Neste domingo de Ramos, percebi muitas pessoas capazes de deixar para trás o que acumulam ao longo da vida, seja em relação a bens materiais ou em relação a sentimentos de infelicidade ou de frustração que pesa sobre os ombros. Conversei com pessoas que disseram nem lembrar de guardar mágoas quando algo não dá certo porque já estão fazendo outras coisas. Vivem em comunidades e tem objetivos muito concretos para com as pessoas que se encontram nela.
Disseram, nos poucos momentos que falamos, que guardar e acumular muito mais do que precisa para se viver obstrui os sentidos, dificulta o autoconhecimento, e pode cegar, deixando de conhecer e de colaborar com quem necessita de um pouco do que se pode doar. Sempre sobra alguma coisa, nem que seja uma palava sem sentido mas que dê alegria, que traga alívio para as tristezas que o outro carrega. Nem é preciso perceber que o outro está triste, mas se perceber, melhor ainda, a ajuda é mais objetiva.
Sensibilidade ou não, o importante é estar com o outro sem ser o outro, ter as próprias convicções e ouvir a dos outros, assegurar-se do que acredita sem impor nada, apenas compartilhar. Feliz Semana Santa.