uma questão ultrapassada. O que se espera do poder público e do Judiciário é uma ação imparcial para que ocorra a efetiva proteção dos povos indígenas”
Com informações da PR-SP e Justiça Federal de São Paulo
Assessoria de Comunicação Social
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domingo, 11 de abril de 2010
Meditação
um dia uma criança me parou, olhou-me nos meus olhos a sorrir, caneta e papel na sua mão: tarefa escolar para cumprir. E perguntou no meio de um sorriso o que é preciso para ser feliz. Amar como Jesus amou, sonhar como Jesus sonhou, pensar como Jesus pensou, Viver como Jesus viveu, sentir o que Jesus sentia,Sorrir como Jesus sorria, E ao chegar ao fim do dia eu sei que dormiria muito mais feliz.
Essa letra do padre zezinho dá o recado completo. É oração e política. Jesus nos apresentou o nível mais alto da política que queremos ter e essa letra aponta a responsabilidade do que se faz. Mas, ao mesmo tempo, lembra-nos que não se faz sofrendo nem fazendo tudo a ferro e fogo. É uma canção tão bonita e tão certeira que só de lembrar já é uma oração.
Dia de domingo faço uma reflexão, mínima que seja, mas quase sempre encontro sintonia e encanto. É um dia de passeios dominicais em que se vê muitos sorrindo, cheios de energia, não estão nem aí para o que se faz nos outros dias da semana. É ótimo dar uma volta e sentir o cheiro de domingo no ar, apesar de tantas tristezas que vemos pelas tragédias em que os jornalistas culpam o clima!
Que culpa tem o clima quando há tanta responsabilidade e nomes para listar?
Essa música do padre zezinho inquieta qualquer um - cobra duro e já diz que só se dorme feliz se estivermos cansados por provocar alguma mudança. Nessas horas fico com dificuldade de pensar como se consegue rezar o dia inteiro, ou ficar horas em uma meditação! Pelo visto estou longe desse nível.
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sábado, 10 de abril de 2010
Um momento, por favor!
"Tempo, tempo mano velho, falta um tanto ainda eu sei. Pra você correr macio"* - Música boa, sábado de sol, manhã de risadas e tarde morna como colo de mãe. Em um dia como esse, nada como um almoço com amigos para as cobranças temporais ficarem bem longe! Lá do outro lado do próximo momento!
A tranquilidade que merecemos e precisamos é igualzinho à felicidade: feita de momentos breves no tempo, contudo, eternos na vida.
Se esses momentos forem esquecidos por alguma razão, faz parte de sua leveza não carregarem nossa memória. Não são nada egoístas, pois se juntam a outros e mais outros, em uma soma que nos fazem mais leves, propensos a novos momentos.
Nossas grandes amizades, seja a que acompanha a vida toda ou por uma ocasião e lugar, conquistamos por momentos espontâneos, em que esquecemos nossas correrias e cobranças diárias. Se inumeráveis ou unzinho somente, demorados ou curtinhos, lá vem aquela conversa boa, por vezes mesclada de silêncios tão singelos que nem pensamos em mais nada. Feitos ali, sem marcar hora ou lugar. Os momentos São, Estão, Passam ou Ficam no dinamismo dos nossos dias.
A tabelinha do tempo é boa para nos organizarmos, e melhor quando a esquecemos por momentos que são bons e ponto/
E ainda nem são cinco horas! O tempo só passa rápido quanto pensamos muito nele.//
*Sobre o tempo (John Ulhoa) Pato Fu
A tranquilidade que merecemos e precisamos é igualzinho à felicidade: feita de momentos breves no tempo, contudo, eternos na vida.
Se esses momentos forem esquecidos por alguma razão, faz parte de sua leveza não carregarem nossa memória. Não são nada egoístas, pois se juntam a outros e mais outros, em uma soma que nos fazem mais leves, propensos a novos momentos.
Nossas grandes amizades, seja a que acompanha a vida toda ou por uma ocasião e lugar, conquistamos por momentos espontâneos, em que esquecemos nossas correrias e cobranças diárias. Se inumeráveis ou unzinho somente, demorados ou curtinhos, lá vem aquela conversa boa, por vezes mesclada de silêncios tão singelos que nem pensamos em mais nada. Feitos ali, sem marcar hora ou lugar. Os momentos São, Estão, Passam ou Ficam no dinamismo dos nossos dias.
A tabelinha do tempo é boa para nos organizarmos, e melhor quando a esquecemos por momentos que são bons e ponto/
E ainda nem são cinco horas! O tempo só passa rápido quanto pensamos muito nele.//
*Sobre o tempo (John Ulhoa) Pato Fu
sexta-feira, 9 de abril de 2010
Mídia
Apesar de começar com um dos mais famosos gerúndios, o site Fazendo Media está bem interessante esta semana. Para quem não foi no Simpósio de Comunicação e Cultura da América Latina, por exemplo, tem um artigo bastante interessante do Paulo Pastor sobre o evento. http://www.fazendomedia.com/?p=3237
Outro artigo que está na capa de hoje é 'Sobre Mídia e Política' do Marcello Salles analisando a tragédia desta semana no Rio de Janeiro. Uma situação de tristeza bem numa época em que se discutem as fatias do bolo financeiro relacionado ao pré-sal.
É uma dica boa acompanhar o http://www.fazendomedia.com/
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Outro artigo que está na capa de hoje é 'Sobre Mídia e Política' do Marcello Salles analisando a tragédia desta semana no Rio de Janeiro. Uma situação de tristeza bem numa época em que se discutem as fatias do bolo financeiro relacionado ao pré-sal.
É uma dica boa acompanhar o http://www.fazendomedia.com/
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quinta-feira, 8 de abril de 2010
Celacom 2010 II
Aos interessados no evento e nas participações nos grupos de estudo, a organização avisou que as inscrições e envio de trabalhos foram adiados para o dia 30 de abril. Vai ser possível reunir mais pesquisadores, rever amigos, comparar e analisar estudos! Olha só:
Celacom 2010 - Inscrições adiadas
Prazo foi adiado para o dia 30 de abril.
O evento ocorre entre os dias 17 e 19 de maio, na Fundação Memorial da América Latina (São Paulo - SP). O tema central é "Televisão na América Latina: 60 anos de Aculturação, Mestiçagem, Mundialização"..
O Celacom - Colóquio Internacional sobre a Escola Latino-Americana de Comunicação - comemora em 2010 os 60 anos de televisão no Brasil, a primeira da América do Sul e a segunda da América Latina. .
O PRAZO PARA ENVIO DOS TRABALHO FOI ADIADO PARA O DIA 30 DE ABRIL. .
O link http://www2.metodista.br//unesco/index.htm
inclui informações para saber sobre a formatação dos trabalhos, conferir a programação, inscrever os trabalhos, preencher a ficha de inscrição e tudo o mais que o candidato necessitar. Caso ainda queira mais informações o telefone é(11) 4366-5819.
boa sorte a tod@s!!
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Celacom 2010 - Inscrições adiadas
Prazo foi adiado para o dia 30 de abril.
O evento ocorre entre os dias 17 e 19 de maio, na Fundação Memorial da América Latina (São Paulo - SP). O tema central é "Televisão na América Latina: 60 anos de Aculturação, Mestiçagem, Mundialização"..
O Celacom - Colóquio Internacional sobre a Escola Latino-Americana de Comunicação - comemora em 2010 os 60 anos de televisão no Brasil, a primeira da América do Sul e a segunda da América Latina. .
O PRAZO PARA ENVIO DOS TRABALHO FOI ADIADO PARA O DIA 30 DE ABRIL. .
O link http://www2.metodista.br//unesco/index.htm
inclui informações para saber sobre a formatação dos trabalhos, conferir a programação, inscrever os trabalhos, preencher a ficha de inscrição e tudo o mais que o candidato necessitar. Caso ainda queira mais informações o telefone é(11) 4366-5819.
boa sorte a tod@s!!
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terça-feira, 6 de abril de 2010
Celacom 2010
CELACOM 2010 - XIV Colóquio Internacional sobre a Escola Latino-Americana de Comunicação -
Ultimos dias para enviar trabalhos para participação nos GT’s, a data limite é até 10 de maio de 2009 - SÁBADO - com preferência para o Tema Central: Televisão na América Latina: 60 anos de Aculturação, Mestiçagem, Mundialização.
O evento será no Memorial da América Latina, São Paulo, entre os dia 17-19 de maio de 2010.
Se correr, dá tempo:
http://www2.metodista.br//unesco/index.htm
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Ultimos dias para enviar trabalhos para participação nos GT’s, a data limite é até 10 de maio de 2009 - SÁBADO - com preferência para o Tema Central: Televisão na América Latina: 60 anos de Aculturação, Mestiçagem, Mundialização.
O evento será no Memorial da América Latina, São Paulo, entre os dia 17-19 de maio de 2010.
Se correr, dá tempo:
http://www2.metodista.br//unesco/index.htm
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Gutierrez Fortes
O Prof. Dr. Waldyr Gutierrez Fortes faleceu hoje, em Londrina, segundo anúncio do site de notícias da UEL. A perda é sentida pelos estudiosos de Relações públicas. Mestre e doutor em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo, era professor do curso de graduação em Relações Públicas da Universidade Estadual de Londrina-PR. Ministrava aulas para cursos de pós-graduação em Comunicação e deixou diversas publicações e o portal RP e Transmarketing - http://www.portal-rp.com.br//
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