segunda-feira, 17 de maio de 2010

Ciclovia

...antes de falar em construir ciclovias, falta considerar o ciclista como um cidadão.
Hoje um carro do tipo sedan passou rente ao meio-fio por onde eu estava e fui empurrada na marra para fora do percurso em que prosseguia, como uma matéria insignificante e sem direitos.
Foi uma batida leve e sem barulho pelo menos para a motorista - ainda deu para perceber que era uma distinta senhora em seu carro último tipo. Bateu o espelho retrovisor no meu corpo - causou em mim um susto desagradável - contudo, a motorista prosseguiu sem nenhuma reação, parecendo nem perceber a dobrada do espelho retrovisor do lado do carona, deixando menos uma possibilidade de visão da triste cidadã.

Imaginei os trabalhadores que usam esse tipo de transporte todos os dias em Bauru, obrigados a cumprirem horários, e a chegar nos seus locais de trabalho para as suas tarefas. Observei vários deles - pois era hora do "rush" - fazendo malarismos e solidários com a minha "empurrada" e reprovando a dita cuja que prosseguiu em seu "carrão".
O que podíamos fazer? É igual ao caso da mulher que foi assaltada dentro da delegacia, lutou com os assaltandos e o delegado ficou olhando, pensando que era briga de marido e mulher: será que ainda podemos pelo menos RECLAMAR PRO BISPO? como a mulher falou na entrevista?

Falta participação pública, reclamação continuada, mexer com os colhões do poder para que sejam cumpridos os direitos básicos de cidadania, com políticas sérias, fortalecidas e compreensíveis por todos.

Ciclista não é considerado cidadão pelo poder público nem por pessoas que usam outros tipos de transportes que, se podem, passam por cima. Falta solidariedade entre aqueles que, sendo também usuários do trânsito, poderiam somar forças para que as intervenções públicas contribuam para o cumprimento de direitos e promoção de melhorias na sociedade.

Falta a ciclovia do respeito pelo outro.

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